Um grande vazamento ocorrido no final do mês passado abriu uma das principais caixas-pretas da internet: o Search Engine Optimization, que define quais páginas estarão no topo do buscador mais popular do mundo.
O assunto sempre foi um segredo guardado a sete chaves, já que o Google defendia que atores maliciosos poderiam se valer das informações para ranquear as buscas. A justificativa faz algum sentido, mas o problema das meias-verdades é que elas costumam salientar a metade que não é verdadeira.
A pergunta que se coloca é: por que milhões de páginas mundo afora dependem de uma boa classificação para se manteres relevantes, gerar tráfego e, consequentemente, se monetizarem? Traduzindo para o português do asfalto: o buscador do Google pode sumir com páginas importantes de interesse público, enquanto dá evidência a conteúdos menos relevantes.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Algumas melhoras pontuais (como na economia antes do dilúvio) não bastaram para reverter os resultados das pesquisas. Ainda restam 65% do terceiro (e, queira Deus, derradeiro) mandato de Lula, mas as apostas eleitorais para 2026 já começam a ser feitas. Se continuar caminhando entre os vivos, morando no Alvorada e investindo na polarização em outubro de 2026, o xamã petista pode não conseguir sequer uma vitória pífia como a de 2022 (quando derrotou o dejeto da escória da humanidade com a menor diferença de votos válidos desde a redemocratização). Claro que há mais torcida que expectativa de que isso venha a ocorrer, mas é nítido que o xamã petista apostou no descaso, jogou no improviso e agora colhe derrotas.
E o que dizer do tal leilão de arroz, vencido por uma quitanda, uma locadora de veículos e uma sorveteria, senão que Lula parece não ter aprendido nada com o Mensalão, o Petrolão e os 580 dias de férias compulsórias na PF de Curitiba? Depois que a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina acionou o TCU, Lula mandou anular o leilão impregnado de suspeição e aceitou o pedido de demissão — eufemismo para exoneração — do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, "chegado" de Robson Luiz Almeida França, dono de duas das empresas que intermediaram a venda de 44% do arroz adquirido pela Conab. Outra empresa — do mesmo personagem — tinha como sócio Marcelo Geller, filho do secretário demissionário. O cancelamento do leilão não afasta a necessidade de investigação. Se houve inépcia ou desonestidade, o contribuinte merece pratos limpos.
Como se não bastasse, deputados fisiologistas se preocupam em pôr fim à delação premiada de réu preso (como se em liberdade o elemento se sentisse motivado a abrir o bico) e brindar as vítimas de estupro com 20 anos de prisão (o dobro da pena imposta aos estupradores).
Tudo isso faz parte do mesmo contexto, como disse uma vez Romero Jucá: "temos que estancar esta sangria, com Supremo e tudo”. E é isso que nossos eminentes togadas estão fazendo ao anular provas, condenações, multas e por aí afora.
Os documentos sugerem também que o Chrome foi criado porque o Google queria analisar cada clique dos usuários. Considerando que o programa é usado por 64% dos internautas mundo afora, esse escândalo levanta questões sobre privacidade e críticas à IA da empresa.
O Google reconheceu o vazamento, mas alegou que não é possível tirar conclusões precisas acerca dos dados expostos publicamente.
Vamos ver que bicho dá.