sexta-feira, 25 de julho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 38ª PARTE

PENSE, ACREDITE, SONHE E OUSE.

É possível chegar à Lua em menos de três dias e a Marte em cerca de seis meses meses, mas uma missão tripulada ao planeta vermelho pode durar mais de um ano, dependendo da logística da viagem e do tempo de permanência em solo marciano.

Considerando que Suni Williams e Butch Wilmore ficaram nove meses na ISS e Frank Rubio orbitou a Terra durante 371 dias, passar algumas semanas em Marte não é uma coisa de outro mundo (embora o seja literalmente). Além disso, a NASA vem desenvolvendo novas tecnologias para tornar as missões mais seguras, e a Rússia está testando um motor elétrico de plasma, capaz de reduzir o tempo de viagem a menos de 60 dias.

Em escalas cósmicas, Marte está logo ali na esquina, mas os exoplanetas ficam do outro lado da cidade. Para enviar seres humanos a Proxima Centauri b, que dista 39,735 trilhões de quilômetros da Terra, seria preciso desenvolver um sistema de hibernação ou alguma tecnologia capaz de manter os astronautas vivos e saudáveis pelo tempo necessário— 4,2 anos à velocidade da luz (1,08 bilhão de km/h) e 6.500 anos com a velocidade da Parker Solar Probe (692 mil km/h).

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Há décadas vivemos numa caquistocracia. Depois de FHC, esta banânia passou a ser governada como uma usina de processamento de esgoto, onde a merda entra pela porta das urnas, muda de aparência, troca de nome e sai como merda com a posse do novo governante. Em 2018, elegeu-se o refugo da escória da humanidade para impedir que o bonifrate do então presidiário mais famoso da história deste país ocupasse o gabinete mais cobiçado do Palácio do Planalto. Como a emenda ficou pior que o soneto, o presidiário foi libertado, descondenado e reabilitado politicamente por togas camaradas para nos livrar do escroto golpista. E deu no que está dando. 

Às vésperas de completar 80 anos, caquético, mais gasto que sapato de vendedor pracista e amargando os piores índices de aprovação popular de toda sua trajetória política, o macróbio vem torrando bilhões do suado dinheiro dos contribuintes em busca de um quarto mandato (que Deus nos livre e guarde dessa desgraça). Enquanto conta os dias que o separam da mais que provável condenação por tentativa de golpe, Bolsonaro posa de vítima e insiste que será candidato em 2026. Diante do risco de ser preso preventivamente, optou pela cautela e desistiu de participar de uma coletiva da oposição na Câmara dos Deputados. 

O filho Eduardo se homiziou na cueca de Trump para conspirar contra o próprio país. Se nada for feito, 03 será remunerado pela pátria para traí-la em tempo integral. Pela lógica, deveria ter sido cassado por atentar contra o artigo do regimento da Câmara que impõe aos deputados o dever de "promover a defesa do interesse público e da soberania nacional". Mas a Câmara é uma Casa ilógica. 

Adaptado para os tempos de tornozeleira, o slogan do bolsonarismo ficou assim: "Anistia acima de tudo, Trump acima de todos". A velha tríade que o integralismo nacional importou do fascismo europeu — Deus, pátria e família — ganhou novos sentidos. Deus é um imperador laranja chocado com a "caça às bruxas"; a pátria se deslocou para o Norte, e a família Bolsonaro, a única que importa, virou célula-mártir de uma conspiração antipatriótica desde que Dudu Bananinha escolheu os Estados Unidos como terra natal.


Quanto à viagens relativísticas — que permitiriam tanto avançar para o futuro quanto voltar ao passado — Einstein demonstrou que o tempo passa mais devagar conforme a velocidade do observador aumenta (dilatação temporal), "congela" quando o observador atinge velocidade da luz e regride numa velocidade superluminal. O tempo negativo é uma realidade matemática e experimental no mundo quântico, mas continua sendo visto como "desfritar um ovo". E inverter a seta do tempo é essencial para saborear um filé de brontossauro com Fred Flintstone na pré-histórica Bedrock.

Para fruir dos efeitos da dilatação temporal, é preciso viajar a velocidades próximas à da luz, o que é inviável com a tecnologia atual. A boa notícia é que há outras opções no cardápio cósmico, como o Cilindro de Tipler — cuja rotação extrema geraria um frame dragging no tecido espaço-temporal, permitindo viajar não apenas pelo espaço, mas também pelo tempo. A má notícia é que sua densidade teria de ser infinita, e seu comprimento, comparável ao do próprio universo. Mas isso é uma questão de implementação, como disse a coruja ao coelho da fábula.

As misteriosas cordas cósmicas — que, apesar do nome, nada têm a ver com a famosa Teoria das Cordas — também são uma luz no fim do túnel. Se duas dessas cordas passassem perto uma da outra a uma velocidade próxima à da luz, a deformação que elas produziriam no espaço-tempo permitiria voltar ao passado "pegando um atalho no Waze do Universo". O problema é que ninguém jamais viu uma dessas cordas — nem em fotos de satélite, nem em buracos negros fotogênicos.

A opção mais popular entre os roteiristas de ficção científica são os buracos de minhoca — atalhos cósmicos que supostamente levariam uma espaçonave de um ponto a outro do espaço-tempo em segundos, mesmo que a distância linear fosse de milhares ou milhões de anos-luz. O problema é que mantê-los abertos exigiria uma quantidade imensa de "matéria exótica", com energia negativa tão densa que faria uma estrela de nêutrons parecer uma nuvem de algodão. A física não descarta a existência dessa matéria, mas ainda não sabe onde encontrá-la.

As coisas ficam ainda mais esquisitas quando saltamos do campo macroscópico para o mundo quântico.  Algumas interpretações da mecânica quântica — como a proposta por David Deutsch — sugerem que o tempo pode ser apenas mais uma coordenada entre muitas, e que viajar através dele seria como pular de uma realidade paralela para outra (em vez de voltar ao próprio passado, o viajante entraria num passado alternativo, onde sua presença não causaria paradoxos nem anomalias temporais).

Para quem acredita que o Universo é uma simulação — hipótese levada a sério por alguns filósofos e cientistas —, a viagem no tempo seria apenas uma questão de reverter os dados, como se fazia com as fitas VHS. Não se voltaria ao passado real, mas a uma versão armazenada ou replicada digitalmente, como um backup universal da realidade. 

Observação: Essa hipótese combina melhor com Matrix do que com Einstein, mas não custa sonhar — pelo menos enquanto Haddad não taxar taxar os sonhos. Ademais, se estamos mesmo em uma simulação, os bugs da viagem no tempo devem estar na próxima atualização do sistema.

Embora não haja evidências experimentais de que alguma dessas alternativas funcione, a física teórica continua fornecendo material para os autores mais ousados viajarem rumo ao passado, ao futuro ou a qualquer ponto entre os dois. 

Enquanto a ciência busca provas, a ficção já está lá: jantando com Einstein, jogando xadrez com Hawking e tomando chá com Schrödinger e seu gato — vivo ou morto, dependendo da linha temporal.

Continua...