Quem acompanha a política desde a redemocratização sabe que comissões parlamentares de inquérito costumam acabam em pizza. Foi assim com a CPI do Genocídio e, a julgar pelo entusiasmo de seus defensores-raiz, será assim com a comissão mista que escrutinará os atos de 8 de janeiro. Sem uma base parlamentar sólida, o governo fará o possível para melar os trabalhos, visando impedir a prevalência da versão de que houve uma armação para Lula posar de vítima e sair como herói da resistência.
O passeio bucólico dos homens do GSI pelos corredores do Planalto enquanto o quebra-quebra comia solto não muda o fato de que a selvageria foi obra de bolsonaristas juramentados, que, na cena, assumiram a autoria do crime. Assim, a coisa assumiu a feição de virada por dois motivos: 1) o governo petista fez carga contra a CPMI sem levar em conta que não tinha bala para tal; 2) o general GDias — carne e unha com Lula há mais de 20 anos — tentou interditar a íntegra das imagens da invasão por cinco anos.
A culpa pelos atos golpistas é dos baba-ovos de Bolsonaro, e a responsabilidade por não impedi-los, dos governos local (DF) e federal. Lula tentou se livrar de modo equivocado, e agora paga o preço da volta de um cipó de aroeira num ambiente em que a oposição é rude e a situação, desorganizada.
Sobre executores, mandantes, incentivadores e colaboradores da tentativa de golpe, novidade, se houver, virá da inação de autoridades federais. Os advogados de Bolsonaro são por vezes injustiçados — na avaliação de colegas — pela ginástica que têm feito para adaptar as falas do cliente a suas necessidades jurídicas. Mas o defeito não está nos defensores, e sim no defendido, que passou os últimos quatro anos ateando fogo às próprias vestes. Para ilustrar esse ponto nem, é preciso ir ao conjunto completo da obra; bastam os casos das joias sauditas e do post "acidental" sobre fraude nas eleições, cuja publicação o capetão atribuiu à morfina.
O passeio bucólico dos homens do GSI pelos corredores do Planalto enquanto o quebra-quebra comia solto não muda o fato de que a selvageria foi obra de bolsonaristas juramentados, que, na cena, assumiram a autoria do crime. Assim, a coisa assumiu a feição de virada por dois motivos: 1) o governo petista fez carga contra a CPMI sem levar em conta que não tinha bala para tal; 2) o general GDias — carne e unha com Lula há mais de 20 anos — tentou interditar a íntegra das imagens da invasão por cinco anos.
A culpa pelos atos golpistas é dos baba-ovos de Bolsonaro, e a responsabilidade por não impedi-los, dos governos local (DF) e federal. Lula tentou se livrar de modo equivocado, e agora paga o preço da volta de um cipó de aroeira num ambiente em que a oposição é rude e a situação, desorganizada.
Sobre executores, mandantes, incentivadores e colaboradores da tentativa de golpe, novidade, se houver, virá da inação de autoridades federais. Os advogados de Bolsonaro são por vezes injustiçados — na avaliação de colegas — pela ginástica que têm feito para adaptar as falas do cliente a suas necessidades jurídicas. Mas o defeito não está nos defensores, e sim no defendido, que passou os últimos quatro anos ateando fogo às próprias vestes. Para ilustrar esse ponto nem, é preciso ir ao conjunto completo da obra; bastam os casos das joias sauditas e do post "acidental" sobre fraude nas eleições, cuja publicação o capetão atribuiu à morfina.
No episódio da muamba das arábias, além das nebulosas justificativas diante de fatos muito claros, surgiu a versão de que um dos kits de maravilhas ficou dois dias esquecido na cozinha do Alvorada, tal o desconhecimento sobre o conteúdo por parte dos ocupantes do Palácio do Planalto. São tramas cheias de vaivéns, cujo autor tece uma teia em vários capítulos e, no epílogo, termina enredado por ela. Com alguma sorte ele, terminará enforcado.
Com Dora Kramer