sexta-feira, 28 de novembro de 2025

THANKS GOD IT´S (BLACK) FRIDAY

TUDO PELA METADE DO DOBRO DO PREÇO.

A Black Friday surgiu nos Estados Unidos nos anos 1960 e chegou ao Brasil em 2010. Tanto lá quanto cá, ela acontece na sexta-feira seguinte ao Dia de Ação de Graças. A diferença é que, aqui, maus comerciantes inflam os preços antes de aplicar os “descontos”, justificando a alcunha de Black Fraude e o bordão tudo pela metade do dobro do preço. Mas quem se dispuser a pesquisar pode economizar um bom dinheiro, tanto nas compras online como nas lojas físicas.

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Bolsonaro apresentou pelo menos três versões sobre “meter o ferro de solda na tornozeleira”. A primeira aldrabice foi que ele bateu o dispositivo numa escada. Quando ela foi desmentida pelo plástico derretido, ele disse que fez o que fez por curiosidade. E quando essa versão também não colou, vieram os médicos para lhe atribuir uma alucinação causada por medicamentos, e os advogados para construir uma balela em “juridiquês castiço” — mas tão verdadeira quanto uma nota de três reais. Restou ao "mito" dos aluados fingir demência, mas doido que se preza come merda e rasga dinheiro.
E que raio de alucinação leva alguém a tirar a tornozeleira com a qual nunca se conformou? Ou a se insurgir contra uma condenação baseada no princípio segundo a qual as consequências sempre vêm depois? Não se trata de alucinação, mas de (mais) um insulto à inteligência alheia. E vale lembrar que fascistas, fascistóides e aspirantes a tiranetes não são doentes mentais, mas oportunistas desprezíveis que fizeram essa escolha política.
Moraes declarou na última terça-feira (25) o transito em julgado do processo em que o núcleo crucial da tentativa de golpe foi condenado. Bolsonaro deve cumprir sua pena de reclusão na sala VIP da Superintendência de PF do DF, para onde, aliás, ele já tinha sido levado após o episódio da tornozeleira.

As primeiras transações comerciais foram baseadas no escambo — sistema em que bens e serviços eram trocados diretamente. Conchas e metais preciosos passaram a ser usados como moeda de troca em 3.000 a.C., e as primeiras moedas surgiram na Turquia por volta de 600 a.C. — mesma época em que os chineses criaram as primeiras cédulas de papel. O cheque se popularizou no século XX, mas perdeu espaço para os cartões de crédito e de débito.

A ideia do cartão de crédito surgiu nos anos 1920, embora a primeira versão aceita pelo comércio tenha sido criada cerca de 30 anos depois, quando um certo Frank McNamara esqueceu a carteira ao sair para jantar com amigos em Nova York, apresentou seu cartão de visita, assinou a nota e prometeu pagar a despesa no dia seguinte. 

Já os cartões de débito surgiram nos anos 1980 para facilita a movimentação das contas bancárias — tanto nas agências quanto nos terminais de autoatendimento —, mas logo passaram a ser aceitos pelos lojistas, já que a transferência imediata do dinheiro eliminava os riscos de calote típicos do fiado e dos cheques sem fundo.

Observação: Até então, o cheque era a forma de pagamento à vista mais popular nos anos 1980, e os pré-datados funcionavam como um crediário informal para parcelar compras sem burocracia. Como havia poucos caixas eletrônicos naquela época, “trocar cheques” era uma prática comum, sobretudo nos fins de semana: a gente gastava Cr$ 10 na padaria do bairro, pagava com um cheque de Cr$ 50 e levava o troco em dinheiro. 

O DOC e o TED, criados em 1985 e 2002, respectivamente, foram amplamente usados nas transferências eletrônicas tupiniquins até serem superados pelo Pix, lançado em 2020, que trouxe mais agilidade e praticidade. Mesmo assim, os cartões de crédito e débito continuam sendo largamente utilizados. 

Nas lojas físicas, é indiferente usar um ou outro, mas nas compras online é mais seguro gerar um cartão de crédito virtual, já que a numeração, a validade e o CVV (código de segurança) servem para uma única transação, um número limitado de compras ou um prazo determinado. A emissão é feita pelo próprio usuário, através do aplicativo do banco, e os gastos são lançados na fatura do cartão físico vinculado ao virtual.

