Recapitulando: Terça-feira, 29, Genival Inácio da Silva bate a caçoleta e Lula, diante da chance de fazer um
necromício na chácara do vigário, pede permissão pra comparecer
ao funeral. O pedido é negado em primeira e segunda instâncias. Quarta-feira, 30, faltando meia hora para o enterro, Dias Toffoli — ex-advogado de Lula promovido por ele a ministro
supremo — concede a permissão, mas desde que o ex-chefe se reúna com familiares numa base militar, sem imprensa militantes, apoiadores e celulares. Sem palanque,
sem comício e sem uma plateia para comover com suas lágrimas de crocodilo, Lula rejeita a oferta e
passa a capitalizar politicamente “a desumana decisão” que o impediu de se
despedir do “irmão querido”.
Lula foi bem representado no funeral: Gleisi Hoffmann, a lunática presidente nacional do PT, e Fernando Haddad, o incorrigível fantoche do presidiário, se não chegaram a sapatear sobre o caixão do morto — como fez Lula no enterro da mulher, em 2017 —, também não pouparam críticas a Sérgio Moro (que não teve nada com o peixe) e aos “juízes desumanos” que, segundo a narrativa petista, perseguem seu amado chefe.
Lula foi bem representado no funeral: Gleisi Hoffmann, a lunática presidente nacional do PT, e Fernando Haddad, o incorrigível fantoche do presidiário, se não chegaram a sapatear sobre o caixão do morto — como fez Lula no enterro da mulher, em 2017 —, também não pouparam críticas a Sérgio Moro (que não teve nada com o peixe) e aos “juízes desumanos” que, segundo a narrativa petista, perseguem seu amado chefe.
Durante uma audiência, o juiz do Trabalho José Augusto Segundo Neto, da 21.ª Vara
de Recife conquistou seus 15 minutos de fama ao pedir licença às partes para “manifestar
suas condolências ao ex presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da
Silva, pela morte de seu irmão Genival
Inácio da Silva aos 79 anos, ao tempo (sic) em que lamenta não possa sua
excelência ter participado das homenagens fúnebres ao seu irmão mais velho, ato
humanitário, deferido ao (sic) todos os homens, inclusive aqueles eventualmente
presos”. Depois dessa tocante homenagem, o magistrado determinou o
encaminhamento de cópia da ata ao Instituto
Lula (talvez imaginando que, a exemplo do que ocorre na Venezuela, falte
papel higiênico em São Paulo).
Ricardo Noblat, um
dos jornalistas mais petistas do país, publicou um comentário que fez jus à
“nova” revista Veja, onde vem
destilando seu besteirol depois que deixou O
Globo: “Rasgaram a lei. E é um escárnio um dos motivos
alegados pela PF para subtrair a Lula o direito de ir ao velório do
irmão: seus helicópteros estão em Brumadinho.
O PT se ofereceu para fretar um
avião que transportaria Lula e os
agentes federais, mas a oferta sequer foi nem considerada”.
Segundo os fala-merda de plantão, Lula ficou inconsolável por não poder se
despedir do irmão Vavá. Mas será
mesmo? Em 1978, Aristides Inácio da
Silva, pai de Lula e alcoólatra
inveterado, foi sepultado como indigente no cemitério de Vicente de
Carvalho. Nenhuma mulher, ex-mulher ou filho se dignou de lhe conceder um
túmulo.
Dois anos depois, quando era
líder sindical e havia sido preso pela ditadura militar, Lula foi autorizado a comparecer ao velório da mãe, dona Lindu, onde sindicalistas e outros
puxa-sacos bradavam Lula Livre e o cantor
Agnaldo Timóteo pedia a prisão dos
corruptos (?!). Em 2002, em plena campanha, chorou copiosamente para as câmeras
de Duda Mendonça ao relembrar a
morte da primeira mulher, 30 anos antes, embora não tenha esperado nem dois
anos para engatilhar nova família ao lado de Marisa Letícia.
Entre 2003 e 2010, o então
presidente perdeu dois irmãos — João Inácio
morreu de câncer em 2004 e Odair Inácio,
de enfarto em 2005 —, mas não compareceu ao enterro de nenhum deles. Segundo o Conexão Política, enquanto o corpo do primeiro
era velado, o pulha jantava com ministros e assessores na Granja do Torto.
Não se sabe exatamente quantos
irmãos teve Lula. Segundo um deles, Roberto Ferreira de Góes, o pai teve 17
filhos; pelas contas de Frei Chico,
eles eram em 19; para Jackson Inácio da
Silva, 25. Denise Paraná, na biografia
de Lula, contabiliza 22. Mas o fato
é que Lula nunca foi próximo da maioria
deles sobretudo os irmãos por parte de pai. Após a separação dos pais, Lula e os irmãos Vavá e Frei Chico foram
criados por dona Lindu, enquanto Aristides buscou outros relacionamentos
e teve mais uma penca de filhos — com os quais Lula nunca teve grande ligação.
Em 2017, já em pré-campanha, Lula transformou o velório da ex-primeira
dama em comício e o cadáver em arma contra seus adversários políticos: ‘Na verdade, Marisa morreu triste. Porque a canalhice que fizeram com ela… E a
imbecilidade e a maldade que fizeram com ela… Eu vou dedicar… Eu tenho 71 anos,
não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito porque eu quero provar
que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela’.
Em 2018, transformou sua prisão num espetáculo de circo mambembe, com direito a
missa campal, showmício e utilização de sindicalistas como escudos humanos. Agora,
em sua indefectível aldrabice, apregoa um suspeito e inesperado amor fraternal
pelo irmão Vavá.
O PT sempre consegue surpreender e baixar ainda mais o nível. É um
escárnio com os vivos e os mortos que um necromício seja aventado em público,
que jornalistas de Veja o defendam
sem sofrer uma chuva de e-mails exigindo sua demissão e que o Brasil ainda
suporte gente que transforme defunto em arma política.