A FORMA PASSA, MAS A CLASSE PERMANECE.
Com a descoberta da eletricidade e dos combustíveis fósseis, motores elétricos e de combustão interna passaram a integrar veículos que até então eram puxados por animais (como o carro de boi) ou movimentados pelo próprio usuário (como a bicicleta).
Para funcionar, esses motores precisam de eletricidade ou de
combustível. E para que seu uso não fique restrito a percursos específicos
(como acontece com trens, trólebus e bondes), entram em cena as baterias e os
tanques de combustível.
O raciocínio
é basicamente o mesmo no universo dos PC portáteis e ultraportáteis. Para funcionarem
desconectados da tomada, notebooks, smartphones, tablets e assemelhados dispõem
de baterias
recarregáveis, cuja autonomia — representada pelo intervalo de tempo
entre as recargas — varia conforme a amperagem, o consumo energético do
aparelho e do perfil do usuário. Via de regra, quanto maior a amperagem, tanto
maior a capacidade do componente de fornecer energia.
Detalhe: Um miliampere/hora
(mAh) corresponde a 3,6 coulombs — ou seja, a
quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um
milésimo de ampère durante uma hora. Essa unidade de medida não tem relação com
a "potência" da bateria, que costuma ser expressa em joule ou watt/hora.
Depois que a
genialidade de Steve Jobs promoveu a microcomputador ultraportátil um
aparelho que nasceu para telefone sem fio de longo alcance, sistema operacional
e um miríade de aplicativos entraram em cena e passaram a disputar cada gota de
energia da bateria, reduzindo a autonomia da bateria e, consequentemente, o
intervalo entre as recargas. Mas isso não afeta todo mundo do mesmo jeito.
As baterias
evoluíram consideravelmente nos últimos anos, mas não a ponto para satisfazer
as exigências dos portáteis. Para não ficar sem energia no meio do dia, você
pode andar com um carregador sobressalente no bolso (ou um modelo veicular no
carro), implementar uma configuração mais “espartana” ou, na próxima troca de aparelho,
priorizar uma bateria de 5.000 mAh ou superior.
Falando em
carregador sobressalente, não é uma boa ideia economizar alguns trocados
comprando um produto genérico na banca de camelô da esquina. Se não for
possível adquirir um modelo idêntico ao original, assegure-se ao menos de que ele
seja homologado pelo fabricante do seu celular, e que a voltagem e a amperagem
sejam compatíveis.
Por diversas
razões, usar um notebook como substituto do PC de mesa se tornou uma prática
comum. Nessa situação, manter o portátil permanentemente conectado à tomada é igualmente
comum. A dúvida é quanto à bateria. Mantê-la instalada garante 100% de carga
quando e se for preciso usar note em trânsito. Além disso, ela funciona como
nobreak em caso de apagão da rede elétrica. Mas a carga constante gera muito
calor, e o superaquecimento pode reduzir drasticamente a vida útil da bateria.
A bateria dispõe
de um circuito de segurança que bloqueia a passagem de energia quando o
componente atinge 100% de sua capacidade de carga. A questão é que a energia
não utilizada se dissipa na forma de calor, e o calor é um dos maiores inimigos
da bateria. Alguns fabricantes — como a Apple — recomendam usar o
note dos dois modos: um pouco na bateria e um pouco na tomada. A medida
contribui para que o componente esteja sempre calibrado e elimina uma fonte
extra de calor (associada ao uso constante do carregador).
Observação: Comprei meu primeiro portátil em 2003
e já perdi a conta de quantos vieram depois dele. Sempre os usei conectados à
tomada, jamais removi a bateria e todos seguiram adiante com o componente em
perfeitas condições de funcionamento.
Para
concluir: O carregamento rápido é uma mão na roda, sobretudo quando reparamos que a bateria está quase “seca”
minutos antes de sair para um compromisso externo, p. ex. Para criar “carregadores turbo”,
a maioria dos fabricantes aumenta a voltagem (em vez de alterar a amperagem).
Observação: A voltagem
(tensão) é a força da corrente elétrica, enquanto a amperagem (corrente) é a
quantidade de eletricidade que flui entre a bateria e o dispositivo.
Multiplicando esses valores, chega-se à potência nominal. A maioria dos
telefones suporta 5V/2,4A.
Mesmo que o
carregador seja de 5V/3A, a carga se dará apenas na faixa para a qual o
aparelho foi projetado. Portanto, além de um carregador rápido, o dispositivo
precisa de um circuito de carga capaz de usar um dos padrões de carregamento turbo
para “a mágica acontecer”.
Para saber se
seu smartphone suporta carga rápida, consulte o manual ou o site do fabricante.
E lembre-se: portinhas USB e carregadores veiculares e sem fio quebram o galho,
mas são muito menos eficientes que os modelos com fio. Só os utilize quando e se não
houver alternativa.