Deu no Estadão de ontem (e o link está aqui
para quem quiser conferir) que a ministra dos Direitos Humanos desta Banânia apresentou ao governo um pedido para acumular seu salário com o de
desembargadora aposentada. Se deferido o pedido, Luislinda Valois ― esse é o nome da criatura ― passaria a receber o
valor mensal (bruto) de R$ 61,4 mil.
Em 207 páginas, ela reclama que, por causa do teto
constitucional, só pode ficar com R$
33,7 mil do total das rendas, o que, segundo ela, “sem sombra de dúvidas se
assemelha ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela
legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da
Escravatura”.
Devido à regra do abate-teto,
segundo a qual nenhum servidor pode ganhar mais do que um ministro do Supremo,
o salário de ministra dessa senhora cai para míseros R$ 3.292 brutos ― o de desembargadora, de R$ 30.471,10, é integralmente preservado.
Como se não bastasse o absurdo do pedido, Luislinda, ao se referir à Lei Áurea, diz que a norma “recebeu o número 3533”, quando o número correto é 3353. A mulher não sabe nem copiar! Diz ela, ainda, que “ao criar o teto remuneratório, não se pretendeu, obviamente, desmerecer ou apequenar o trabalho daquele que, por direito adquirido, já percebia, legalmente, os proventos como sói acontecer na minha situação”.
Vale lembrar que o Código Penal define trabalho análogo ao
de escravo aquele que submete a pessoa a condições degradantes, jornada
exaustiva, trabalho forçado, cerceamento de locomoção e servidão por dívida. Como
ministra, Luislinda ― que é filiada
ao PSDB ― tem direito a carro com
motorista, jatinhos da FAB, cartão corporativo, imóvel funcional e a salário de
R$ 30,9 mil.