sexta-feira, 21 de junho de 2024

AINDA SOBRE GOOGLE E PRIVACIDADE

O TEMPO TRANSFORMA TUDO, MAS QUEM NASCE BURRO NÃO MORRE CAVALO.


Um grande vazamento ocorrido no final do mês passado abriu uma das principais caixas-pretas da internet: o Search Engine Optimization, que define quais páginas estarão no topo do buscador mais popular do mundo. 

O assunto sempre foi um segredo guardado a sete chaves, já que o Google defendia que atores maliciosos poderiam se valer das informações para ranquear as buscas. A justificativa faz algum sentido, mas o problema das meias-verdades é que elas costumam salientar a metade que não é verdadeira.

A pergunta que se coloca é: por que milhões de páginas mundo afora dependem de uma boa classificação para se manteres relevantes, gerar tráfego e, consequentemente, se monetizarem? Traduzindo para o português do asfalto: o buscador do Google pode sumir com páginas importantes de interesse público, enquanto dá evidência a conteúdos menos relevantes.  

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Um ministro de Estado indiciado por corrupção não pode continuar no governo, mas Juscelino Filho continua ministro, já que foi indicado pelo senador David Alcolumbre, e Lula não pode se indispor com o Centrão nem (muito menos) com os futuros presidentes da Câmara e do Senado. Talvez por isso ele aposte na agenda nostálgica e invista no acirramento da polarização — cuja semente plantou em priscas eras com seu abjeto "nós contra eles". E se acredita que foi mesmo inocentado, é (mais um) sinal que deveria ser internado.
Algumas melhoras pontuais (como na economia antes do dilúvio) não bastaram para reverter os resultados das pesquisas. Ainda restam 65% do terceiro (e, queira Deus, derradeiro) mandato de Lula, mas as apostas eleitorais para 2026 já começam a ser feitas. Se continuar caminhando entre os vivos, morando no Alvorada e investindo na polarização em outubro de 2026, o xamã petista pode não conseguir sequer uma vitória pífia como a de 2022 (quando derrotou o dejeto da escória da humanidade com a menor diferença de votos válidos desde a redemocratização). Claro que há mais torcida que expectativa de que isso venha a ocorrer, mas é nítido que o xamã petista apostou no descaso, jogou no improviso e agora colhe derrotas.
E o que dizer do tal leilão de arroz, vencido por uma quitanda, uma locadora de veículos e uma sorveteria, senão que Lula parece não ter aprendido nada com o Mensalão, o Petrolão e os 580 dias de férias compulsórias na PF de Curitiba? Depois que a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina acionou o TCU, Lula mandou anular o leilão impregnado de suspeição e aceitou o pedido de demissão — eufemismo para exoneração — do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, "chegado" de Robson Luiz Almeida França, dono de duas das empresas que intermediaram a venda de 44% do arroz adquirido pela Conab. Outra empresa — do mesmo personagem — tinha como sócio Marcelo Geller, filho do secretário demissionário. O cancelamento do leilão não afasta a necessidade de investigação. Se houve inépcia ou desonestidade, o contribuinte merece pratos limpos.
Como se não bastasse, deputados fisiologistas se preocupam em pôr fim à delação premiada de réu preso (como se em liberdade o elemento se sentisse motivado a abrir o bico) e brindar as vítimas de estupro com 20 anos de prisão (o dobro da pena imposta aos estupradores). 
Tudo isso faz parte do mesmo contexto, como disse uma vez Romero Jucá: "temos que estancar esta sangria, com Supremo e tudo”. E é isso que nossos eminentes togadas estão fazendo ao anular provas, condenações, multas e por aí afora.

O vazamento sugere que o buscador estava fazendo coisas que o Google havia dito que não fazia, como ranquear páginas usando dados dos sites, como número de cliques, e dados dos usuários do Chrome. Assim, um site popular com muitos acessos “fura a fila” e aparece primeiro no ranking de buscas, mesmo que as informações sejam de pior qualidade.  

Os documentos sugerem também que o Chrome foi criado porque o Google queria analisar cada clique dos usuários. Considerando que o programa é usado por 64% dos internautas mundo afora, esse escândalo levanta questões sobre privacidade e críticas à IA da empresa.

Google reconheceu o vazamento, mas alegou que não é possível tirar conclusões precisas acerca dos dados expostos publicamente.
 
Vamos ver que bicho dá.