sábado, 9 de setembro de 2023

A TEORIA DO BIG BANG ESTÁ ERRADA?

ALGUMAS COISAS PODEM SER APRENDIDAS, MAS JAMAIS PODEM SER ENSINADAS.

 

Os planos do Planalto para transformar o 7 de Setembro numa festividade tediosamente monótona funcionaram. Sumiu o clima de fim do mundo da era Bolsonaro e o próprio bolsonarismo: em vez de gritar "mito", a plateia ensaiou um coro de "democracia" antes da execução do hino nacional. Chefes de outros poderes dividiram a cena com ministros e comandantes militares. Janja e Marina Silva vestiam (pasmem!) vermelho. Havia um microfone no palco, defronte de Lula, que não ousou discursar.
O único resquício da atmosfera de histeria de verões passados surgiu nas redes sociais. Recolhido em casa, o imbrochável inelegível levou à internet imagem do 7 de Setembro do ano passado, com a Esplanada bem mais apinhada do que neste ano. Seu conto de fadas golpista de 2022 é investigado no TSE como um conto do vigário passível de punição — diante desse pano de fundo radioativo, o desfile soporífero deste 7 de Setembro foi um bálsamo. Emissoras e portais que transmitiram a celebração de Brasília ao vivo levaram ao ar cenas de um impacto entediante. Numa, o Zé Gotinha acenou para a plateia do alto de um caminhão dos bombeiros; noutra, Lula, os comandantes militares e o ministro da Defesa, mãos sobrepostas, sinalizaram ao país que continua existindo uma linha direta entre o Planalto e as Forças Armadas.
A conferir.

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Para a maioria dos astrofísicos e cosmólogos, o Big Bang foi "o início de tudo". Entre as evidências que sustentam essa teoria estão a Lei de Hubble, a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, a abundância de elementos primordiais, a evolução e distribuição galáctica e as nuvens de gás primordiais. Mas algumas questões inexplicadas dão azo a "hipóteses complementares", como a de que a "grande expansão" foi apenas uma etapa da transição para o cosmos que conhecemos atualmente e o porquê de de existir mais matéria do que antimatéria no Universo.
 
Observação: Quando o Universo era jovem e muito quente, havia a mesma quantidade de bárions e antibarions (os bárions são compostos por três quarks, enquanto os antibárions são compostos por três antiquarks), mas observações recentes apontaram que o cosmos é feito quase inteiramente de matéria, e a cosmologia convencional não consegue explicar isso.
 
Ao observar que as galáxias e demais estruturas se afastam umas das outras, o astrônomo Edwin Hubble concluiu que o Universo está em constante expansão 
 o que foi comprovado pela quantidade de luz que objetos distantes desviam para o vermelho conforme a distância que os separa do observador aumenta. Mas um novo estudo sugere que o cosmos pode se encolher até um novo Big Bang (volto a essa questão mais adiante).
 
Se nos fosse possível voltar no tempo, veríamos o cosmos se condensar até se tornar compacto e quente. Voltando um pouco mais, veríamos as galáxias ficarem menores, mais densas, numerosas e compostas por estrelas mais jovens e mais azuis. Retrocedendo até a singularidade (ou momento zero do cosmos), vislumbraríamos um cenário em que tudo estava espremido num pontículo infinitesimal, mas tão denso que se expandiu como um balão cada vez mais cheio de ar, mas que nunca estoura.
 
Outro problema tem a ver com o CMB (sigla para Fundo Cósmico de Micro-ondas em inglês). Trata-se de uma radiação fraca, mas detectável, que está presente em qualquer lugar do Universo que conseguimos ver com os poderosos telescópios atuais, e que remonta ao momento em que o cosmos se tornou transparente. 

No início, tudo não passava de um mar de plasma de fóton-bário, quente e denso, onde os fótons (partículas de luz) eram rapidamente dispersos. Quando essas partículas passaram a percorrer livremente um caminho mais longo, tudo ficou "transparente", ensejando surgimento do CMB — sinal omnidirecional que se tornou fundamental em todos os modelos cosmológicos por fornecer informações sobre o Universo primitivo. 
 
A questão é que o CMB é exatamente o mesmo em regiões que nunca poderiam ter interagido entre si em algum momento da história do Universo. Isso não pode ser explicado pelos modelos clássicos, como o do Big Bang — o que nos leva ao Problema do Horizonte (mais detalhes no próximo capítulo).