PRIMEIRO É PRECISO APRENDER A REMAR, PARA DEPOIS ASSUMIR O LEME.
Não confunda gasolina
aditivada com premium (tipo “Grid”,
“Podium”, etc.), pois sua octanagem é a mesma da gasolina comum — a diferença fica por conta dos
aditivos (detergentes, em sua maioria) que previnem a carbonização das
válvulas e dos pistões. Nas gasolinas premium, a octanagem maior permite comprimir a mistura de 12 a 14 vezes (taxas de
compressão entre 12:1 e 14:1) sem que
ocorra a indesejável “batida de pino” (detonação), que prejudica o rendimento e pode danificar o motor.
Observação: Usar gasolina aditivada não “aumenta a potência”, a despeito do que
afirmam certas propagandas veiculadas na TV. O que ela faz e manter válvulas e pistões livres da indesejável carbonização, ajudando a preservar o desempenho original por
mais tempo. Mas abastecer com gasolina premium só vale a pena em veículos com
motores de capacidade cúbica superior a 2.000cc e taxa de compressão de, no
mínimo, 12:1 — a exceção fica por
conta dos importados “não tropicalizados”, que sofrem com água suja
comercializada no Brasil como “gasolina comum”. Portanto, use gasolina premium somente no reservatório da partida a frio, caso seu veículo Flex ainda utilize esse sistema (detalhes
nesta
postagem).
O álcool vendido nas bombas é o hidratado, que contém entre 4% e 5% de
água. O álcool anidro, que é misturado à gasolina para barateá-la, aumentar sua
octanagem e reduzir a emissão de poluentes, passa por um processo de destilação forçada para eliminar a água é por evaporação, e seu teor alcoólico é de, no mínimo, 99,6%.
Ao contrário do que se costuma imaginar, etanol e gasolina se misturam de maneira
homogênea e, portanto, queimam juntos. O que se separa (e desce para o
fundo do tanque) é o excesso de água presente no combustíveis adulterados. Ainda que abastecer em postos que praticam preços mais elevados não garanta a qualidade
do produto, a prudência recomenda fugir de postos onde o preço praticado fica muito abaixo da média da
região.
Habitue-se a aferir regularmente o consumo do seu
carro, pois alterações significativas são indícios de combustível de má
qualidade. Mas vale lembrar que o consumo será sempre maior com etanol do que
com gasolina (por razões amplamente discutidas nas postagens anteriores), como também no uso urbano (a não ser que você pegue a estrada engarrafada ou percorra longas distâncias sob um temporal
daqueles).
Observação: Zerar o hodômetro parcial ao encher o tanque
e dividir a distância percorrida pelo número de litros que couberem da próxima
vez pode até dar uma ideia aproximada do consumo, mas desde que você abasteça na mesma
bomba e não deixe o frentista “arredondar” o valor a ser pago — aliás, é fundamental interromper o abastecimento
no primeiro desarme do bico, sob pena de danificar o cânister
(voltarei a esse assunto mais
adiante).
Calibre os pneus semanalmente (com a pressão recomendada
pelo fabricante) e evite levar carga inútil no porta-malas. Tanto o atrito de rolamento, que aumenta com os pneus murchos, quando o excesso de peso com a mala apinhada
de tranqueiras demandam maior esforço do motor e, consequentemente, impactam no
consumo de combustível.
Note que é normal veículo gastar mais combustível no inverno, já que a densidade do ar frio faz com que o módulo de injeção enriqueça a mistura
para otimizar a combustão. Dias frios também levam o motor a gastar mais energia para atingir a temperatura normal de trabalho, além de aumentar o arrasto aerodinâmico em razão da maior densidade do ar.
Amanhã a gente continua.