A CORRUPÇÃO TEM MENOS A VER
COM PAIXÕES DO QUE COM OPORTUNIDADES. SE AS CONDIÇÕES FOREM PROPÍCIAS, HAVERÁ
UM INCENTIVO PARA QUE ELA OCORRA.
O fato da audiência aqui do Blog ser rotativa me leva a revisitar determinados assuntos de tempos em tempos, notadamente aqueles que apresentam relevância maior. É o caso dos PUPs, que, de uns tempos a esta parte, vêm medrando de maneira assustadora. Acompanhe:
PUP é a sigla de Potentially Unwanted Programs ─ ou programas potencialmente indesejados,
em bom português ─, como bem sabem aqueles que acompanham regularmente as minhas
despretensiosas postagens. Todavia, em atenção aos recém-chegados, não custa
relembrar que essas pragas costumam se instalar à nossa revelia, notadamente
quando não acompanhamos atentamente a instalação dos aplicativos que baixamos
da Web, o que, a meu ver, já é motivo mais do que suficiente para rechaçá-las
sem remissão.
O motivo que leva os desenvolvedores de software a adicionar
esses programinhas aos arquivos de instalação de seus produtos é a compensação financeira que seus
criadores oferecem. No entanto, enquanto alguns facilitam a supressão desses
"extras" durante o processo de instalação (geralmente, basta desmarcar uma caixinha de verificação),
outros não agem com a mesma lisura, e a gente só se dá conta de que caiu na
esparrela quando passa a ser bombardeado por janelinhas pop-up e/ou repara que o navegador passou a exibir uma estranha barra de ferramentas e teve alterados o mecanismo de buscas e o site que
configuramos como página inicial.
Observação: Diferentemente dos vírus, trojans, worms e assemelhados, os PUPs não são necessariamente malignos,
embora alguns possam atuar como spywares
─ softwares espiões destinados a
colher informações sobre nossos hábitos de navegação e repassá-las a spammers e empresas de marketing digital, ou mesmo capturar
informações sigilosas, tais como senhas bancárias, números de cartões de
crédito, por exemplo.
Como se não bastasse, a remoção "a posteriori" desses programinhas costuma ser trabalhosa. Às
vezes, a gente só se livra deles removendo também o aplicativo que lhes serviu
de transporte (o que significa abrir mão das funcionalidades de um programa que
instalamos por opção). E o pior é que isso nem sempre reverte o computador ao
"status quo ante", de modo que pode ser necessário editar o
Registro do Windows ─ tarefa
desaconselhável para leigos e iniciantes, pois alterações indevidas ou mal
sucedidas podem produzir efeitos ainda mais danosos (jamais edite o Registro
sem antes criar um ponto
de restauração do sistema e um backup
da chave que será modificada).
Por essas e outras:
1. Quando
for baixar um aplicativo, procure fazê-lo a partir do site do respectivo desenvolvedor. Na impossibilidade, recorra a
grandes portais (Terra, UOL, etc.) ou a repositórios de download renomados (Baixaki, Superdownloads, Gratis e MeusDownloads, por exemplo). Isso não garante que
os arquivos de instalação venham "limpos", mas reduz
significativamente os riscos.
2. Salve
os arquivos de instalação na sua área de trabalho e cheque-os com seu antivírus, mas tenha em mente que o
fato de eles serem aprovados não significa que não contenham outros
programinhas. Procure mais informações
na EULA (contrato de licença que deve ser aceito expressamente
para liberar a instalação do software) ou recorra ao EULALYZER, que
analisa o contrato e exibe informações resumidas do conteúdo, alertando para a
existência de elementos potencialmente perigosos.
3. O NINITE
e o UNCHECKY também podem
salvar sua pele. O primeiro é um serviço baseado na Web e, portanto, dispensa
instalação; basta acessar o site, marcar as caixas correspondentes aos
programas desejados e clicar em Get Installer para baixar os respectivos
instaladores sem eventuais penduricalhos indesejados. O segundo é um aplicativo
residente que permite desmarcar as caixas de verificação que resultam em
"instalações casadas" e alerta para possíveis "armadilhas",
para que você não as instale por engano.
Observação: Ao comandar a instalação de alguns
programas, a tela que se abre em seguida pode dar a impressão de que somente a
instalação padrão é possível (a opção personalizada aparece acinzentada, como
se estivesse desabilitada). Noutros, a maneira como o processo é conduzido dá a
entender que você não poderá prosseguir com a instalação do software principal
se declinar dos acessórios, embora seja possível excluí-los e seguir adiante.
Muita atenção, portanto.
4. Evite instalar novos aplicativos se houver serviços online capazes de
substituí-los. Dessa forma, você se
livrará da instalação e de uma futura remoção (com suas respectivas
consequências), não precisará proceder atualizações e ainda economizará espaço
em disco e recursos do computador, já que, nesse caso, o grosso do trabalho é
feito nos servidores da Web.
5. Independentemente da eficácia do seu antivírus, você estará mais bem
protegido se contar com o auxílio adicional de programinhas como o ADWCLEANER
e o SUPERANTISPYWARE, por exemplo.