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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

AINDA SOBRE GLEISI HOFFMANN, A PRESIDENTA DO PT


Como vimos no post de terça-feira, a senadora Gleisi Hoffmann não tarda a ser julgada por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas a coisa não para por aí: ela é alvo de 10 ações no STF, sendo 7 criminais e 3 indenizatórias, e, segundo Veja publicou na edição impressa desta semana, acusada em três investigações de receber R$ 23 milhões em propina.

Depoimentos colhidos pela PGR no caso do chamado “Quadrilhão do PT” revelam que o dinheiro desviado dos cofres públicos não se limitou a financiar as campanhas eleitorais de “narizinho”. Despesas com combustível, contas de luz, condomínio, telefone, salário de motorista particular e até brinquedos para seus filhos, tudo era pago com recursos de uma conta-propina abastecida com dinheiro do contribuinte.

Observação: Gleisi é admiradora confessa do tiranete Nicolás Maduro, que vem destruindo alegremente a economia da Venezuela. Para ela, parece não fazer a menor diferença que o peso médio dos venezuelanos tenha caído 11 quilos no ano passado, e que 87% da população vive atualmente na pobreza, de acordo com um novo estudo sobre as condições de vida e o impacto da escassez de alimentos no país. Para saber mais, siga este link.

A PF já havia descoberto que Paulo Bernardo, marido da senadora e ex-ministro do Planejamento no governo Lula, havia planejado a vida financeira da família: a Consist ― empresa que administrava a lista de funcionários públicos, aposentados e pensionistas que recorriam a empréstimos consignados ― superfaturava a taxa de administração das operações e direcionava parte do excedente para os cofres do PT e outra parte para figurões da ORCRIM, dentre os quais o “casal 20”, que usava o escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves ― chefe do advogado e ora delator Marcelo Maran ― para receber sua parte do butim. Mas a maior fonte de renda da petista era seu prestígio político e sua influência no PT, que lhe renderam, além das propinas da Consist e da Petrobras, algo em torno de R$ 5 milhões da Odebrecht e R$ 10 milhões da JBS.

Gleisi já era ré da Lava-Jato no STF quando, com o apoio de Lula, foi alçada à presidência nacional do PT, em junho do ano passado (como eu disse, nada melhor que um criminoso para chefiar uma quadrilha). A ideia era de que, com ela no comando, o partido se abraçaria a Lula, e vice-versa.

Eleita com mais de 3 milhões de votos em 2010, Gleisi aparecia em 8º lugar no último levantamento realizado pelo Instituto Paraná de Pesquisas em dezembro de 2017. Com a condenação de Lula no TRF-4, suas chances de se reeleger despencaram, mas, de olho no foro privilegiado, ela deve concorrer a uma cadeira na Câmara Federal, já que para se eleger deputada não são precisos mais do que 100 mil votos. Se o downgrade não contribui para seu projeto de concorrer ao governo do Paraná, ao menos a livra da pena implacável do juiz Sérgio Moro pelos próximos 4 anos, o que já não é pouco.

Quis o destino, porém, que o processo contra o casal de petralhas aterrissasse na mesa do decano Celso de Mello, revisor das ações da Lava-Jato na 2ª Turma do STF. Assim que o ministro concluir seu voto, a data do julgamento será anunciada. Com isso, é provável que a loirinha e seu amado líder venham a tomar banho de sol juntos, no Complexo Médico-Penal de Pinhais, desfrutando da agradável companhia de Eduardo CunhaJoão VaccariSérgio CabralAntonio Palocci e outros figurões da política tupiniquim.

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sábado, 19 de agosto de 2017

GLEISI HOFFMANN E A CEGUEIRA MENTAL DA MILITÂNCIA SINISTRA


De acordo com José Saramago, Nobel de Literatura em 1998, “a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito”.