Observação: A despeito das camadas de criptografia e das precauções de segurança que bancos e empresas online utilizam, os golpistas sempre encontram maneiras de acessar os dados pessoais dos internautas. Compras fraudulentas são mais difícil contestar quando são feitas pelo cartão de débito, sem falar que eles permitem aos criminosos acessar a conta corrente e esvaziá-la antes que a vítima perceba.

Em viagens ao exterior, por não fornecer acesso direto à conta corrente do usuário, o cartão de crédito é preferível ao de débito. Mas vale lembrar que hotéis e locadoras de veículos costumam bloquear uma quantia específica no no check-in ou na retirada do carro, como forma de cobrir eventuais danos ou garantir a devolução do veículo. Como o valor bloqueado costuma ser significativo, é possível que o titular fique momentaneamente sem limite suficiente para outras despesas.

Boas compras.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 56ª PARTE

TANTO VA LA GATTA AL LARDO CHE CI LASCIA LO ZAMPINO.

Andrew Carlssin realizou mais de 100 operações de alto risco e lucrou quase US$ 350 milhões em apenas duas semanas. Acusado de usar informações privilegiadas, confessou ao FBI que sabia de antemão como o mercado se comportaria porque viera do ano de 2256, e se prontificou a revelar eventos futuros em troca da permissão de voltar para casa, na "nave temporal" que escondera para "evitar que a tecnologia caísse em mãos erradas".

Segundo os sites que relatam o caso, os agentes não encontraram registros de alguém chamado Andrew Carlssin antes de dezembro de 2002, quando foi feita a denúncia. Em fevereiro de 2003, a história desencadeou uma onda de especulações que até hoje alimenta teorias da conspiração.

 

Rastreando-se as menções até sua origem, descobriu-se que quem deu o "furo" foi o tabloide sensacionalista Weekly World News (com a ressalva de que a maioria dos casos relatados era fictícios). Algumas versões da notícia foram ilustradas com um flagrante da prisão, mas a foto era de um ex-gerente de fundos do banco Bear Stearns e não havia registros verificáveis de prisões relacionadas a esse caso específico nem registros da Securities and Exchange Commission (SEC) sobre operações fraudulentas com essas características.

 

Ainda que a economia norte-americana estivesse fortemente afetada pela Guerra do Iraque em 2003, alguém que investisse US$ 800 e lograsse êxito em 126 transações dificilmente obteria US$ 350 milhões em 14 dias. Ademais, se Carlssin revelou o paradeiro de Bin Laden, por que o fundador da Al-Qaeda só foi encontrado oito anos depois? E por que a cura da AIDS não foi descoberta até hoje?


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O Centrão topou com duas das coisas que mais temia: um Bolsonaro destrambelhado e uma Polícia Federal autônoma.

Se tudo desse certo, Tarcísio de Freitas compraria o apoio de Bolsonaro com a apólice do indulto e o grupo trocaria a redução da dosimetria das penas pela PEC da Blindagem. Mas deu errado e, sem blindagem, gente como Ciro Nogueira e Antonio Rueda, barões da coligação União-PP, e os governadores Cláudio Castro e Ibaneis Rocha, são intimados pelos fatos a explicar os rombos do Master no instituto de Previdência do Rio e no banco de Brasília.

Na manhã de sábado, Tarcísio de Freitas correu às redes sociais para engrossar o coro de governadores e líderes de direita contra o despacho que trancou Bolsonaro na PF, mas calou-se depois que vieram à tona o vídeo com a tornozeleira derretida e as versos de que Bolsonaro esbarrou a tornozeleira numa escada, meteu ferro de solda na peça por curiosidade e que “teve um surto paranoico”.

O medo da irrelevância estimula Bolsonaro a protelar a transferência do que restou do seu legado e manter a ameaça de lançar a candidatura do primogênito Flávio ao Planalto. Com isso, o sonho de Tarcísio apodrece antes de ficar maduro, e a proposta de redução das penas, já descartada antes da prisão do condenado, derreteu junto com a solda usada por ele para violar a tornozeleira na madrugada de sábado. 

