IDADE NÃO É
SINÔNIMO DE SABEDORIA; MUITOS VELHOS NÃO PASSAM DE OBTUSOS LONGEVOS.
Há pouco mais de um mês, a venda de lâmpadas incandescentes foi proibida (as de 60 W ou inferiores, pois as demais já
haviam sumido das prateleiras há tempos), e os estabelecimentos que não se adequarem às novas regras, sujeitos a multas que podem chegar a R$1,5 milhão!
Observação: Uma lâmpada fluorescente gasta 75% menos
energia do que uma lâmpada incandescente de luminosidade equivalente ― economia
que chega a 85% com uma lâmpada de LED. A troca das lâmpadas incandescentes
começou em 2012, com a proibição da venda de modelos com mais de 150 W; no ano
seguinte, foi a vez das de potência entre 60 W e 100 W, e em 2014, das lâmpadas
de 40 W a 60 W. Neste ano, a proibição se estende também à produção e importação
de lâmpadas incandescentes de 25 W a 40 W, cuja fiscalização passará a ocorrer
a partir 2017.
A restrição foi estabelecida pela Portaria Intermunicipal 1.007/2010,
com vistas a minimizar desperdícios de energia elétrica, mas é mais uma ingerência de um governo
incompetente na vida dos incompetentes que elegeram seus representantes.
Como bem lembrou Rodrigo Constantino, o Estado trata
o cidadão como se fosse um idiota, alguém totalmente dependente dessa “preciosa
entidade clarividente, onisciente e onipresente” para saber o que é bom e o que
não é para si mesmo. Nos EUA, segundo o jornalista, veem-se motoqueiros sem
capacete ― o que é “um absurdo” na opinião dos paternalistas, embora menos
perigoso do que pelo Rio, haja vista os índices de violência na Cidade
Maravilhosa, e nem por isso as pessoas foram proibidas de andar por lá.
Mas explicar algo tão banal para os paternalistas tupiniquins é um
desafio e tanto (e para alguns americanos também, pois infelizmente a coisa vem
piorando por lá, como David Harsanyi mostra em seu livro O Estado Babá). No Brasil, as
pessoas acham que cabe ao estado regular tudo, do sal no restaurante até a
maneira como o pão francês deve ser vendido. E pobre daquele desalmado
perdulário sem consciência ecológica que quiser pagar mais para ter uma lâmpada
que considere melhor ou mais bonita. Não pode! Pecador dos infernos! Estúpido!
Toma aqui essa multa milionária que é para aprender a valorizar mais os
discursos ecoterroristas do Al Gore
e da Marina Silva!
Não bastasse o governo brasileiro criar aquela tomada ridícula de três pinos
― que, como a jabuticaba, só existe no Brasil ―, ainda se arroga o direito de
decidir qual a lâmpada que cada um pode ter em casa ou no trabalho. É um povo
bovino mesmo, que olha para o estado como um papai autorizado a cuidar de todos
nós. O brasileiro médio jamais vai entender o pensamento básico de Ronald Reagan: “O governo existe para nos proteger contra terceiros; ele vai além de
suas funções quando tenta nos proteger de nós mesmos”.
Mas não fique triste, leitor. As coisas sempre poderiam ser piores. O
governo poderia impor luz de velas para poupar ainda mais energia. Ou, se o PT
continuasse no poder, poderíamos chegar à situação venezuelana, e nem ter mais
como acender a luz, seja incandescente, seja aquela dos ecochatos…
– Moleque, desce daí ou vou contar para o seu pai!!!
E o menino respondeu:
– Aproveite que ele está alí no outro pé!!!