terça-feira, 5 de setembro de 2023

O TEMPO PERGUNTOU AO TEMPO QUANTO TEMPO O TEMPO TEM...

O TEMPO PERGUNTOU PRO TEMPO QUANTO TEMPO O TEMPO TEM, E O TEMPO RESPONDEU PRO TEMPO QUE NÃO TEM TEMPO PRA DIZER PRO TEMPO QUE O TEMPO DO TEMPO É O TEMPO QUE O TEMPO TEM.

 

A diferença na passagem do tempo para objetos que se deslocam em velocidades diferentes é um dos aspectos mais discutidos e menos compreendidos da Teoria da Relatividade. Seus efeitos fazem parte do nosso dia a dia, mas poucos professores de física conseguem explicá-los aos alunos de modo satisfatório, até porque as "dimensões sobre-humanas" envolvidas, foguetes e gêmeos que viajam em naves espaciais dificultam a compreensão do fenômeno. 

A mudança na velocidade do tempo entre a superfície da Terra e o espaço não é perceptível em aviões, mas requer ajustes constantes nos relógios internos dos satélites artificiais, que atrasam 7 milionésimos de segundo/dia enquanto orbitam o planeta a 28.000 km/h. A dilatação do tempo, teorizada por Eistein, foi comprovada por cientistas do NIST, que colocaram dois minúsculos relógios atômicos extremamente precisos em alturas diferentes (33cm) e eles marcaram o tempo em taxas diferentes, comprovando que o tempo passa mais lentamente quanto mais próximo se está de um campo gravitacional (como o da Terra, nesse exemplo). 

Outro experimento comprovou que o tempo passa mais devagar para quem está em movimento que para quem está parado. Os cientistas moveram o íon de alumínio — que fica praticamente parado no interior do relógio atômico — para trás e para adiante, numa velocidade equivalente à de alguns metros por segundo, e o resultado foi exatamente o previsto pela relatividade. Aliás, o célebre "paradoxo dos gêmeos" ilustra bem esse fenômeno (como vimos em outras postagens, o gêmeo que volta à Terra após viajar pelo cosmos em altíssima velocidade envelhece menos que irmão). 
 
Os relógios atômicos de alumínio conseguem detectar os pequenos efeitos da relatividade devido a sua extrema precisão e a um elevado "fator Q", que reflete de forma confiável como o íon absorve e retém a energia óptica ao passar de um nível de energia para outro (como o tempo que um diapasão leva para perder a energia armazenada em sua estrutura ressonante). 
Os pesquisadores colocaram o íon de alumínio em sincronia com a frequência do laser por cerca de 400 trilhões de ciclos, mas esperam que, no futuro, relógios atômicos ópticos permitam criar padrões de medição do tempo 100 vezes mais precisos que os atuais (mais detalhes em Batido recorde mundial do menor tempo já medido).
 
Fonte: 
Inovação Tecnológica