Os governadores Tarcísio, Caiado, Zema, Castro e Leite organizavam para a noite de segunda-feira um jantar em São Paulo, que, segundo Flávio Bolsonaro seria um “encontro de canalhas”.

 

Outro caso estranho aconteceu em junho de 1950. Consta que um homem surgiu misteriosamente na região de Manhattan (epicentro de NYC) e vagou desorientado pela Times Square. Quando foi abordado por um capitão da polícia, ele tentou fugir, foi atropelado por um táxi e teve morte instantânea. O policial imaginou tratar-se de um bêbado, mas a calça xadrez, o tecido do casaco, as fivelas de metal dos sapatos e o chapéu da vítima eram típicos da era vitoriana.

 

A hipótese de que o sujeito teria saído de uma festa à fantasia foi descartada quando o capitão encontrou com ele US$ 70 em notas e moedas aparentemente novas, mas impressas e cunhadas antes de 1876. Havia ainda uma espécie de recibo emitido por um estábulo — onde ele supostamente deixara seu cavalo — e uma carta enviada da Filadélfia para uma empresa na 5ª Avenida — cujo endereço não existia. Mas não foram encontradas impressões digitais, certidão de nascimento ou relatório de pessoa desaparecida com as características da vítima.

 

Buscando pelo nome que constava nos cartões de visita do falecido, o policial descobriu que um certo Rudolph Fentz Jr. havia morrido cinco anos antes. Em contato com a viúva, soube que o sogro dela, Rudolph Fentz, desaparecera misteriosamente no final dos anos 1800. Pesquisando na base de dados da polícia, encontrou o registro do desaparecimento de alguém com o mesmo nome, datado de 1876, e observou que a foto correspondia à aparência da vítima. No entanto, dadas as singularidades do caso, ele só mencionou suas descobertas depois que se aposentou.

 

Uma investigação conduzida em 2002 pelo ufólogo Chris Aubeck concluiu que não havia provas consistentes de que o episódio realmente acontecera, mas tampouco descartou a possibilidade. Há quem diga que a história foi criada pelo escritor Jack Finney, autor de uma antologia de ficção científica chamada About Time. O conto final, intitulado I'm Scared, retrata a história de Fentz desde seu surgimento em Nova York até o final das investigações, e a foto que pipocou durante anos em debates virtuais sobre o assunto era de um modelo fotográfico chamado Henz.

 

Casos como os de Carlssin e Fentz continuam circulando pela Internet e povoando o imaginário coletivo, ora como evidências ocultas de algo que não compreendemos, ora como boas histórias de ficção embaladas como notícia. Mas a possibilidade de haver uma centelha de verdade nessas narrativas nos convida a seguir adiante, mesmo quando o caminho passa por arquivos de jornais sensacionalistas, registros policiais duvidosos e relatos que soam mais como roteiro de filme B do que como documento histórico.

 

Continua...

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

TRISTE BRASIL

De tão recorrente, o vitimismo político se tornou um padrão nesta banânia.

De D. Pedro I, forçado a abdicar em 1831, ouvimos que “abria mão do cargo para "que o Brasil sossegasse".

Em 1954, Vargas tirou a própria vida (se é que não foi “suicidado”) e deixou uma carta melodramática afirmando que "saía da vida para entrar na História”.

Em 1961, Jânio Quadros afirmou que "forças terríveis o levaram a renunciar”. Vice do demagogo cachaceiro, João 'Jango' Goulart denunciou uma trama em que "não o deixavam governar" e foi apeado pelo golpe militar de 64.

Collor disse que caiu por conta de "um complô articulado por interesses contrariados"; Dilma, que foi vítima de uma "farsa"; Temer, que havia "uma conspiração contra seu governo". Lula, que ficou preso por 580 dias, pariu a seguinte pérola: "Eu sou uma jararaca; eles tentaram me matar e não conseguiram".


Em que pese esse passado de ressentimentos e lamúrias de imperadores e presidentes, ninguém foi tão constante na vitimização como Bolsonaro, seus familiares e seguidores. Além de requentar, amplificar e instrumentalizar ad nauseam a facada que levou às vésperas das eleições de 2018, o aspirante a tiranete perorou que "deu o sangue pelo país", numa tentativa de transformar um atentado em evento messiânico e idólatra.


