quinta-feira, 16 de março de 2023

OSPÁLIA TUPINIQUIM (CONTINUAÇÃO)

 

Há quem diga que as investigações seguirão adiante se Bolsonaro não der as caras até o final deste mês, e que ele pode ser preso quando desembarcar no Brasil. Eu não sou tão otimista. Acho que ele até pode ser inabilitado politicamente — e impedido de disputar eleições em 2026 e 2030 —, mas puxar cadeia, como manda o figurino, só quando galinha criar dente.

Observação: O capitão disse que pode voltar ao Brasil no próximo dia 29, mas avaliará a situação antes de tomar a decisão final. Ele reconhece que 15 ações têm potencial para cassar seus direitos políticos, mas negou a possibilidade de uma candidatura de Michelle ao Palácio do Planalto: "Não é candidata ao Executivo, mas pode disputar um cargo eletivo".
 
Lula foi réu em 26 ações criminas e chegou a ser condenado em duas delas,  por uma dezena de magistrados de três instâncias do Judiciário, a mais de 25 anos de reclusão, mas cumpriu míseros 580 dias e deixou sua cela VIP no dia seguinte ao do sepultamento da prisão em segunda instância. Mais adiante, uma decisão teratológica do STF anulou as condenações e determinou que os processos fossem reiniciados na Justiça Federal do DF (o que vai acontecer no Dia de São Nunca).  
 
Dilma foi impichada e perdeu o cargo, mas não os direitos políticos (ao arrepio da Constituição Federal e da Lei do Impeachment). Isso lhe permitiu disputar uma boquinha no Senado em 2018, mas ela ficou em quarto lugar. Agora, com a volta de Lula, madame passará uma temporada na China, embolsando quase R$ 300 mil por mês
 
Michel Temer se beneficiou do financiamento espúrio das campanhas milionárias do PT e foi conivente com os malfeitos da chefa. Por estar no lugar certo na hora certa, ele passou de vice a titular, mas sua "ponte para o futuro" foi pra ponte que partiu quando Lauro Jardim revelou uma conversa de alcova mui suspeita com certo moedor de carne bilionário. 

Três meses após deixar a Presidência, o eterno vampiro do Jaburu foi preso preventivamente — e libertado cinco dias depois por uma liminar concedida por um desembargador que voltou à ativa depois de ficar sete anos afastado da magistratura por acusações de praticar estelionato. 
 
Observação: Na mesma ocasião e no mesmo local, a ALERJ deu posse a quatro deputados que estavam presos na Penitenciária de Bangú e a mais um detido em prisão domiciliar. Ou seja, no Brasil o sujeito não pode andar na rua, mas pode ser parlamentar
 
No faroeste à brasileira, bandidos são soltos e o xerife é encarcerado. A bola da vez é o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio de Janeiro, que é alvo de três reclamações disciplinares. Mas isso é assunto para uma próxima postagem.