quinta-feira, 31 de agosto de 2023

LULA E O AEROJANJA


Em em 2003, primeiro ano do governo Lula, petistas delirantes alardearam uma suposta indicação do sumo pontífice da Petelândia para o Nobel da Paz. A partir daí, o petista foi ignorado ano após ano pelo Comitê Nobel da Paz, mas a torcida não esmoreceu. Em 2019, quando sua excelência gozava férias compulsórias na carceragem da sede da PF paranaense, seus acólitos reivindicaram com estridência a indicação para a láurea, argumentando que o presidiário mais famoso do Brasil era "vítima" do então juiz Sergio Moro. De lá para cá, os clamores só aumentaram.
 
Lula foi solto horas depois que o STF mudou sua jurisprudência sobre a prisão em segunda instância, "descondenado" graças à epifania serôdia que revelou ao ministro Fachin que a 13ª Vara Federal de Curitiba carecida de competência territorial para julgá-lo e, com a ficha imunda lavada, foi reconduzido ao Planalto pelo voto de uma récua de jumentos (não sem a ajuda de Bolsonaro, cuja execrável gestão serviu de cabo eleitoral para o adversário). A partir daí, políticos e ministros puxa-sacos vêm defendendo a laureação do ex-camelô de empreiteiro, embora nada a justifique. 
 
Observação: Para ser indicado ao Nobel da Paz é preciso ser contra as guerras. 
Em Portugal, Lula negou ("nunca igualei os dois países") o Lula da China ("a guerra só está interessando, por enquanto, aos dois"), o Lula dos Emirados Árabes Unidos ("a decisão da guerra foi tomada por dois países, e Putin e Zelensky não tomam a iniciativa de parar”), o Lula do Brasil ("quando um não quer, dois não brigam") e o Lula da revista Time ("ele é tão responsável quanto Putin, porque numa guerra não tem apenas um culpado"). 
Como calhou de Portugal ficar na Europa, Lula foi questionado por uma repórter local se mantinha essas palavras. Enquanto pensava em como sair da saia-justa,  fingiu que não entender o português do país. Quando Marcelo Rebelo "traduziu" a pergunta em seu ouvido, o negacionista de si mesmo negou descaradamente suas falas anteriores. 

Quando membros do GSI foram flagrados com vândalos nos atos terroristas de 8 de janeiro, Lula vazou que o general Gonçalvez Dias lhe garantiu que as câmeras não estavam funcionando. Há gente ingênua a ponto de acreditar (de novo) que sua excelência "não sabia de nada", que foi "traído" (a mesmo conversa mole usada quando o mensalão veio a público). Vale lembrar que o general foi indicado por Lula, e sempre gozou de sua mais alta confiança. 

De acordo com o Estadão, o Planalto tentou colocar sob sigilo até 2028 as imagens que demonstram "a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI" (palavras do ministro Alexandre de Moraes). Quando o caldo entorna, Lula camufla suas pegadas com falsas narrativas, ecoadas e legitimadas por comunicadores amigos, com empregos garantidos durante seu mandato em mercados dependentes de verbas de governo, como os de TV e rádio. É um cinismo sem fim.
 
Como de costume, caberá aos "contribuintes" financiar essa e outras ambições do pseudoestadista. Entre 2003 e 2010, o Itamaraty abriu 68 embaixadas e consulados pelo mundo (elas não tiveram qualquer resultado prático) e Lula fez 267 viagens internacionais para 83 países (quase a metade dos 193 membros da ONU). Para maior conforto, em 2005 ele aposentou o Boeing 707 usado por todos os presidentes desde 1986 e mandou comprar um Airbus A319CJ (vulgo Aerolula), que custou ao erário US$ 56,7 milhões mais US$ 13,5 milhões para a inclusão de uma suíte presidencial.
 
Considerando a vida útil estimada em 30 anos, o AEROLULA poderia continuar operando até 2033. Mas sua alteza quer substituí-lo pelo AEROJANJA, com maior autonomia de voo. Cogita-se usar um dos dois Airbus A330 comprados na gestão de Bolsonaro (que deverá ganhar uma suíte de casal, banheiro com chuveiro, escritório, sala de reuniões e 100 poltronas para acomodar a comitiva presidencial e os jornalistas. 
Se não calhar, a alternativa será encomendar a Airbus um aparelho novinho em folha, que já foi apelidado de AEROJANJA — a primeira-dama tem presença garantida nas viagens presidenciais ao exterior e é exigente quando se trata de conforto, como ela deixou claro ao renovar a mobília do Palácio da Alvorada.

O Ministério da Defesa entregou ao Palácio do Planalto um estudo da Força Aérea Brasileira para a compra de um novo avião presidencial. De acordo com o Estadão, a opção mais barata pode custar de US$ 70 milhões a US$ 80 milhões, o equivalente a quase R$ 400 milhões. A reportagem também afirma que o petista exige que o novo avião, o ‘Aerojanja’, tenha uma suíte com cama de casal, chuveiro e um gabinete de trabalho privativo — o que mostra que Lula gosta mesmo é de esbanjar, apesar de seus discursos.

Seja como for, a megalomania do reizinho será bancada pelos súditos-contribuintes.

Com Crusoé/Duda Teixeira