No clássico "Purificar e Destruir", Jacques Sémelin anotou que muitos dos regimes mais autoritários e sanguinários da história foram justificados por uma violência redentora e restauradora contra inimigos da pátria que impedia o povo de atingir seu potencial.


No populismo, o povo é sempre trabalhador, moral, altivo, o verdadeiro representante da alma mais pura da nação, herdeiro legítimo dos bons tempos que construíram o país, e “eles”, os conspiradores que minavam os fundamentos da pátria como cupins.


A única saída para curar essa doença social era identificar os inimigos do povo e depois prender, exilar e matar. Não que os ditadores gostassem de violência. Eles a evocavam como um mal necessário para a restauração da ordem e passava a ser aceita como parte de uma guerra justa, legítima defesa, motivada por uma ira santa, patriotismo e sacrifício dos verdadeiros patriotas que sonham restaurar o passado glorioso que foi roubado por "eles".


Quanto mais crimes demandados pelos líderes do movimento, mais o vitimismo servia como justificativa moral e espiritual para os carrascos convocados naquela missão cívica. Mas a democracia pressupõe alternância de poder e é do jogo que grupos políticos distintos tenham vitórias e derrotas, entrem e saiam do poder.


Como ensinou Roger Scruton, a democracia é o regime em que os derrotados na eleição aceitam ser governados pelo grupo adversário e vão para a oposição em paz, desejando boa sorte a quem venceu e mostrando que o país está acima daquela disputa que se encerra. 


A lógica autoritária e tribal não reconhece adversários legítimos, apenas inimigos a serem destruídos. Toda disputa é existencial, e o destino da nação está sempre naquela disputa pelo poder que não admite derrota. Se o fim é a salvação do povo, todo meio é legítimo na luta, mesmo os mais violentos e arbitrários. E a maneira mais eficiente de convencer um cidadão comum a cometer atos criminosos, como invadir e vandalizar prédios públicos, é fazer com que ele acredite que ele é vítima, e que, naquela disputa, é matar ou morrer.


Foi essa lógica que alimentou o núcleo de desinformação da trama golpista bolsonarista — e funcionou por anos como central de produção de fantasias persecutórias, instigando e radicalizando parte da população contra as instituições, as urnas, as pesquisas e "eles".


Nenhum movimento político no país levou o vitimismo e o conspiracionismo tão longe quanto o bolsonarismo. Em 2018, ainda no hospital, Bolsonaro afirmou em rede nacional: "Eu, pelo que eu vejo nas ruas, não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição". Três anos depois, diante de pastores, completou: "Só saio [da presidência] preso, morto ou com a vitória". "Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil", repetia. "Deus me colocou aqui, e somente Deus me tira daqui". Depois da prisão, mais vitimismo: "Estou sendo humilhado. Não tem nada de concreto. Isso é perseguição".


Quando foi derrubado por um golpe militar, D. Pedro II tinha à mão todo o prestígio necessário para incendiar o país e provocar o caos. Muitos correligionários se ofereceram para pegar em armas e defender seu reinado, mas ele partiu sem vitimismo, sem bravata, sem transformar sua dor em chantagem. Aceitou o exílio com serenidade. Saiu como estadista, não como coitado — e nunca foi superado. Jamais teremos mais um brasileiro como D. Pedro II, mas poderíamos ter ao menos um mínimo de compostura.


Bolsonaro precisa de remédio que ofereça democracia, não de psiquiatra. Não existe droga química contra o fascismo. O remédio é a política, o exercício da democracia até onde ela deve e pode alcançar, que é fazer a defesa de si mesma. E para isso é preciso às vezes prender pessoas que cometem crimes.


Os advogados do ex-presidente insistem que seu cliente precisa ficar em casa para ter uma assistência permanente, eventualmente com aparelhos, etc., que na cadeia ele não teria. Mas a pergunta é: cadê o imbrochável, incomível e imorrível, para quem a Covid não passava de uma gripezinha mixuruca? Que estaria saudável para enfrentar uma campanha eleitoral, mas que vai morrer se ficar numa cela da Papuda?


Bolsonaro sempre foi contra punir fake news, porque mentir não é crime. Na esteira desse raciocínio, fingir demência também não é.


