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terça-feira, 9 de agosto de 2016

FONES DE OUVIDO

SÓ NÃO ESTAMOS DE QUATRO, URRANDO NO BOSQUE, PORQUE O SENTIMENTO DE CULPA NOS SALVA.

A “paternidade” do rádio é tão controversa quanto a do avião, que até hoje gera polêmicas. Para alguns, o posto cabe ao padre gaúcho Roberto Landell de Moura, pioneiro na transmissão de som e sinais telegráficos sem fio através de ondas eletromagnéticas. Para outros, no entanto, o posto cabe ao italiano Guglielmo Marconi, que não inventou nenhum dispositivo em particular, mas foi pioneiro no das as ondas hertzianas de forma prática ou rotineira no âmbito da comunicação.

Na verdade, tudo começou com o inglês Michael Faraday ― descobridor da indução magnética ― e o físico escocês James C. Maxwell ― cujos estudos resultariam na teoria moderna do eletromagnetismo. Isso sem mencionar o empresário estadunidense Thomas Alva Edison, mais conhecido como o inventor da lâmpada elétrica incandescente, mas que registrou nada menos que 1.063 patentes, dentre elas a do diodo termiônico, precursor das válvulas usadas nos antigos aparelhos de rádio e de televisão.

Os primeiros rádios portáteis remontam a meados do século passado. Eles começaram a ser fabricados logo após a invenção do transistor, em 1947, tornaram-se populares nas décadas se 60 e 70 ― notadamente porque funcionavam com pilhas e eram pequenos e leves, o que permitia leva-los para praticamente qualquer lugar ― e foram fabricados aos bilhões. Como não há nada como o tempo para passar, os jurássicos aparelhinhos cederam espaço para o walkman e o discman (invenções da empresa nipônica Sony), e o fato de esses gadgets não disporem de alto-falantes embutidos popularizou o uso dos fones de ouvido.

Observação: A maioria dos radinhos portáteis de antigamente vinha com fone de ouvido ― monoaural, incômodo de usar e de péssima qualidade sonora ―, mas que ao menos evitava incomodar as demais pessoas com o nem sempre sofisticado gosto musical do dono do aparelho. Já os modelos que acompanhavam o walkman/discman e, mais adiante, o festejado iPod, da Apple (lançado em 2001), eram estereofônicos ― ou seja, capazes de reproduzir som a partir de dois canais distintos, proporcionando uma audição mais próxima da música ao vivo ― e bem menos desconfortáveis.

Mais adiante, quando os telefones celulares se popularizaram e evoluíram a ponto de armazenar e reproduzir arquivos multimídia, fones de ouvido cada vez mais sofisticados foram surgindo no mercado. Hoje em dia, diante da vasta gama de recursos providos pelos smartphones, há uma profusão de opções para todos os gostos e bolsos, dos mais elementares, vendidos nos melhores camelódromos por cerca de R$ 10, aos mais rebuscados, que podem custar milhares de dólares.

Recentemente, a PROTESTE organização não governamental voltada à defesa do consumidor ― testou 10 modelos intra-articulares (preferidos pela maioria dos usuários, ainda que sejam menos confortáveis do que os supra auriculares) e constatou, mais uma vez, que preço elevado não é necessariamente sinônimo de melhor qualidade. Para que você tenha uma ideia, o modelo da marca Skullcandy, que se destacou como melhor do teste, custa mais barato que o da consagrada fabricante JBL e teve desempenho superior, como veremos em detalhes na próxima postagem.

Abraços a todos e até amanhã.