Trata-se de uma alusão a um tipo de cegueira mental, na qual o escritor português joga com a diferença entre as palavras ver e olhar. O olhar aparece como a própria visão, o ato de enxergar, ao passo que o ver aparece como a capacidade de observar, de analisar uma situação. Para ele, a dificuldade em conseguir enxergar além do superficial pode ser encarada como a alienação do homem em relação a si mesmo.

Dito isso, passemos a Gleisi Hoffmann ― codinome “coxa” na planilha de propinas da Odebrecht. Ícone do panteão petista, a lourinha vermelha se tornou ré por ter recebido R$ 1 milhão em propina para sua campanha em 2010, e é investigada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (segundo a PF, ela recebeu R$ 4 milhões em propina da Odebrecht, em 2014, disfarçada de doação eleitoral). No entanto, esse currículo exemplar não impediu sua escolha para substituir o insosso Rui Goethe da Costa Falcão na presidência do PT. Antes pelo contrário: ninguém melhor do que um criminoso para comandar uma quadrilha. Demais disso, o exemplo vem de cima: o eterno presidente de honra do PT e principal articulador da promoção de Gleisi foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão no processo que envolve o notório triplex no Guarujá e é investigado em mais cinco ações penais, duas das quais sob a pena do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Gleisi fez por merecer o posto. Durante o impeachment de Dilma, ela liderou a tropa de choque da imprestável, e após o desfecho norteou sua atividade parlamentar pela política do quanto pior melhor, além de vir promovendo uma oposição inconsequente que em nada contribui para o avanço do país. Semanas atrás, por orientação do ex-guerrilheiro de araque e ora presidiário José Dirceu e do mui suspeito presidente da CUT, ela e mais quatro “companheiras de ideologia” ocuparam por mais de 6 horas a mesa diretora do Senado, como forma de obstruir a votação da reforma trabalhista (que acabou sendo aprovada mesmo assim). Para um país que mal superou o trauma de ter como primeira presidente mulher uma besta teleguiada pelo padrinho, esse protesto feminista com controle remoto masculino foi algo lamentável.

Ao assumir a presidência do partido, Gleisi declarou que o PT não faria autocrítica de seus atos escabrosos para não fortalecer o discurso dos adversários: “não somos organização religiosa, não fazemos profissão de culpa, tampouco nos açoitamos. Não vamos ficar enumerando nossos erros para que a direita e a burguesia explorem nossa imagem”. Demais disso, vem enaltecendo a ditadura venezuelana. Ao abrir o 23º encontro do Foro de São Paulo, na Nicarágua, a senadora prestou solidariedade ao PSUV ― vítima, segundo o PT, de violenta ofensiva da direita pelo poder na Venezuela. “Temos a expectativa de que a Assembleia Constituinte possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana e que as divergência políticas se resolvam de forma pacífica”, disse a desqualificada, a despeito de aquele país amargar a segunda maior taxa de homicídios do mundo, conviver com uma taxa de inflação de 2.200% e um índice de desnutrição infantil que já alcança 20% das crianças com menos de 5 anos, além de contabilizar mais de 100 mortos na “quase guerra civil” em que se encontra já há algumas semanas. E Gleisi, com a cara mais deslavada do mundo, atribui as denúncias contra o governo de Nicolás Maduro a uma campanha da CIA e da “imprensa golpista”.

O que mais me causa espécie é a “valorosa militância vermelha” continuar endeusando líderes imprestáveis e apoiando incondicionalmente gente da pior espécie. Talvez a tal cegueira mental impeça essa gente de ver o que salta aos olhos das pessoas normais. Por que, então, Gleisi não faz a trouxa, pega sua turma e se muda para a Venezuela ou para Cuba? Ou será que ela acredita mesmo que conseguir driblar eternamente a justiça escondendo-se debaixo do manto pútrido do foro privilegiado?

Vamos ver o que vai dar no próximo dia 28, quando Gleisi e o marido, o ex-ministro petralha Paulo Bernardo, deverão prestar depoimento no STF. Cadeia neles! E Lula Lá!

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