Inspirado em um artigo de Alexandre Borges

terça-feira, 25 de novembro de 2025

DO DESKTOP AO SMARTPHONE (TERCEIRA PARTE)

POLÍTICA NÃO É SÓ A ARTE DE ENGOLIR SAPOS, MAS TAMBÉM A ARTE DE PEDIR VOTOS AOS POBRES, PEDIR RECURSOS FINANCEIROS AOS RICOS E DEPOIS MENTIR PARA AMBOS. 

Os smartphones substituem os desktops e notebooks na maioria das tarefas, de modo que sua autonomia se tornou tão importante na escolha do modelo quanto a memória RAM e o armazenamento interno. Mas mesmo baterias de 5.000 mAh ou superiores não duram o dia todo quando o dispositivo é usado a fundo.

 

A autonomia depende da capacidade da bateria, do consumo energético do aparelho e do uso que se faz dele. O cálculo é simples: uma bateria de 12 V e 2 A fornece 24 W de potência (tensão × corrente). Ou seja: quanto mais recursos ativos, mais rápido a carga se esgota. Isso é apenas um detalhe quando se tem uma tomada por perto ou um carregador 12V no carro, e vale lembrar que recargas parciais desgastam menos a bateria do que deixar o telefone desligar automaticamente por falta de energia. 


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Eduardo Bolsonaro defendeu publicamente a fuga do pai, que está preso preventivamente por “meter o ferro de soldar” na tornozeleira eletrônica. Durante a audiência de custódia, o "mito" alegou que um "surto paranoico" o levou a imaginar escutas na tornozeleira e a danificar o dispositivo com um ferro de soldar.

Bolsonaro já se refugiou na embaixada da Hungria (em março p.p.) e cogitou pedir asilo ao governo argentino. No exame de corpo de delito deste sábado, ele mencionou um improvável surto, visando criar uma narrativa de instabilidade mental não diagnostica.

A Primeira Turma do STF tinha até às 20h de ontem para ratificar a prisão preventiva decretada por Xandão, e o fez por unanimidade pouco depois das 10h da manhã.

 

Configurações mais conservadoras ajudam a reduzir o consumo sem sacrificar a usabilidade, mas o próprio sistema pode ser um dreno constante. O Android é maleável, mas cobra um preço pela personalização — widgets animados, papéis de parede vivos e temas cheios de efeitos são bonitos, mas gastam muita energia.

 

Some-se a isso o conjunto de inutilitários pré-instalados, que rodam e segundo plano, sincronizam dados, recebem notificações e se atualizam, disputando recursos com os apps que realmente importam. Para piorar, a maioria desse bloatware não pode ser removida da maneira convencional, embora possamos congelá-la tocando em Configurações > Bateria interrompendo a execução em segundo plano. 


Aplicativos de redes sociais e mensageiros — como Facebook e Messenger — e conexões sem fio — Wi-Fi, Bluetooth, GPS e NFC — ativas desnecessariamente aceleram significativamente a descarga da bateria, já que o aparelho fica procurando redes ou dispositivos o tempo todo.


Observação: Manter o Wi-Fi sempre ligado é prático, mas deixa o celular vulnerável a conexões automáticas em redes públicas como as de shoppings, restaurantes, hipermercados e aeroportos, que podem ser verdadeiros focos de malware. E como a localização via Bluetooth também compromete a segurança, revise os aplicativos que têm permissão de localização e mantenha ativos somente os essenciais.


Ativar as opções Restringir atividade em segundo plano ou Suspender app não só economiza bateria como poupa ciclos do processador e da memória, entre outros recursos preciosos. Convém também ativar o Modo Avião em locais com sinal fraco, já que o celular tende a aumentar a potência da antena, consumindo ainda mais energia. 

 

Em aparelhos Motorola da linhas Moto G, Edge e One, o Modo de Economia limita processos em segundo plano, reduz vibrações e ajusta o desempenho para poupar energia. Sugiro configurá-lo para entrar em ação quando a reserva de carga atinge um nível específico — como 30% ou 20%. Aproveite o embalo e ligue a função Economia Extrema, que desativa quase todos os recursos não essenciais, mantendo somente chamadas e mensagens.

 

No fim das contas, economizar bateria é como economizar dinheiro: a conta sempre chega, mas dá para aliviar um pouco se a gente tiver jogo de cintura.


