Em 16 junho de 1956, quando ia de Santos a São Sebastião, o advogado e professor João de Freitas Guimarães pernoitou num hotel à beira do mar. Após o jantar, quando ele dava uma caminhada pela praia, um objeto (vide figura) emergiu do mar e pousou à sua frente.
Dois seres altos, louros, de olhos claros, vestidos com macacões verdes, saíram da nave. Mesmo assustado, Guimarães perguntou-lhes o que queriam — primeiro em português, depois em francês, inglês e italiano. Usando de telepatia, os seres o convidaram a adentrar a espaçonave, onde havia um terceiro tripulante. A porta se fechou e o objeto levantou voo e partiu em alta velocidade.
Guimarães disse que a viagem durou pouco mais de meia hora — seu relógio só voltou a funcionar depois que ele desembarcou —, e que seus anfitriões explicaram telepaticamente o funcionamento da nave. A certa altura, ele sentiu um forte sacolejo. Os seres explicaram que eles haviam deixado a atmosfera terrestre.
Pelas vigias, o professor viu uma zona intensamente escura, onde os astros brilhavam de maneira extraordinária. Em nenhum momento os alienígenas revelaram sua origem. Ao final do passeio, ficou combinado um segundo encontro, mas, dada a enorme repercussão do caso e o circo armado por ufólogos e curiosos, Guimarães preferiu não comparecer.
O professor faleceu aos 87 anos no município paulista de Santos, onde passou a maior parte da vida e atuou como juiz-presidente da Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho. Ele falava português, latim, italiano, espanhol, francês, inglês, alemão, russo, grego e esperanto.
Os documentos e relatos sobre o caso foram publicados originalmente na edição de 1975 do Boletim Especial da Sociedade Brasileira de Estudos de Disco Voadores. A história foi resgatada recentemente pelo jornalista e historiador Sérgio Williams, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos e autor do blog Memória Santista.
Para Williams, o episódio teve um grande peso por ter sido relatado por um advogado culto, de grande credibilidade e muito respeitado na cidade. Ao g1, Maria Regina Guimarães, filha do professor, disse por telefone que o assunto se tornou tabu familiar após a divulgação das primeiras entrevistas, devido ao assédio da mídia.