sexta-feira, 7 de junho de 2024

NAVEGAR É PRECISO, SER ESPIONADO É OPCIONAL (CONTINUAÇÃO)

INIMIGO DECLARADO É RUIM, MAS FALSO AMIGO É AINDA PIOR.
 
Na impossibilidade de adotar o Safari — que não roda no Windows —, experimente o Firefox. O browser da raposinha era o principal concorrente do IE quando o programa da Microsoft entrou em decadência senil, mas o lançamento do Chrome mudou o curso dos acontecimentos. 

A Fundação Mozilla se monetiza através dos mecanismos de pesquisa definidos por padrão (Google, Yandex e Baidu, dependendo da região), mas não vende dados dos usuários. E a boa proteção contra rastreamento online que o Firefox oferece no modo básico fica ainda melhor com o nível de privacidade elevado ao máximo. E a versão Focus, disponível para Android iOS, é ainda mais segura.
 
Outras opções interessantes são o Opera 
— que conta com VPN integrada, bloqueio de anúncios e a assistente virtual Aria (criada em colaboração com a OpenAI e o Vivaldi  que oferece 20 páginas de telas de configurações e bloqueador integrado de anúncios e rastreadores, além de permitir o uso de diferentes mecanismos de pesquisa tanto em janelas normais quanto privadas. 

Observação: Assim como a Mozilla, a Opera Software e a Vivaldi Technologies são remuneradas pelas buscas dos usuários e cliques nos links inseridos em sua tela inicial, mas ambas garantem que não se envolvem em nenhum tipo de coleta, criação de perfil ou rastreamento de dados do usuário.
 
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Em julho de 2017, o então juiz Sergio Moro sentenciou o então ex-presidente Lula a 9 anos e seis meses de prisão. Em janeiro de 2018, o TRF-4 aumentou a pena para 12 anos e um mês e determinou a prisão do condenado. Três meses depois, Lula foi acomodado numa suíte VIP da carceragem da PF; em novembro de 2019, menos de 24 horas depois de o plenário do STF reverter a jurisprudência sobre a prisão em 2ª instância, ganhou as ruas, subiu no palanque e destilou seu ódio contra Moro, Deus e o mundo para uma claque amestrada que bebeu suas palavras como Rômulo e Remo beberam o leite da loba Capitolina. Mais adiante, o "descondenado" revelou em entrevista que, durante os 580 dias de férias compulsórias em Curitiba, quando as visitas perguntavam ele se estava bem, sua resposta era a sempre a mesma: "Só vou ficar bem quando eu foder com o Moro".
Como juiz da hoje finada Lava-Jato, Moro condenou poderosos. No governo, foi traído por Bolsonaro. Como aspirante a presidente, filiou-se ao Podemos, migrou para o União Brasil e foi sabotado por Luciano Bivar. Candidatou-se a deputado por São Paulo e se elegeu senador pelo Paraná. Em 2021, o STF o considerou parcial na condução dos processos contra "a alma viva mais honesta do Brasil" e anulou as condenações nos casos do tríplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula. Mal teve tempo para comemorar a decisão do TSE que rejeitou os peidos de cassação de seu mandato senatorial e, numa decisão crivada de ironias, foi convertido em réu pela 1ª Turma do STF, acusado de caluniar Gilmar Mendes, o todo-poderoso decano da Corte. 
O semideus togado gosta de dizer que "ninguém se livra de pedrada de doido nem de coice de burro". Em 2019, numa sessão plenária da Corte, ele se referiu à turma da Lava-Jato como "gentalha", "gente desqualificada", "despreparada", "covarde", "gângsters", "cretinos", "infelizes", e "reles". Disse que integravam "máfias" e organizações criminosas" e que "força-tarefa é sinônimo de patifaria". Dias antes do julgamento no TSE que ameaçava seu mandato, Moro ouviu do Amon-Rá reencarnado que ele (Moro) e Dallagnol roubavam galinha juntos na Lava-Jato.
Voltando às ironias, a primeira ironia decorre do fato de que o próprio Moro forneceu o material que o encrencou ao participar de uma brincadeira de encarceramento de festa junina. A segunda foi que os ministros Dino e Zanin (ambos indicados por Lula) seguiram o voto da relatora, que também foi acompanhado por Fux e Moraes, e a terceira, que Moro migrou da posição de agredido para a de agressor ao desferir contra Gilmar uma "pedrada de doido" — ou "coice de burro."

Se privacidade é artigo de primeira necessidade para você, não deixe de conhecer o DuckDuckGo, que tem versões para WindowsAndroidiOSmacOS. Os desenvolvedores afirmam que não rastreiam nem traçam traçar o perfil dos usuários; segundo ele, "se você pesquisar carros, nós exibiremos anúncios sobre carros; é simples assim". 
 
O Tor Browser é baseado no Firefox e roda no Windows, Android, macOS e Linux (para iOS, o fabricante recomenda o Onion Browser). O mecanismo de buscas padrão
 DuckDuckGo agrega mais segurança, mas pode ser alterado nas configurações. Seu maior "problema" é a baixa velocidade de navegação, já que todo o tráfego se dá através da rede Tor, mas o Mullvad Browser — que é tipo um"clone" do Tor que não usa a rede Tor, e sim a Mullvad VPN — garante velocidades de conexão que não evocam lembranças do jurássico dial-up.
 
Se um navegador privado "hardcore" não for a sua praia, você pode usar vários navegadores diferentes ao mesmo tempo e variar o equilíbrio entre privacidade e facilidade de navegação de acordo com as circunstâncias. Defina o browser mais seguro como padrão — para que ele abra automaticamente qualquer link em que você clicar — e evite instalar extensões, já que elas são comumente usadas para rastreamento. 

Observação: Os cibercriminosos utilizam técnicas de engenharia social para engabelar as vítimas, mas é possível reduzir os riscos desabilitando o redirecionamento por anúncios no navegador e revendo as permissões concedidas aos apps, que devem ser baixados exclusivamente das lojas oficiais dos fabricantes do aparelho ou do sistema operacional.