Atualização: O julgamento de Bolsonaro foi retomado no início da tarde de ontem com o voto da ministra Carmen Lucia, que acompanhou o relator. O segundo voto foi do ministro Nunes Marques, que acompanhou a dissidência aberta na véspera pelo ministro Raul Araújo. O último a votar foi o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, que acompanhou a maioria. Assim, o placar final de 5 x 2. A defesa pode interpor embargos declaratórios no próprio TSE ou recurso extraordinário ao STF . Em ambos os casos o prazo é de três dias contados a partir da publicação da decisão, mas a interposição dos embargos interrompe a contagem do prazo para o R.E. — que , caso seja admitido, os ministros que participaram do julgamento no TSE serão excluídos do sorteio da relatoria no STF, mas poderão votar normalmente quando o caso for levado a plenário. Moraes soou esquisito ao falar sobre prisão durante sessão de uma Corte eleitoral. Daí a relevância do termo. O ministro conduz no Supremo inquéritos sobre milícias digitais e difusão de fake news. Quer dizer: a excursão de Bolsonaro pelos nove círculos do inferno está apenas começando. Moraes insinua o capitão e seus "milicianos digitais" são como frequentadores reincidentes de um campo de nudismo: estão com os glúteos expostos. E o ministro insinua que sabe o que eles fizeram no verão passado.
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De acordo com a "interpretação dos muitos mundos" da física quântica, vivemos numa rede infinita de linhas de tempo alternativas, num multiverso onde cronogramas estão constantemente se ramificando e criando mundos distintos e coerentes, cada um deles experimentado por uma versão diferente de nós. Nesse contexto, em vez de estar vivo e morto, o gato de Schrödinger "se ramifica" em dois mundos diferentes e está vivo em deles e morto no outro.
A existência de multiversos já foi considerada uma heresia científica, mas cada vez mais cientistas e metafísicos vêm acolhendo a tese de que a existência é composta por uma superposição quântica de um número infinito de universos alternativos, com infinitos mundos em que pode existir vida. Costumamos considerar nossa vida como uma viagem coerente através do espaço e o tempo, sem levarmos em conta que a expansão exponencial de casos que se ramificam gera um sem-número de multiplicidades. Como isso não pode ser observado, tendemos a imaginar que cada um de nós é uma única pessoa (note que isso não significa que nossas experiências de realidade não sejam reais ou verdadeiras, mas que nossas vidas não são exatamente o que elas parecem ser).
Se a IMM se confirmar, pode haver um número infinito de versões de nós, mas para isso é preciso que haja um volume infinito de caminhos alternativos. Desde o nascimento, nós — ou o que quer que achemos que somos — nos ramificamos em mundos diferentes; o conjunto completo é como um sistema radicular maciço que cresce exponencialmente, de forma que cada raiz representa um novo cronograma.
Como a IMM implica a variabilidade constante com base em probabilidades, cada nova instância de nós deve ser diferente. Pode haver versões que vivem com parceiros que há muito abandonamos, ou que continuam no emprego do qual nos demitimos, que são mais (ou menos) bem sucedidas do que nós, que já morreram e/ou que perderam entres queridos que, no "nosso mundo", ainda estão vivos. Desde que os fundamentos da física não sejam violados, as possibilidades são infinitas.
Considerando que todas as decisões possíveis são tomadas por diferentes versões de cada um de nós, a IMM torna difícil conciliar a questão do livre-arbítrio. Afinal, se todas as opções de escolha são selecionadas em mundos alternativos, o destino coletivo de nossa totalidade já foi determinado, e não faz sentido pesar todas as evidências antes de escolher.
Observação: De acordo com Michael Clive Price, todas as decisões são levadas a efeito, só que algumas com mais frequência que as outras, e cada ramo de uma decisão tem seu próprio “peso”, que é fazer cumprir as leis usuais da estatística quântica.
Todas as ramificações dessa ideia são possíveis em teoria, desde que sejam prováveis e não violem as leis da física, mas sempre haverá mundos em que coisas altamente improváveis podem acontecer. Por exemplo, se uma pessoa jogar uma moeda para cima mil vezes, em algum desses mundos o resultado será ser "cara" (ou "coroa") em todas as vezes. As chances de isso acontecer, no entanto, estão além da escala astronômica e envolve um terrivelmente pequeno subconjunto de todos os universos possíveis. É por isso que os céticos argumentam que esses cenários são tão ridículos que quase parecem provar que a IMM não pode ser verdade.
