quarta-feira, 8 de julho de 2015

A (CADA VEZ MENOR) AUTONOMIA DOS NOSSOS GADGETS

PARA QUEM TEM FÉ, NENHUMA EXPLICAÇÃO É NECESSÁRIA; PARA QUEM NÃO TEM, NENHUMA EXPLICAÇÃO É POSSÍVEL.

Enquanto a demanda dos smartphones por energia cresce exponencialmente, sua autonomia aumenta de forma linear (por autonomia, entenda-se o período durante o qual um aparelho funciona sem exigir recarrega ou substituição do componente que o alimenta). Para piorar, a recarga é um processo lento, especialmente quando levado a efeito via interface USB do PC ou tomada 12 V do carro, de maneira que, além de investir em designs caprichados, interfaces amigáveis e funções inovadoras para cativar os usuários, os fabricantes precisam descobrir como capacitar seus produtos a permanecer longe da tomada por pelo menos um dia inteiro.

Observação: Em meados do ano passado, eu troquei meu celular LG A290 Tri Chip pelo smartphone LG Optimus F5 P875, e a despeito de não ter queixas do brinquedinho “novo”, lembro-me com saudades da espantosa autonomia do “velho”, que chegava a passar mais de três semanas longe da tomada ─ desde que eu o desligasse à notinha e tornasse a ligar na manhã seguinte.

Em última análise, a coisa toda se resume a dois aspectos distintos, mas interligados: 

1) A capacidade de armazenamento das baterias é limitada pela tecnologia a partir da qual elas são fabricadas e pelos elementos que as compõem;

2) Quanto mais funções e recursos o aparelho tiver, maior seu apetite por energia e, consequentemente, menor a sua autonomia.

Tomando por base o consumo médio dos smartphones de última geração, os 200 Wh/k das baterias de íon de lítio atuais garantem autonomia (teórica) de 24 horas. Como a capacidade remanescente de expansão dessa tecnologia é de apenas 30% e deve se esgotar até 2020, quando for atingido o ápice de 260 Wh/k - 32 horas, ou os fabricantes de baterias desenvolvem novas tecnologias comercialmente viáveis que ultrapassem esses limites, ou a evolução dos recursos e funções dos smartphones fabricados a partir de então restará prejudicada.

Observação: A capacidade de armazenamento das baterias é medida em Wh/k (watts-hora por quilo), e o consumo dos aparelhos é expresso em Ah (Ampère/hora) ou em mAh (miliampère/hora); para ter uma ideia aproximada da autonomia do seu smartphone, basta dividir a capacidade da bateria pelo consumo do aparelho. Vale lembrar que a duração que consta das especificações técnicas do aparelho costumam não ser confiáveis, pois os fabricantes realizam suas medições em “condições ideais”, que não refletem uso de seus produtos no dia a dia.

Amanhã a gente conclui, já que o feriado de 9 de julho, alusivo à Revolução Constitucionalista de 1932, é limitado ao Estado de São Paulo). Abraços a todos e até lá.