quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

CARGA RÁPIDA

A FORMA PASSA, MAS A CLASSE PERMANECE.

Com a descoberta da eletricidade e dos combustíveis fósseis, motores elétricos e de combustão interna passaram a integrar veículos que até então eram puxados por animais (como o carro de boi) ou movimentados pelo próprio usuário (como a bicicleta). 

Para funcionar, esses motores precisam de eletricidade ou de combustível. E para que seu uso não fique restrito a percursos específicos (como acontece com trens, trólebus e bondes), entram em cena as baterias e os tanques de combustível.

O raciocínio é basicamente o mesmo no universo dos PC portáteis e ultraportáteis. Para funcionarem desconectados da tomada, notebooks, smartphones, tablets e assemelhados dispõem de baterias recarregáveis, cuja autonomia — representada pelo intervalo de tempo entre as recargas — varia conforme a amperagem, o consumo energético do aparelho e do perfil do usuário. Via de regra, quanto maior a amperagem, tanto maior a capacidade do componente de fornecer energia.

Detalhe: Um miliampere/hora (mAh) corresponde a 3,6 coulombs — ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora. Essa unidade de medida não tem relação com a "potência" da bateria, que costuma ser expressa em joule ou watt/hora.

Depois que a genialidade de Steve Jobs promoveu a microcomputador ultraportátil um aparelho que nasceu para telefone sem fio de longo alcance, sistema operacional e um miríade de aplicativos entraram em cena e passaram a disputar cada gota de energia da bateria, reduzindo a autonomia da bateria e, consequentemente, o intervalo entre as recargas. Mas isso não afeta todo mundo do mesmo jeito.

As baterias evoluíram consideravelmente nos últimos anos, mas não a ponto para satisfazer as exigências dos portáteis. Para não ficar sem energia no meio do dia, você pode andar com um carregador sobressalente no bolso (ou um modelo veicular no carro), implementar uma configuração mais “espartana” ou, na próxima troca de aparelho, priorizar uma bateria de 5.000 mAh ou superior.

Falando em carregador sobressalente, não é uma boa ideia economizar alguns trocados comprando um produto genérico na banca de camelô da esquina. Se não for possível adquirir um modelo idêntico ao original, assegure-se ao menos de que ele seja homologado pelo fabricante do seu celular, e que a voltagem e a amperagem sejam compatíveis.

Por diversas razões, usar um notebook como substituto do PC de mesa se tornou uma prática comum. Nessa situação, manter o portátil permanentemente conectado à tomada é igualmente comum. A dúvida é quanto à bateria. Mantê-la instalada garante 100% de carga quando e se for preciso usar note em trânsito. Além disso, ela funciona como nobreak em caso de apagão da rede elétrica. Mas a carga constante gera muito calor, e o superaquecimento pode reduzir drasticamente a vida útil da bateria.

A bateria dispõe de um circuito de segurança que bloqueia a passagem de energia quando o componente atinge 100% de sua capacidade de carga. A questão é que a energia não utilizada se dissipa na forma de calor, e o calor é um dos maiores inimigos da bateria. Alguns fabricantes — como a Apple — recomendam usar o note dos dois modos: um pouco na bateria e um pouco na tomada. A medida contribui para que o componente esteja sempre calibrado e elimina uma fonte extra de calor (associada ao uso constante do carregador).

Observação: Comprei meu primeiro portátil em 2003 e já perdi a conta de quantos vieram depois dele. Sempre os usei conectados à tomada, jamais removi a bateria e todos seguiram adiante com o componente em perfeitas condições de funcionamento.

Para concluir: O carregamento rápido é uma mão na roda, sobretudo quando reparamos que a bateria está quase “seca” minutos antes de sair para um compromisso externo, p. ex.  Para criar “carregadores turbo”, a maioria dos fabricantes aumenta a voltagem (em vez de alterar a amperagem). 

Observação: A voltagem (tensão) é a força da corrente elétrica, enquanto a amperagem (corrente) é a quantidade de eletricidade que flui entre a bateria e o dispositivo. Multiplicando esses valores, chega-se à potência nominal. A maioria dos telefones suporta 5V/2,4A.

Mesmo que o carregador seja de 5V/3A, a carga se dará apenas na faixa para a qual o aparelho foi projetado. Portanto, além de um carregador rápido, o dispositivo precisa de um circuito de carga capaz de usar um dos padrões de carregamento turbo para “a mágica acontecer”.

Para saber se seu smartphone suporta carga rápida, consulte o manual ou o site do fabricante. E lembre-se: portinhas USB e carregadores veiculares e sem fio quebram o galho, mas são muito menos eficientes que os modelos com fio. Só os utilize quando e se não houver alternativa.