domingo, 3 de setembro de 2023

AINDA SOBRE AS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

SER IMBECIL É EXERCER O DIREITO DE DEFENDER A PRÓPRIA OPINIÃO E ACHAR QUE OS OUTROS NÃO PODEM FAZER O MESMO.

 

Há quem diga que o ataque de 11 de setembro 2001 às torres gêmeas teve a participação do governo dos EUA; que o então presidente George Bush soube com antecedência do que estava por vir e não tomou nenhuma atitude; que seu vice ordenou aos militares que não tentassem tirar dos sequestradores o controle dos aviões; e que um exercício militar de rotina em curso no mesmo dia teria causado falhas de comunicação entre o controle de tráfego aéreo civil e os militares. 

Também levantou suspeitas o fato de as torres terem caído em cerca de 10 segundos — e dentro da própria área que ocupavam  e os incêndios atingirem poucos andares e durado menos de duas horas. Para os conspirólogos, isso sugeria que houve "demolições controladas", mas o inquérito concluiu que os impactos danificaram as colunas de suporte do edifício, e os 40 mil litros de combustível de avião produziram incêndios generalizados, com temperaturas de até 1000 °C. Ademais, demolições controladas começam de baixo para cima (não foi o que ocorreu com as torres), e nenhuma evidência de explosivos e rompimentos propositais das colunas e paredes foi identificada. 
 
Quanto ao ataque ao Pentágono, alegou-se que o edifício foi atingido por um míssil ou um pequeno caça não tripulado. Quando restou comprovado que o voo 77 da American Airlines realmente colidiu com o QG das Forças Armadas dos EUA, passou-se a questionar a dificuldade de um piloto amador realizar uma manobra tão complicada num avião comercial, de modo que a aeronave deveria estar sob o controle do Pentágono, e não da Al-Qaeda. Mas os destroços do avião, incluindo as caixas pretas, desmontaram essas teorias.
 
No tocante à queda do 
voo 93 da United Airlines, sequestrado na Pensilvânia, especulou-se que a aeronave teria sido abatida por um míssil e se desintegrado em pleno ar, espalhando destroços sobre uma área extensa. Mas o gravador de voz da cabine de comando registrou uma revolta entre os passageiros, comprovando que os sequestradores derrubaram a aeronave deliberadamente. Além disso, o exército informou que jamais deu ordens para que a força aérea derrubasse o avião. 

Observação: O controle aéreo de Cleveland recebeu a mensagem de "Mayday" e ouviu sons de luta física enquanto o avião mergulhava. Numa segunda transmissão, 35 segundos depois, ouvia-se o piloto gritando "saia daqui" repetidas vezes. Ligações feitas por passageiros pelo celular relataram uma votação para decidir se eles deveriam tentar retomar controle do avião, e que decidiram agir. Mas os terrorista derrubaram o jato a 20 minutos de Washington D.C., evitando, assim, que os revoltosos invadissem a cabine de comando.
 
Outra famosa teoria da conspiração afirma que o mundo está nas mãos dos Illuminati — uma sociedade de elite global oculta, criada no final do século XVIII com o objetivo de dominar o mundo. A ordem foi inspirada pelos ideais do Iluminismo e visava contrapor a razão e a filantropia à superstição e à influência religiosa na sociedade. Acredita-se que o grupo se reuniu pela primeira vez em 1776, e que os cinco participantes dessa reunião estabeleceram as regras que orientariam a Nova Ordem Mundial

Os Illuminati passaram a influenciar decisões políticas e mudar instituições como a monarquia e a Igreja. Eles se juntaram aos maçons para recrutar novos membros — a Maçonaria é uma ordem que se desenvolveu a partir de agremiações de construtores de catedrais da Idade Média, mas os dois grupos costumam ser confundidos um com o outro.
 
O símbolo dos Illuminati é a Coruja de Minerva — na mitologia grega, o mocho-galego tradicionalmente representa ou acompanha Atena, a deusa virgem da sabedoria, ou Minerva, sua encarnação sincrética na mitologia romana. Já o "Olho da Providência", associado à Maçonaria, também é ligado a grupos apócrifos e aos Illuminati

Observação: Originalmente um emblema cristão presente em inúmeras igrejas em todo o mundo, o "olho que tudo vê" é usado em pinturas para representar a vigilância de Deus sobre a humanidade, foi usado pelos maçons como "símbolo de Deus" e está presente na nota de um dólar americano e no verso do Grande Selo dos EUA. Por parecer estar escondido e à vista de todos ao mesmo tempo, esse símbolo se tornou uma espécie de ímã para os teóricos da conspiração. 
 
Os Illuminati foram banidos pelo governo da Bavária em 1785, mas quem acredita nas teorias difundidas pela internet acha que o grupo está vivo e passa bem. Algumas fraternidades alegam ser descendentes dos membros originais, mas não há evidências de que tenham conseguido reunir grande poder político ou influência significativa. Diversos políticos, líderes religiosos, artistas e outras celebridades (como Lady Gaga, Beyoncé, Rihanna e Kanye West) já foram acusados de pertencer a essa sociedade secreta. A ideia é de que a indústria do entretenimento estaria infiltrada por sectários com a intenção de fazer lavagem cerebral em massa. Em 2018, quando disputava a Presidência, o Cabo Daciolo (lembra dele?) declarou que seria assassinado por ter atacado o grupo.
 
Em entrevista à BBC em agosto de 2017, o escritor David Bramwell afirmou que os Illuminati sobre os quais ouvimos falar hoje em dia nada têm a ver com os originais da Bavária. Os responsáveis pela encarnação atual do grupo seriam a contracultura, o LSD e o interesse por filosofia oriental nos anos 60. Tudo teria começado em meio ao movimento hippie, com a publicação de um pequeno livro chamado Principia Discordia — obra de ficção sobre o "discordianismo" (movimento formado por um coletivo que queria causar desobediência civil e pregar peças).
 
Continua...