Continua...

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 55ª PARTE

entender como e por que o universo é como é nos ajuda a compreender por que estamos aqui.

 

Repetições são cansativas, mas necessárias em situações específicas. No caso do blog, a audiência rotativa exige contextualizações. Vamos a elas: 

 

Viajar no tempo pode parecer uma ideia tão maluca quanto as do Concorde nos tempos do 14-Bis e de uma viagem tripulada à Lua na Era das Grandes Navegações. Como não há nada como o tempo para passar, o supersônico que cruzava o Atlântico em cerca de três horas virou peça de museu, e a NASA não só enviou seis missões tripuladas bem-sucedidas à Lua, como também lançou duas sondas que já deixaram o Sistema Solar rumo ao espaço interestelar. 


Viajar no tempo como nos filmes de ficção científica é o fruto mais cobiçado — e ainda não alcançado — da "árvore da relatividade", mas a história está repleta de exemplos de teorias e tecnologias mirabolantes que se tornaram realidade. A maioria de nós dificilmente testemunhará o assentamento da primeira colônia em Marte, mas passar férias no planeta vermelho pode vir a ser tão normal para os netos de nossos netos como veranear na praia ou na montanha é para nós. No entanto, é improvável que eles voltem no tempo até o "nosso presente" para relatar suas estrepolias interplanetárias.


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A Famiglia Bolsonaro é especialista em criar crises, mas tenta resolvê-las criando outras ainda maiores, como se toda confusão não tivesse um custo e qualquer tentativa de pechinchar não aumentasse o prejuízo. Foi o que aconteceu na madrugada deste sábado, quando o ministro Alexandre de Moraes foi comunicado sobre a violação da tornozeleira eletrônica e ordenou a prisão preventiva do chefe do clã em uma sala da PF em Brasília. 

Xandão enxergou o óbvio propósito de fuga potencializado pela “vigília” pela saúde de Jair Bolsonaro, convocada via Xwitter pelo filho Flávio. Em seu despacho, o magistrado realçou que o tumulto nos arredores da residência do réu — que fica a 15 minutos de carro da embaixada dos EUA — poderia facilitar sua fuga. Lideranças e governadores bolsonaristas correram às redes sociais para acusar o ministro de impor suplícios a um mito dodói. A defesa declarou ter recebido a ordem de prisão com "profunda perplexidade", já que a detenção “coloca em risco a vida de seu cliente”. 

O lero-lero derreteu nas imagens de um vídeo produzido pela equipe de inspeção da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, no qual se vê a tornozeleira com sinais de grave avaria e se ouve Bolsonaro dizer à diretora-adjunta do órgão que “por curiosidade, meteu um ferro de solda no dispositivo”. 

Moraes escreveu: “não bastassem os gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga de Bolsonaro, o corréu Alexandre Ramagem, a aliada política Carla Zambelli e o filho Eduardo se valeram da estratégia de evasão do território nacional para evitar a aplicação da lei penal”.

O ministro deu 24 horas para a defesa explicar o atentado contra a tornozeleira, enquanto os filhos, insatisfeitos em aprofundar o buraco em que o pai se meteu, resolveram jogar terra em cima do sacripanta moribundo.

 

As viagens no tempo são plausíveis e matematicamente possíveis, mas os benefícios da dilatação do tempo — magistralmente ilustrados pelo paradoxo dos gêmeos — só são significativos em velocidades próximas à da luz. A velocidade que a Parker Solar Probe atingiu em dezembro de 2024 (692 mil km/h) corresponde a 0,064% da velocidade da luz. Isso deixa claro que a tecnologia de que dispomos atualmente não permite sequer cogitar o envio de uma missão exploratória tripulada aos confins do Sistema Solar.


Em tese, a distância entre dois pontos no Universo pode ser significativamente reduzida por buracos de minhoca (ou pontes Einstein-Rosen). Para muitos astrofísicos conceituados, provar a existência desses atalhos é apenas uma questão de tempo, mas daí a visitarmos mundos longínquos — neste ou em outro universo, no presente ou em outro ponto da linha do tempo — vai uma longa distância. Tão longa quanto os 14,76 quatrilhões de quilômetros que nos separam do buraco negro GaiaBH1, que fica a 1.560 anos-luz do nosso Sistema Solar. 

