PARA ENGANAR, O DIABO ATÉ REZA MISSA.
Depois que The
New York Times e The Guardian revelarem
que dados de dezenas de milhões de usuários da maior rede social do planeta foram repassados e usados pela Cambridge
Analytica (empresa de análise de dados que trabalhou na campanha de Donald Trump em 2016 e, na Europa, para
o grupo que promovia o Brexit), o Facebook vive momentos de dificuldade: dois dias após a publicação do escândalo, o valor de mercado da empresa encolhera em US$ 50 bilhões.
A maracutaia começou em 2014 com um aplicativo chamado “thisisyourdigitallife” (essa é sua vida digital, numa tradução
direta), que pagava pequenas quantias a usuários que fizessem um suposto teste psicológico e autorizassem o uso dos dados coletados em pesquisas acadêmicas. Mas a coleta de informações
aumentou exponencialmente porque, além das informações de cada usuário que participou do teste, também foram
repassados nome, profissão, data de nascimento, hábitos e preferências de todos os seus contatos.
Observação: Quando mais não seja, isso é um alerta
para a gente não instalar aplicativos no PC ou smartphone sem ler atentamente
os tediosos termos e condições do contrato ― por pressa, desconhecimento ou
puro descaso, simplesmente clicamos em Sim,
Yes, Aceitar, OK, Next ou qualquer outro botão que dê
início à instalação dos programinhas. Depois, não adianta chorar.
O uso indevido das informações chegou ao conhecimento do Facebook há cerca de dois anos, mas a Cambridge Analytica só foi suspensa da
plataforma depois que a imprensa começou a investigar o caso. Inicialmente, a rede se recusou a reconhecer a falha, dizendo que os jornais faziam alegações
falsas e difamatórias (parece até a retórica de certo ex-presidente corrupto,
ora condenado por 9 magistrados a 12 anos e 1 mês de prisão), mas o aplicativo utilizado na coleta dos dados foi retirado do ar
em 2015.
O grande erro do Facebook
foi não ter protegido a privacidade de seus usuários, possibilitando o uso de
aplicativos sem conhecimento das consequências do acesso da ferramenta à sua
base de dados e de como esses dados seriam utilizados. Mark Zuckerberg, criador e CEO da rede, pediu desculpas pelo
ocorrido e informou que sua equipe está trabalhando para melhorar a
segurança (depois disso, o valor das ações do Facebook subiu 1%).
Para o jornalista Zulfikar Abbany, da agência de
notícias alemã DW, o Facebook não
deveria ser usado, o que torna os usuários igualmente culpados pelas violações de
dados. Segundo ele, cada violação de dados é iniciada no momento em que se faz
o login online ― mesmo protegido por uma rede virtual privada (VPN)", e
reforça sua tese aludindo ao fato de não haver uma maneira simples e intuitiva de se excluir a conta no Face.
Na próxima postagem a gente vê algumas medidas práticas de proteção e como excluir definitivamente a conta no Facebook. Até lá.
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terça-feira, 3 de abril de 2018
O CASO DO FACEBOOK E O QUE OS USUÁRIOS PODEM FAZER PARA SE PROTEGER
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Jornalista, blogueiro, entusiasta da informática, articulista de TI, autor de livros e de artigos publicados em revistas especializadas quando as pessoas ainda procuravam essas informações na mídia impressa.
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