OS IDIOTAS VÃO DOMINAR O MUNDO, NÃO PELA CAPACIDADE, MAS PELA QUANTIDADE.
Como dito no capítulo anterior, as disputas presidenciais pós-redemocratização não eram o clássico embate "direita versus esquerda", já que o PSDB sempre foi um partido "de centro" (se de centro-esquerda ou centro-direita, nem eles próprios sabem; se há dois banheiros na casa, tucano que é tucano mija no corredor).
Como dito no capítulo anterior, as disputas presidenciais pós-redemocratização não eram o clássico embate "direita versus esquerda", já que o PSDB sempre foi um partido "de centro" (se de centro-esquerda ou centro-direita, nem eles próprios sabem; se há dois banheiros na casa, tucano que é tucano mija no corredor).
O Tucanato entrou em parafuso em 2014, depois que o "poste" de Lula derrotou o neto de Tancredo, e vem encolhendo desde então, inclusive nas disputas locais: em 2016, mais de 14% dos prefeitos eleitos eram tucanos; em 2024, foram menos de 2%.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Ao defender seu desprezível genitor, Flávio Bolsonaro insultou nossa inteligência ao afirmar que "segundo a imprensa", um grupo de cinco pessoas tinha um plano para matar autoridades e, na sequência, criar um gabinete de crise integrado por eles, já que foi a Polícia Federal, e não a imprensa, quem apresentou a documentação comprobatória que embasou um relatório de quase 900 páginas e o indiciamento do ex-mandatário e outras 36 pessoas.
"Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime", acrescentou o filho do pai, num abjeto exercício de hermenêutica. Enfim, diz o ditado que "o fruto não cai longe do pé", "filho de peixe peixinho é", "quem sai aos seus não degenera", e "família que vai em cana unida permanece unida."
A prisão do ex-presidente golpista deixou de ser uma questão de "se" para se tornar uma questão de "quando". E quanto antes, melhor.
A divisão entre "esquerda" e "direita" remonta a 1789, quando Luís XVI convocou os "Estados Gerais" para discutir a crise financeira que assolava a França. O evento se transformou numa Assembleia Nacional Constituinte, onde os deputados alinhados com o monarca sentavam-se à direita, e os que defendiam a limitação do poder real, à esquerda.
Como se vê, um simples "acidente de localização" fez com que aqueles que apoiam o status quo sejam vistos como "de direita", e os que desejam mudanças, como "de esquerda". Mas vale destacar que esses conceitos não são absolutos: alguém "de esquerda" pode parecer "de centro-esquerda" diante de um esquerdista radical, e o mesmo vale para a direita.
Em última análise, tudo depende do ponto de vista e do paradigma adotado. Para ilustrar esse premissa, cito o caso de um padre recém-ordenado, que assumiu sua paróquia um dia antes da morte do prefeito, que era corrupto, rabugento e malquisto pelos munícipes. Sem elementos para embasar a homília fúnebre, o batina convidou os presentes a enaltecer as virtudes do "nosso querido alcaide". Como ninguém se manifestou, sobrou para a viúva, que, constrangida, sentenciou: "O pai dele era ainda pior."
Na paleta de cores, incontáveis de tons de cinza separam o preto do branco. No espectro político-ideológico, o espaço entre os dois extremos é preenchido por inúmeras correntes de pensamento e ideologias diferentes. O branco é a soma de todas as cores do espectro visível; o preto, que resulta da a a ausência de luz, representa na política um vazio ideológico de extremo radicalismo, onde não há espaço para o diálogo.
Os Conservadores são geralmente alinhados à direita por defenderem valores, tradições e instituições que consideram essenciais à estabilidade social. Já os Liberais, comumente associados ao centro ou ao centro-direita (embora possam pender à esquerda em questões sociais), priorizam a liberdade individual, os direitos civis e um Estado limitado.
Os Conservadores são geralmente alinhados à direita por defenderem valores, tradições e instituições que consideram essenciais à estabilidade social. Já os Liberais, comumente associados ao centro ou ao centro-direita (embora possam pender à esquerda em questões sociais), priorizam a liberdade individual, os direitos civis e um Estado limitado.
Os Reacionários pugnam pelo retorno a uma ordem passada que eles consideram ideal; os Revolucionários, em contraste, buscam transformações radicais e imediatas nas estruturas sociais, políticas ou econômicas, frequentemente associadas à extrema esquerda. Os Libertários exaltam a liberdade individual e rejeitam intervenções estatais em qualquer esfera, e sua rejeição a governos autoritários lhes permite ser de direita e ao mesmo tempo ficar fora do espectro clássico.
Os Progressistas defendem mudanças em prol da justiça social. Os Moderados (ou "isentões") tentam equilibrar ideias de ambos os lados. Os Anarquistas são esquerdistas que rejeitam toda autoridade estatal (si hay gobierno soy contra), ao passo que os Autoritários priorizam o controle centralizado, podendo ser tanto de esquerda quanto de direita.
Os "Socialistas" são tidos como esquerdistas porque suas ideias se baseiam na igualdade social, na redução das desigualdades econômicas e na maior intervenção do Estado na economia para garantir direitos sociais. No entanto, em alguns contextos históricos, movimentos ou políticas que se identificavam como socialistas incorporaram elementos da retórica nacionalista extrema (como o Nazismo na Alemanha, que é considerado de extrema-direita).
Os "Comunistas" defendem uma sociedade sem classes nem propriedade privada, com os meios de produção totalmente coletivizados, e são classificados como de extrema-esquerda. Os "Fascistas" visam a um Estado autoritário e não raro expansionista, com controle social rígido e apoio ao corporativismo econômico, e são de extrema-direita. Os Nacionalistas — chauvinistas que colocam os interesses da nação acima de tudo — englobam de patriotas moderados a xenófobos extremados, e podem ser tanto de esquerda quanto de direita.
Verdadeiros mestres da manipulação, os Populistas — que podem se situar em qualquer ponto do espectro político-ideológico — se apresentam como salvadores da pátria e fingem defender o povo das "elites corruptas". Carismáticos, eles inspiram lealdade e admiração em seus seguidores com promessas vazias e um discurso simplista que apresenta soluções fáceis e diretas para questões complexas a soluções. No Brasil, Lula e Bolsonaro são a "fina flor" do populismo demagogo (de esquerda e de direita, respectivamente); nos EUA, Donald Trump é um exemplo lapidar de populista de direita.
Com o slogan "Make America Great Again" (fazer a América grande outra vez), a calopsita do penacho alaranjado sugere que a decadência atual é fruto de políticas "revolucionárias" ou "liberais". Prometendo restaurar a grandeza perdida, a musa inspiradora do ex-verdugo do Planalto encarna a essência do reacionarismo em sua forma mais caricata.