 

Ainda que os buracos de minhoca realmente existam e que haja um exemplar nas profundezas de Gaia BH1, ir até ele levaria 1.560 anos à velocidade da luz ou 2,5 milhões de anos na velocidade que a sonda mais veloz fabricada até agora alcançou no final do ano passado. Como os efeitos da dilatação do tempo só são significativos em velocidades próximas à da luz, nem Matusalém — que, segundo a Bíblia, viveu improváveis 969 anos — sobreviveria a uma viagem tão longa.

 

Não se descarta a possibilidade de um buraco de minhoca ser detectado a qualquer momento em alguma esquina do Universo, mas essa esquina pode estar tão longe que seria impossível ir até lá conferir e passar recibo. Pelo menos por enquanto: um engenheiro da NASA vem desenvolvendo um motor que usa íons e eletroímãs para acelerar partículas em loop helicoidal e gerar empuxo suficiente para impulsionar uma nave espacial a 99% da velocidade da luz. A ideia viola o princípio da conservação do momento linear, mas, se vingar, pode mudar o futuro das viagens espaciais.

 

Outra possibilidade promissora é dobrar o espaço-tempo ao redor da nave criando uma "bolha" que se move mais rápido que a luz sem violar a relatividade (porque não é a nave que se move dentro da bolha, e sim o espaço ao redor dela). Essa ideia encontra respaldo na física teórica, mas colocá-la em prática exigiria energia negativa e/ou matéria exótica, cuja existência carece de confirmação experimental direta). 

 

Também se cogita construir uma Esfera de Dyson, usar feixes de laser para impulsionar velas ultraleves a 20% da velocidade da luz (não parece grande coisa, mas daria para ir até Alpha Centauri em cerca de 22 anos), ou reatores como o ITER e o SPARC, que replicam o funcionamento das estrelas para gerar energia limpa e praticamente ilimitada — um passo crucial para viabilizar as ambições interestelares da humanidade.

 

Por ora, o sonho de entrar num buraco de minhoca e sair na Roma Antiga ou numa Terra apinhada de robôs conscientes permanece no território da ficção científica, mas existem outros caminhos que não a luz e a gravidade para contornar a tirania do tempo. A maioria das propostas nesse sentido é meramente especulativa (como foi um dia o helicóptero projetado pelo polímata Leonardo da Vinci), mas a história nos ensinou que tanto a arte imita a vida quanto a vida imita a arte, e que ficção de hoje pode ser a ciência de amanhã.

 

Os chamados cristais do tempo — estruturas exóticas que mudam de estado de forma periódica sem gastar energia, desafiando a Termodinâmica — podem não ser a chave para viagens temporais propriamente ditas, mas abrem precedentes curiosos sobre como o tempo pode ser manipulado em escalas microscópicas. Em teoria, eles seriam como relógios que funcionam ao contrário, isto é, no sentido inverso ao da seta do tempo.

 

Interpretação de Muitos Mundos — ramificação da mecânica quântica segundo a qual o Universo se divide a cada escolha ou evento — sustenta a existência de incontáveis realidades paralelas, cada qual representando uma versão diferente da História. Se essa teoria estiver correta, navegar entre esses mundos permitiria visitar uma realidade onde os dinossauros vão muito bem, obrigados, ou em que Klara Hitler abortou o feto que, na nossa realidade, nasceu, cresceu e protagonizou o Holocausto, entre outros requintes de crueldade. 

 

Mais pé-no-chão (mas ainda ambicioso) é o conceito de recriar o passado por meio da simulação computacional ultra-avançada. Com o fabuloso poder de processamento que os computadores quânticos devem atingir no médio prazo, seria possível reconstruir o estado do Universo com tamanha precisão que permitiria "reviver" o passado virtualmente, como num filme interativo da História. Não seria propriamente uma viagem física no tempo, mas seria o mais próximo disso que poderemos ter até que nossa tecnologia ombreie com a dos alienígenas que supostamente visitam nosso planeta há milhares de anos.

