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sábado, 4 de agosto de 2018

BOLSONARO — O MASSACRE E A VOLTA POR CIMA



Quando mais não seja, a sabatina transmitida pela Globo News a partir das 22h30 de ontem deixou claro que Bolsonaro não está minimamente preparado para ser presidente. E a julgar pelas suas respostas no programa, o candidato será massacrado se participar dos debates que acontecerão mais adiante.

Claro que não é essa a opinião da militância atávica, para quem seu ídolo saiu engrandecido da entrevista. Para tirar suas próprias conclusões, assista à reprise que a Globo News leva ao ar às 17h30 deste sábado  e atente especialmente para finalzinho, que foi no mínimo inusitado: ao ser perguntado por Roberto D’Ávila sobre se houve ou não ditadura militar no Brasil, Bolsonaro recitou de cor um editorial de O Globo, assinado por Roberto Marinho, defendendo o legado que salvou o Brasil de uma ditadura comunista. Atônitos, os nove jornalistas da bancada ainda ouviram do entrevistado que tanto a Globo quanto a Revista Veja foram criadas durante a “pretensa ditadura militar”.

Quando ia encerrar o programa, Miriam Leitão recebeu pelo ponto eletrônico — e repetiu simultaneamente, como se estivesse psicografando uma mensagem do além — outra nota de O Globo, desta vez justificando o fato de Roberto Marinho ter defendido a ditadura e citando outro editorial, este de 2013, que terminava assim:

“À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”

Para gáudio de Bolsonaro, a emenda ficou pior que o soneto (confira no vídeo).

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