Nos primórdios da computação pessoal, adicionar um novo dispositivo de hardware ao PC exigia intrincadas configurações de endereços IRQ e DMA (vade retro!) que deixavam de cabelo em pé até os técnicos mais experientes. Mais adiante, o advento do PnP (Plug and Play) e o lançamento do Windows 95 facilitariam esses procedimento – conquanto alguns dispositivos de legado (padrão ISA) ainda exigissem configurações via jumpers e causassem conflitos nem sempre fáceis de resolver. Felizmente, tudo isso é passado: hoje em dia, basta conectar fisicamente os dispositivos e instalar os drivers adequados para ver tudo funcionar a contento, sem mencionar que a tecnologia USB simplificou ainda mais a vida dos usuários.
Criado em meados dos anos 90, o Universal Serial Bus conquistou o mercado pela simplicidade de conexão – pois dispensa o desligamento do computador e a abertura do gabinete para fazer as ligações. Suas controladoras detectam automaticamente os periféricos e, dependendo do consumo desses dispositivos, dispensam o uso de fontes externas de energia.
Em 1997, praticamente todas as placas-mãe já ofereciam pelo menos duas portas USB 1.1, mas sua taxa máxima de transferência (1,5 MB/s) logo se revelou insuficiente para a conexão de múltiplos periféricos numa mesma porta (em tese, até 127), pois a velocidade é compartilhada entre todos (isso sem mencionar que o uso de dispositivos mais exigentes como HDs externos, por exemplo, também ficava prejudicado.
A virada do século trouxe o USB 2.0, com taxa de transferência máxima de 60 MB/s e totalmente compatível com a versão anterior (note, porém, que se você conectar um dispositivo USB 1.1 numa porta USB 2.0, ele funcionará na velocidade do padrão 1.1). Esse padrão continua sendo amplamente utilizado por mouses, teclados, impressoras, pendrives, celulares, câmeras digitais, filmadoras e outros gadgets, pois a possibilidade de plugá-los e removê-los “a quente” e o reconhecimento automático (a partir da versão XP do Windows) facilita sobremaneira o dia a dia dos usuários.
Vale lembrar que uma nova versão já chegou ao mercado (USB 3.0, ou SuperSpeed), com taxa de transferência de respeitáveis 4,8 Gbps e capacidade de alimentar eletricamente periféricos que consomem até 900 mA (contra 500 mA da versão anterior). Seus cabos e conectores são compostos por 9 fios, embora suportem dispositivos do padrão antigo (4 fios), quando então são utilizados somente os contatos da parte frontal do conector. Para facilitar a diferenciação, os fabricantes estão adotando a cor azul na parte interna dos novos conectores, mas como isso não é obrigatório, convém atentar para as especificações do produto na hora da compra.
O USB 3.0 tem tudo para aposentar seu predecessor, embora isso não deva ocorrer da noite para o dia, e sim de forma gradual. Durante o período de transição, é possível que portas de ambos os padrões coexistam pacificamente em placas-mãe e laptops.
Bom dia a todos e até a próxima.