 

Cogita-se ainda a possibilidade de manipular o próprio tecido causal do universo. Na Teoria dos Conjuntos Causais, o espaço-tempo não seria contínuo, mas composto por blocos fundamentais — algo como os pixels de uma imagem digital. Se um dia conseguirmos manipular essa rede microscópica de eventos, talvez possamos saltar de um ponto a outro na linha do tempo como quem avança ou retrocede uma faixa de áudio digital. 


Claro que nenhuma dessas ideias inclui a tão sonhada fórmula mágica que permitiria saborear um filé de brontossauro em Bedrock, ao lado de Fred Flintstone e Barney Rubble. Mas o que realmente importa é que seguimos desafiando o tempo com aquilo que nos torna humanos: a curiosidade, a imaginação — e a teimosia científica de nunca aceitar o impossível como definitivo.

 

Continua... 

domingo, 23 de novembro de 2025

ARROZ COM LINGUIÇA EM RODELAS E CARNE EM CUBINHOS

OS JOVENS CRESCEM, OS ADULTOS ENVELHECEM, MAS NEM TODOS FICAM EXPERIENTES. 

O arroz é um dos cereais mais antigos cultivados pela humanidade. No tempo das nossas avós, ele era vendido à granel em empórios e armazéns, acompanhado de pedriscos, cascas, restos de insetos mortos e "marinheiros" — grãos quebrados que flutuavam quando colocados na água — daí ser preciso "escolher" e lavar os grãos antes de cozinhá-los.

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Durante o governo Bolsonaro, vimos a morte de crianças, a interrupção precoce de sonhos. Fomos confrontados com o assassinato de idosos, o verdadeiro incêndio de uma biblioteca. Quando os guardiões da floresta são assassinados pela fome, pelo envenenamento, pelo vírus, por bala ou por omissão, é uma parcela de todos nós que deixa de existir. Dutrante meses, os direitos do arquiteto do golpe foram amplamente garantidos, como deve ocorrer numa democracia. Os julgamentos foram transmitidos ao vivo e vimos uma flexibilidade por parte das cortes que nenhum outro brasileiro teria tido, mesmo quando os aliados dos golpistas fugiam do país.

Por isso, e por tanto mais, a prisão de Bolsonaro neste sábado marca um capítulo inédito da construção da democracia brasileira. E uma resposta contundente ao movimento autoritário que avança pelo mundo.


Atualmente, o arroz vendido nos supermercados é escolhido e pré-lavado. Lavá-lo novamente em casa reduz ainda mais a concentração de amido. O excesso de amido afeta o cozimento; a falta dele deixa os grãos mais secos e dificulta o preparo — sem falar que lavar o arroz reduz também a concentração de sais minerais e nutrientes importantes, como as vitaminas. Mas velhos hábitos são difíceis de erradicar.


Arroz com feijão é um prato típico da “culinária” brasileira. A mistura — bife, frango, linguiça ou ovo frito — depende do cardápio e do poder aquisitivo do comensal. Para que seu arroz fique soltinho e leve, como nos melhores restaurantes, adicionar uma colher (chá) de vinagre à água do cozimento evita que os grãos fiquem grudados e empapados, além de realçar o sabor e ajudar a conservar o arroz cozido por mais tempo.


Passando à receita de hoje, você vai precisar de:


— 6 colheres (sopa) de óleo de girassol;

— 1 gomo de linguiça calabresa cortado em rodelas;

— 500g de alcatra cortada em cubos e temperada com sal e pimenta;

— 2 dentes de alho picados;

— Meia cebola picada; 

— 2 colheres (sopa) de extrato de tomate;

— 6 xícaras (chá) de água morna;

— 1 tablete de caldo de carne;

— Sal, pimenta-do-reino e cheiro-verde picado a gosto.


Aqueça metade do óleo em fogo alto, frite a carne até dourar. Retire com uma escumadeira e reserve. 


Na mesma panela, agora em fogo médio e com o óleo restante, refogue o alho, a cebola e o arroz por 3 minutos. 


Coloque a carne e linguiça de volta na panela, junte o extrato de tomate, a água e o caldo de carne, acerte o ponto do sal, deixe cozinhar com a panela semi-tampada até a água quase secar, e então abaixe o fogo e destampe a panela.


Depois que toda a água secar, apague o fogo, solte o arroz com um garfo, transfira para uma travessa, polvilhe com cheiro-verde e sirva quente.


Bom apetite.