O governo Lula, desarticulado politicamente e sem coesão na economia, é o principal responsável por tudo isso, noves fora o caso do dilúvio gaúcho, naturalmente. E a oposição, podendo qualificar o debate, desqualifica-se priorizando no Congresso uma pauta obscurantista que, a pretexto de defender a vida, iguala ao homicídio modalidades de interrupção da gravidez previstas na legislação há 84 anos.
Zonzo diante da necessidade de realizar cortes orçamentários, o xamã petista se diz impressionado com a magnitude das renúncias fiscais — coisa de R$ 519 bilhões ao ano — e retarda o manuseio da tesoura. Pródigo na produção de despesas, o Congresso desconecta-se da realidade e finge que não é parte do problema enquanto ensaia a conversão do Brasil numa teocracia de viés iraniano. Atônia, a plateia exaspera-se com a percepção de que Brasília rodopia a esmo, como um parafuso espanado.
Há, no Universo observável, algo entre 100 e 200 bilhões de galáxias, cada uma com bilhões de estrelas. Nosso sistema solar surgiu há 5 bilhões de anos, aTerra se formou 500 milhões de anos depois, mas outros tantos se passaram até o planeta ficar estável e esfriar o suficiente para que a vida pudesse se desenvolver. Ainda não se sabe como a vida surgiu, mas sabe-se que algumas bactérias e outros organismos unicelulares são capazes de sobreviver no espaço sideral e flutuam por toda a galáxia, de modo que algo parecido pode ter sido trazido para a Terra por rochas que se desprenderam de Marte quando o sistema solar ainda era instável.
Teorias explicam tudo — o que não se sabe, inventa-se. Na prática, porém, o buraco é mais embaixo. Os cientistas ainda não sabem quais formas de vida surgiram inicialmente, mas acreditam que tenha sido algo como o RNA — que é semelhante ao DNA, só que mais simples e sem a estrutura de dupla hélice. (sequências curtas de RNA podem ter resultado no DNA, ensejando a seleção natural darwiniana). Supõe-se que os organismos unicelulares levaram 2,5 bilhões de anos para se tornar multicelulares, e que os peixes, que surgiram 1 bilhão de anos depois, levaram 500 milhões de anos para evoluir até os primeiros mamíferos, que, 100 milhões de anos depois, deram origem ao Homo Sapiens.
Embora não sejamos grandes e fortes como nossos ancestrais cavernícolas, o conhecimento que acumulamos ao longo dos milênios, com destaque para os últimos três séculos, tornou-nos superiores a eles. Um "rato de biblioteca" do século XVIII poderia "devorar" todos os livros escritos até então, mas seu tataratataratataraneto demoraria cerca de 400 mil anos para fazer o mesmo com os 160 milhões de ítens que compõem a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (sem mencionar que, nesse entretempo, centenas de milhares de nova obras seriam publicadas e adicionadas ao acervo).
Observação: Essa "proeza" só seria possível se nosso hipotético "rato" fosse um tubarão, já que algumas espécies desse peixe vivem até 500 anos, ou uma esponja marinha como as que habitam as águas do Havaí, que vivem mais de 2 mil anos.
De acordo com o professor de biogerontologia molecular João Pedro de Magalhães, nossa biologia é governada por programas genéticos semelhantes a algoritmos de computador, que, com o passar do tempo, ficam instáveis e travam. Se os cientistas conseguirem reescrever esses "softwares" de modo a criar células resistentes ao câncer e imunes ao envelhecimento, a expectativa de vida dos humanos pode chegar a 20 mil anos.
Continua...