As ferramentas de segurança estão cada vez mais “inteligentes”, intuitivas e amigáveis, mas ainda consultem o usuário em situações específicas (e, nessa hora, clicar em SIM ao invés de NÃO, ou em PERMITIR ao invés de BLOQUEAR é dor de cabeça na certa). Demais disso, diversas maracutaias digitais passam ao largo dessa proteção, como é o caso dos HOAXES. Imagine que:
Numa sexta-feira qualquer, o relógio do escritório marca meio-dia. Quando você se prepara para gastar os poucos trocados que lhe restam num sanduba gorduroso do sujinho da esquina, seu PC acusa o recebimento de um novo e-mail. Curioso, você abre a mensagem e vê que o velho Osama finalmente se lembrou do Brasil: dois 747s carregados com explosivos colidiram há poucos minutos com o Congresso Nacional, ceifando de maneira chocante (literalmente), a carreira de centenas de políticos tupiniquins. Ainda boquiaberto diante da notícia, você imagina que o governo irá decretar três dias de luto oficial – ou mesmo feriado nacional – e já pensa em economizar a grana do lanche para investir em meia dúzia de rojões de cinco tiros – afinal, acontecimentos dessa natureza merecem ser comemorados em grande estilo. No entanto, você logo desconfia de algo de podre no Reino da Dinamarca – ou, melhor dizendo, da Brasília da Fantasia: às sextas-feiras, o Congresso costuma estar mais vazio que a sua carteira, de modo que notícia deve ser apenas um boato.
Brincadeiras à parte, seria lamentável destruir uma obra arquitetônica como a do Congresso simplesmente para eliminar maus políticos (coisa que pode ser feita através das urnas, desde que o povo se conscientize disso).
Enfim, voltando ao mote desta postagem, o termo Hoax (boato) é usado no léxico da Web para designar falsos alertas que chegam por e-mail ou são divulgados em redes sociais – geralmente num tom alarmista e/ou “endossados” por empresas de renome como IBM, Microsoft, Symantec e outras que tais. Esses “avisos” recomendam a adoção de “medidas corretivas” ou a execução de programas supostamente destinados a neutralizar a ação de pragas virtuais, além de recomendar enfaticamente ao destinatário repassá-los para o maior número possível de pessoas.
Um exemplo clássico – antigo, mas que de vez em quando volta à tona – é o do “Vírus do Ursinho” (jbdgmgr.exe). A mensagem sugere que o “vírus” em questão (que apresenta o ícone de um ursinho) escapa dos antivírus e fica latente por 14 dias, sendo imperativo localizá-lo e removê-lo o quanto antes. Quando o destinatário do e-mail segue tais instruções, acaba removendo um arquivo legítimo do Windows (e levando muitos de seus contatos a fazer o mesmo).
Identificar um hoax nem sempre é fácil, já que os temas explorados são os mais diversos. No entanto, essas pragas sempre trazem algo como “espalhe esta mensagem para sua lista de contatos” ou “encaminhe este e-mail para o máximo de pessoas possível” (se o texto incluir ameaças do tipo “você terá azar, ficará solteiro pelo resto da vida e blá, blá, blá”, nem tenha dúvida de que se trata de um hoax!).
Se o alerta lhe parecer autêntico e for “endossado” por alguma empresa bem conceituada, confirme a informação junto a quem de direito (além de esclarecer sua dúvida, a empresa poderá divulgar um desmentido em seu website, evitando, assim, que outros internautas sejam enganados). Caso isso não seja possível, recorra a sites como http://vil.mcafee.com/hoax.asp, http://www.symantec.com/business/security_response/threatexplorer/risks/hoaxes.jsp, www.datafellows.com/news/hoax/ e http://hoaxbusters.ciac.org/, de modo a evitar contribuir para a disseminação de “mentiras” e acabar mal visto por quem der por verdade o teor das mensagens e se trumbicar ao adotar as providências sugeridas.
Passemos agora ao nosso tradicional humor de sexta-feira:
O menino diz ao pai:
- Pai, posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro meu filho.
- O que é Política?
- Bem - diz o pai -, vou usar a nossa família como exemplo. Sou eu quem traz dinheiro para casa, então sou o "Capitalismo". Sua mãe administra (gasta) o dinheiro, então ela é o "Governo". E como nós cuidamos das suas necessidades, então você é o "Povo". A empregada é a "Classe trabalhadora" e seu irmão nenê, o "O Futuro". Deu pra entender?
- Mais ou menos, pai.
Naquela noite, despertado pelo choro do irmãozinho que havia sujado a fralda, o menino vai ao quarto dos pais e encontra sua mãe num sono profundo. No quarto de serviço, ele vê pelo buraco da fechadura o pai, na cama, na maior “festa” com a empregada. Na manhã seguinte, ele diz ao pai:
- Pai, eu já entendi o que é política!
- Ótimo, meu filho! Então, explique com suas próprias palavras.
- Bom – diz o menino -, enquanto o Capitalismo fode a Classe Trabalhadora, o Governo dorme profundamente, o povo é totalmente ignorado e o Futuro fica todo cagado!
Bom f.d.s. a todos.