sexta-feira, 17 de março de 2023

A INEXISTÊNCIA DO TEMPO (FINAL)

TRINTA MINUTOS, TRINTA DIAS, TRINTA ANOS. O QUE VALE É A INTENSIDADE COM QUE SE VIVE! 


Nada pode viajar mais rápido que a luz — cuja velocidade (no vácuo) é de 299.792 quilômetros por segundo.  Embora esse "detalhe" dificulte a exploração dos confins do Universos, ainda é possível fazê-através de telescópios, missões espaciais (tripuladas ou não) e buracos de minhoca  uma espécie de "túnel" que interliga dois pontos distantes do mesmo universo (ou de universos distintos), tornando a viagem entre eles praticamente instantânea. 

Esse fenômeno foi teorizado matematicamente por Einstein, mas, ao contrário dos buracos negros, as Pontes de Einstein-Rosen (nome científico dos buracos de minhoca) são meramente especulativas, pois não há observações astronômicas que comprovem sua existência. Supõem-se que surjam em pontos do espaço-tempo próximos a objetos com massa muito grande, mas curvar o espaço-tempo demanda uma quantidade imensa de "matéria exótica" com energia negativa alguns bilhões de vezes maior que a densidade energética de uma estrela de nêutrons (que é uma das estruturas astronômicas mais densas de todo o Universo).
 
Observação: Uma das implicações teóricas da existência dos buracos de minhoca é a viagem no tempo, já que as "pontes" se compartam na verdade como "túneis" que interligam diferentes pontos do espaço-tempo. Em tese, atravessá-los significaria acelerar além da velocidade da luz e, consequentemente, viajar no tempo, tanto para o passado quanto para o futuro. Mas nunca é demais lembrar que as viagens no tempo são paradoxais — se alguém voltasse ao passado e produzisse um evento que obstasse o próprio nascimento, esse alguém criaria um conflito lógico de existência que inverteria o princípio da causalidade, ameaçando a ordem e a continuidade do Universo.
 
Em entrevista à BBC Mundo, o físico teórico italiano 
Carlo Rovelli disse que nossa concepção do tempo funciona apenas em nossa escala e quando medimos as coisas com muita precisão. Para aprender mais sobre o universo é preciso mudar essa visão, pois o que se costuma chamar de "tempo" parece simples, mas é extremamente complexo, já que é formado por muitas camadas, algumas das quais são relevantes para certos fenômenos, mas não para outros. 
 
Se temos informações sobre o passado, mas não sobre o futuro, é porque não vemos os detalhes das coisas — como as moléculas que formam o ar do ambiente em que estamos. 
Nossos relógios medem o mesmo intervalo de tempo no nível do mar e no topo do Himalaia porque não são precisos o bastante para mostrar que tempo corre em velocidades diferentes para pessoas diferentes, dependendo de onde elas estão e de como elas se movem. Mas no mundo microscópico a distinção entre o passado e o futuro simplesmente não existe. 
 
Rovelli diz que poderíamos nos separar de nossos filhos e reencontrá-los num tempo em que um ano para nós significasse 50 anos para eles, e que só não vivenciamos essa experiência no dia a dia porque a Terra se move muito lentamente, tornando as diferenças de tempo muito pequenas. Diz ele ainda que viajamos para o futuro todos os dias (o hoje é o futuro de ontem e o ontem do amanhã), mas voltar ao passado é mais difícil (por razões que já abordamos em outras postagens). 
 
O sentido da vida é a rica combinação de necessidades, desejos, aspirações, ambições, ideais, paixões, amor e entusiasmo, que surge em várias medidas e em diferentes versões naturalmente de dentro de nós. Ao fim e ao cabo, a vida é uma explosão de significados.