Colada há anos no ecossistema ambientalista, Marina Silva teve duas realizações notáveis em sua curta permanência no atual governo. A primeira foi dizer que há "120 milhões de pessoas passam fome no Brasil" — os números mais aceitos ficam entre 15 milhões e 33 milhões.
As agências de "verificação de fatos", ligadas o tempo todo na fiscalização do que dizem os adversários do PT e suas vizinhanças, não fizeram nenhuma objeção à fala da ministra— escreveu J.R. Guzzo no Estadão —, já que ela é uma dessas personalidades que foi canonizada em vida pela maior parte da mídia, e não pode ser criticada, nunca (vale desacatar que Marina se retratou no dia seguinte).
A segunda realização da ministra antes de se completarem cinco meses de governo — prossegue Guzzo —, foi ver seu ministério castrado de funções essenciais e transformado na pasta no mais amaldiçoada da história por ecologistas, militantes da natureza e salvadores do planeta. Pode?
Observação: O deputado Isnaldo Bulhões, relator da MP que estabeleceu a organização básica dos ministérios do governo Lula, fez uma série de alterações no texto, esvaziando principalmente os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
As ONGs etc. etc. etc. estão indignadas, é claro. Exigem que o governo defenda a "integridade" do MMA e lhe devolva as atribuições expropriadas. No entanto, se foi o próprio governo quem decidiu esvaziar o ministério de Marina, como ele pode ser chamado para lhe prestar socorro? Não faz nexo. Mas o fato é que pouca coisa faz nexo em relação à Marina Silva.
Aos 65 anos de idade e cerca de 50 como profissional das causas ecológicas no Brasil e no mundo, Marina continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem, e continua se dando mal todas as vezes em que tenta. Agora, mais uma vez, está na posição de pedir o boné e tornar-se ex-ministra, ou engolir o sapo e continuar grudada no governo. É uma situação inviável, até porque ela própria é uma figura inviável, alguém cuja função na vida pública tem sido fazer oposição ao progresso, o que deixa incomodado até o "socialismo" do PT.
"Qualquer tentativa de desmontar o serviço nacional de meio ambiente é um desserviço à sociedade brasileira" protestou a ministra. "Isso pode criar gravíssimos prejuízos para o país". É mesmo? Mas quem está prestando o que Marina chama de "desserviço” não é a “direita", o "agronegócio" ou a oposição, e sim o desgoverno Lula, do qual ela faz parte. Como é que fica, então?
Marina, como já aconteceu em outras oportunidades, tentou fazer parte do Sistema Lula. Está vendo que não faz. Sua função é enfeitar o ministério com uma pegada ambientalista — e só isso.
Com J.R. Guzzo.
As agências de "verificação de fatos", ligadas o tempo todo na fiscalização do que dizem os adversários do PT e suas vizinhanças, não fizeram nenhuma objeção à fala da ministra— escreveu J.R. Guzzo no Estadão —, já que ela é uma dessas personalidades que foi canonizada em vida pela maior parte da mídia, e não pode ser criticada, nunca (vale desacatar que Marina se retratou no dia seguinte).
A segunda realização da ministra antes de se completarem cinco meses de governo — prossegue Guzzo —, foi ver seu ministério castrado de funções essenciais e transformado na pasta no mais amaldiçoada da história por ecologistas, militantes da natureza e salvadores do planeta. Pode?
Observação: O deputado Isnaldo Bulhões, relator da MP que estabeleceu a organização básica dos ministérios do governo Lula, fez uma série de alterações no texto, esvaziando principalmente os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
As ONGs etc. etc. etc. estão indignadas, é claro. Exigem que o governo defenda a "integridade" do MMA e lhe devolva as atribuições expropriadas. No entanto, se foi o próprio governo quem decidiu esvaziar o ministério de Marina, como ele pode ser chamado para lhe prestar socorro? Não faz nexo. Mas o fato é que pouca coisa faz nexo em relação à Marina Silva.
Aos 65 anos de idade e cerca de 50 como profissional das causas ecológicas no Brasil e no mundo, Marina continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem, e continua se dando mal todas as vezes em que tenta. Agora, mais uma vez, está na posição de pedir o boné e tornar-se ex-ministra, ou engolir o sapo e continuar grudada no governo. É uma situação inviável, até porque ela própria é uma figura inviável, alguém cuja função na vida pública tem sido fazer oposição ao progresso, o que deixa incomodado até o "socialismo" do PT.
"Qualquer tentativa de desmontar o serviço nacional de meio ambiente é um desserviço à sociedade brasileira" protestou a ministra. "Isso pode criar gravíssimos prejuízos para o país". É mesmo? Mas quem está prestando o que Marina chama de "desserviço” não é a “direita", o "agronegócio" ou a oposição, e sim o desgoverno Lula, do qual ela faz parte. Como é que fica, então?
Marina, como já aconteceu em outras oportunidades, tentou fazer parte do Sistema Lula. Está vendo que não faz. Sua função é enfeitar o ministério com uma pegada ambientalista — e só isso.
Com J.R. Guzzo.