QUANDO A VERDADE É SUBSTITUÍDA PELO SILÊNCIO, ESTE SE TORNA
UMA MENTIRA.
Tanto os discos de
vinil quanto os CDs têm seus
defensores e detratores, ainda que a escolha, a meu ver, tenha mais a ver com o
perfil e preferências do usuário do que com qualquer outra coisa. Entretanto,
compre salientar que essa é a opinião de alguém que até gosta de música, mas
está longe de ter ouvido privilegiado
e cacife para investir o preço de um
carro 0 km num equipamento de som de
primeira linha.
Passando ao que interessa, cerca de uma década depois de ter
sua produção descontinuada e ser relegado a brechós, sebos e afins, o vinil ressurgiu das cinzas: segundo o Mercado Livre, os LPs já respondem por 27% do volume no setor de música do portal,
devido a sua propalada fidelidade à
gravação original, decorrente de um processo
analógico que os puristas afirmam deixar no chinelo a gravação digital.
Observação: No primeiro caso o sinal é analógico por
definição; no segundo, ele é modificado por um conversor analógico-digital e reconvertido por um conversor
digital-analógico antes de ser amplificado e enviado para os alto-falantes do player (veja mais
detalhes na postagem anterior).
Com o devido respeito a quem pensa de maneira diferente, eu
acho que essa propalada diferença só é percebida por audiófilos de carteirinha. O resto é papo de saudosista. Para
conferir, grave seu bolachão
preferido num CD-R de boa qualidade,
muna-se de um bom fone de ouvido, selecione algumas faixas e peça a alguém que
as reproduza, mas alternando a origem aleatoriamente. Se nessa “audição cega”
você conseguir identificar quem é quem, meus parabéns! Muna-se do seu poderoso cartão de crédito e vasculhe a Web em busca de versões em vinil dos seus álbuns preferidos. Caso contrário,
digitalize sua discoteca e apure uns trocados vendendo os originais num sebo
que trabalhe com áudio, tais como o SEBO DO DISCO e o VENTANIA.
Quanto à durabilidade e facilidade de manuseio, o ponto vai
para os CDs, pois a leitura a laser
não implica em contato físico entre a cabeça e a superfície da mídia. Ainda
assim, é importante manuseá-los pela borda, limpá-los com uma flanela antiestática
antes de inseri-los no drive e guardá-los em suas embalagens originais, ao
abrigo da luz solar e de outras fontes de calor (para saber como eliminar
pequenos riscos e abrasões, clique aqui
e aqui).
No vinil, por sua
vez, a trilha espiralada tende a acumular gordura das mãos, poeira e outras
impurezas, acentuando o desgaste promovido pelo contato da agulha com os micro-sulcos
– problema que se agrava a cada reprodução. Para minimizá-lo mantenha os discos
em suas capas originais (tanto a de plástico quanto a de papelão) e guarde-os
na posição vertical, longe de fontes de calor. Note que os riscos e abrasões no
frágil bolachão são irreversíveis, e
que, diferentemente do que ocorre com os CDs, criar novas cópias em vinil é um
processo que requer equipamento profissional.
Outra questão
importante é o custo/benefício. Um bom conjunto
de som – toca-discos, amplificador e caixas acústicas – custa caro. Aliás,
na época áurea do vinil, muita gente
recorria àquelas vitrolinhas portáteis, com os falantes estrategicamente instalados
na tampa, que alguns inconsequentes levavam até em piqueniques na praia (“toc,
toc, toc”, pé de pato, mangalô, três vezes).
Já os CD Players caíram barbaramente de preço, especialmente depois da popularização dos MP3 Players, dos pendrives e dos celulares/smartphones, que permitem ouvir música durante a caminhada matinal, no ônibus, no carro, enfim, praticamente em qualquer lugar.
Já os CD Players caíram barbaramente de preço, especialmente depois da popularização dos MP3 Players, dos pendrives e dos celulares/smartphones, que permitem ouvir música durante a caminhada matinal, no ônibus, no carro, enfim, praticamente em qualquer lugar.
Para encerrar, fica
uma pergunta: o que dizer da qualidade sonora desses aparelhinhos?
Segunda-feira a gente conta
a resposta. Enquanto isso, ria (ou chore) com os vídeos a seguir.
Bom f.d.s. a todos.
Bom f.d.s. a todos.