Mais uma maracutaia da “alma viva mais honesta do universo”:
A PF concluiu que a defesa de Lula mandou o “laranja” da cobertura em
São Bernardo, Glaucos Costamarques, assinar
26 recibos falsos depois da prisão de José
Carlos Bumlai ― o primo de Costamarques
que passou de consiglieri da Famiglia
Lula da Silva a alguém que “não era tão amigo assim”, nas palavras do capo di tutti i capi.
Segundo O Globo,
os investigadores “avaliam o episódio como uma possível tentativa de obstrução
à Justiça por parte de Lula, uma vez
que a defesa procurou um dos réus ainda com as investigações em curso”. Se a
fraude for comprovada, o molusco deveria ser (novamente) denunciado por obstrução
da justiça e preso imediatamente.
O apartamento em questão ― vizinho ao dúplex onde mora Lula ― foi alugado pela Presidência da
República para garantir a segurança do então presidente, que continuou a
utilizá-lo depois que deixou o Planalto, quando o imóvel já havia sido “comprado”
por Costamarques. Pelo menos no
papel, porque as investigações apontam que o primo de Bumlai agiu como laranja ― o apartamento teria sido comprado pela Odebrecht e dado a Lula como propina.
Em depoimento ao juiz Sérgio
Moro, o “investidor” Glauco da Costamarques disse que “levou calote” durante quase cinco anos,
pois o aluguel só começou a ser pago em novembro de 2015, depois da prisão de
seu primo ― primo esse que o orientou a adquirir o imóvel. Para a Receita
Federal, no entanto, Costamarques
não tinha cacife para comprar o apartamento ― nem, muito menos, o terreno
destinado a sediar o Instituto Lula.
Naquele ano, o empresário amargou prejuízos em suas atividades rurais, e a
média de seus rendimentos mensais ficou em torno de R$ 5 mil. Os auditores
investigam dois empréstimos feitos pelos filhos de Costamarques, num total de R$
1,66 milhão, e R$ 800 mil pagos
pela construtora DAG, que era usada
pela Odebrecht para distribuir
propina.
A análise fiscal faz parte da ação em que Lula e Costamarques são réus, e a suspeita é de que o ex-presidente tenha
se beneficiado do apartamento sem pagar aluguel. Em seu depoimento ao juiz Moro, o Lula disse desconhecer a inadimplência nos pagamentos e prometeu
procurar os recibos e entregá-los à Justiça. No mesmo dia, também em depoimento
ao juiz Moro, Costamarques
afirmou que o contrato de locação foi celebrado com dona Marisa Letícia em 2011, que só começou a receber os aluguéis em
novembro de 2015, que alguns pagamentos foram feitos por meio de depósitos não
identificados (entre novembro de 2015 e fevereiro deste ano, mês em que a
ex-primeira dama morreu) e que assinou de uma só vez todos os recibos
referentes ao ano de 2015 ― curiosamente, ele declarou os valores dos
pagamentos ao Fisco, apesar de “não ter visto a cor do dinheiro até novembro de
2015”.
Também curiosamente, a PF
não encontrou nem o contrato de aluguel nem os recibos quando passou um
pente-fino em todos os imóveis ligados ao ex-presidente, mas, na semana
passada, a defesa do petralha apresentou 26 comprovantes, todos com a letra de Costamarques e alguns recheados de irregularidades. Eles
teriam sido levados ao Hospital
Sírio-Libanês a pedido de Roberto
Teixeira (advogado e compadre de
Lula), e foram assinados todos de uma vez por Costamarques, que estava internado para a realização de uma angioplastia.
Não mudem de canal, senhores telespectadores, porque novas
emoções os aguardam.
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