Imagine um cenário no qual uma pessoa joga roleta russa com balas colocadas em metade das câmaras. Nesta superposição, cada rodada da câmara redefine as chances de essa pessoa se matar em 50/50. Mas a IMM pressupõe a existência de um mundo em que o projétil nunca é deflagrado, mesmo que a pessoa continue atirando centenas de vezes (embora as chances de isso acontecer sejam de uma em um quatrilhão, a IMM sugere que isso deve acontecer em algum lugar).
A existência de multiversos já foi considerada uma heresia científica, mas cada vez mais cientistas e metafísicos vêm acolhendo a tese de que a existência é composta por uma superposição quântica de um número infinito de universos alternativos, com infinitos mundos em que pode existir vida. Costumamos considerar nossa vida como uma viagem coerente através do espaço e o tempo, sem levarmos em conta que a expansão exponencial de casos que se ramificam gera um sem-número de multiplicidades. Como isso não pode ser observado, tendemos a imaginar que cada um de nós é uma única pessoa (note que isso não significa que nossas experiências de realidade não sejam reais ou verdadeiras, mas que nossas vidas não são exatamente o que elas parecem ser).
Se a IMM se confirmar, pode haver um número infinito de versões de nós, mas para isso é preciso que haja um volume infinito de caminhos alternativos. Desde o nascimento, nós — ou o que quer que achemos que somos — nos ramificamos em mundos diferentes; o conjunto completo é como um sistema radicular maciço que cresce exponencialmente, de forma que cada raiz representa um novo cronograma.
Como a IMM implica a variabilidade constante com base em probabilidades, cada nova instância de nós deve ser diferente. Pode haver versões que vivem com parceiros que há muito abandonamos, ou que continuam no emprego do qual nos demitimos, que são mais (ou menos) bem sucedidas do que nós, que já morreram e/ou que perderam entres queridos que, no "nosso mundo", ainda estão vivos. Desde que os fundamentos da física não sejam violados, as possibilidades são infinitas.
Considerando que todas as decisões possíveis são tomadas por diferentes versões de cada um de nós, a IMM torna difícil conciliar a questão do livre-arbítrio. Afinal, se todas as opções de escolha são selecionadas em mundos alternativos, o destino coletivo de nossa totalidade já foi determinado, e não faz sentido pesar todas as evidências antes de escolher.
Observação: De acordo com Michael Clive Price, todas as decisões são levadas a efeito, só que algumas com mais frequência que as outras, e cada ramo de uma decisão tem seu próprio “peso”, que é fazer cumprir as leis usuais da estatística quântica.
Todas as ramificações dessa ideia são possíveis em teoria, desde que sejam prováveis e não violem as leis da física, mas sempre haverá mundos em que coisas altamente improváveis podem acontecer. Por exemplo, se uma pessoa jogar uma moeda para cima mil vezes, em algum desses mundos o resultado será ser "cara" (ou "coroa") em todas as vezes. As chances de isso acontecer, no entanto, estão além da escala astronômica e envolve um terrivelmente pequeno subconjunto de todos os universos possíveis. É por isso que os céticos argumentam que esses cenários são tão ridículos que quase parecem provar que a IMM não pode ser verdade.
Imagine um cenário no qual uma pessoa joga roleta russa com balas colocadas em metade das câmaras. Nesta superposição, cada rodada da câmara redefine as chances de essa pessoa se matar em 50/50. Mas a IMM pressupõe a existência de um mundo em que o projétil nunca é deflagrado, mesmo que a pessoa continue atirando centenas de vezes (embora as chances de isso acontecer sejam de uma em um quatrilhão, a IMM sugere que isso deve acontecer em algum lugar).
Observação: Segundo o cosmólogo sueco Max Tegmark, esse experimento pode servir como prova de que a IMM é real, embora muitas mortes aconteçam para que um único sortudo sobreviver.
Continua...
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