segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

WHATSAPP — HÁ 14 ANOS UMA FERRAMENTA DE VIGILÂNCIA

SE NÃO ESPERAS O INESPERADO, NÃO O RECONHECERÁS QUANDO ELE CHEGAR.

 O WhatsApp é o serviço de mensagens mais popular do mundo, mas isso não significa que não haja outros, nem que alguns podem até ser melhores sob diversos aspectos. Quando ele foi lançado, as pessoas reclamavam do SMS — que era cobrado à parte pelas operadoras de telefonia móvel e não oferecia suporte a conteúdo multimídia. 

 

O Telegram era um ilustre desconhecido no Brasil (onde o WhatsApp continua reinando quase absoluto) até ganhar seus quinze minutos de fama graças à Operação Vaza-Jato. O Signal é um dos mensageiros mais seguros disponíveis — seu sistema próprio é capaz de comprovar a identidade dos participantes da conversa, de modo que apenas o real destinatário das mensagens poderá acessar o conteúdo. O desafio para o usuário que migrar para esses serviços está em convencer seus contatos a migrar para a nova plataforma.

 

Embora os apps mensageiros se equivalham em recursos e funções, cada qual sempre oferece alguma coisa que os concorrentes não têm — e vice-versa. Para além disso, o WhatsApp foi feito para dispositivos móveis, e não para computadores. Então, teve a vantagem de não ter que se adaptar ao ambiente móvel, como o Skype, o Messenger e outros mensageiros que eram nativos oriundos da plataforma PC. 

 

Pavel Durov, criador e diretor-executivo do Telegram, afirmou em outubro que o WhatsApp "é uma ferramenta de vigilância há 14 anos", e que "hackers poderiam ter acesso a tudo" nos celulares dos usuários do aplicativo. A crítica de Durov se baseou em um relatório de segurança divulgado em setembro pela Meta, segundo a qual uma brecha no app podia resultar na execução de uma código remoto durante uma chamada de vídeo e ao receber um arquivo de vídeo criado na própria plataforma.

 

Segundo Durov, atualizar o aplicativo não basta. “Um problema do WhatsApp exatamente como este foi descoberto em 2018, outro em 2019 e em 2020. E simem 2017. Antes de 2016, o WhatsApp não tinha criptografia”. Ele disse que as falhas de segurança "dificilmente são incidentais", que há no aplicativo concorrente "backdoors plantados", e que, se um for descoberto e removido, outro será plantado. Durov sugeriu ainda a leitura de um artigo escrito por ele em 2017 sobre "por que o WhatsApp nunca será seguro".

 

Ainda de acordo com o dono do Telegram, “se você tiver o WhatsApp instalado em seu celular, todos os dados de todos os apps estarão acessíveis, como Jeff Bezos descobriu em 2020”. Ele afirmou ainda que “não estava pressionando” as pessoas a mudarem para a sua plataforma — que, segundo ele, tem 700 milhões de usuários ativos e mais de 2 milhões de adesões diárias. “Você pode usar qualquer aplicativo de mensagens que desejar, mas fique longe do WhatsApp”, disse.


Cautela e canja de galinha...