quinta-feira, 12 de maio de 2016

DILMA FOI APEADA DA PRESIDÊNCIA, DENTRE OUTROS MOTIVOS, POR TER MENTIDO À NAÇÃO. AGORA, VOLTA A MENTIR PARA EXPLICAR À NAÇÃO PORQUE FOI APEADA DE PRESIDÊNCIA. POÉTICO!


Em pronunciamento à nação após ter seu mandato suspenso, Dilma se manteve fiel ao velho e batido ramerrão que vem repetindo dia após dia, afirmando que o processo de impeachment foi "fraudulento" e que não passou de um “golpe” ― muito embora, ressalte-se, o STF já tê-lo classificado como medida legítima e constitucional.  

"Sofro a dor da injustiça, mas não esmoreço", disse a mulher sapiens. "Já sofri a dor indizível da tortura, a dor aflitiva da doença, e, agora, sofro, mais uma vez, a dor inominável da injustiça. O que mais dói nesse momento é a injustiça, é perceber que estou sendo vítima de uma farsa jurídica e política. Mas não esmoreço. Olho para trás e vejo tudo que fizemos. Olho para frente e vejo tudo que ainda precisamos fazer. Eu fui eleita presidenta com 54 milhões de cidadãs e cidadãos brasileiros. É nesta condição de presidente eleita pelos 54 milhões que eu me dirijo a vocês neste momento decisivo para a democracia brasileira e para nosso futuro como nação", concluiu sua insolência ― e essa patética asnice logo repercutiu na mídia e nas redes sociais

Depois de uma sessão cansativa e pouco excitante, os senadores decidiram, por 55 votos a favor e 22 contrários, afastar a presidanta pelo prazo de 180 dias ― ou até o julgamento final da ação, se isto ocorrer primeiro ―, dando início à fase de pronúncia na comissão especial de impeachment no Senado.

Observação: O número de parlamentares inscritos para discursar por, no máximo, 15 minutos, aumentou dos sessenta e poucos iniciais para 71, e único parlamentar ouvido com atenção foi, pasmem, o ex-presidente e atual senador por Alagoas Fernando Collor de Mello (clique aqui para assistir ao vídeo), que afirmou ter alertado o governo sobre a possibilidade de afastamento da presidente e colocado sua experiência à disposição, mas Dilma fez ouvidos de marcador. “A autossuficiência pairava sobre a razão”, concluiu o impichado. Já o discurso mais aplaudido pelos oposicionistas foi o de Aécio Neves, que criticou a condução da política econômica do governo petista. "O desequilíbrio das finanças públicas gera instabilidade no país, que faz com que os investimentos deixem de vir e o desemprego passe a florescer”, disse o tucano. Quanta novidade!

Segundo Renan Calheiros, a nova fase será conduzida pelo ministro Ricardo Lewandowski, atual presidente do STF, que terá a palavra final sobre os procedimentos e as questões que surgirem. Os parlamentares poderão convocar testemunhas e requerer perícias e auditorias sobre documentos, para determinar se há ou não motivos para a deposição da petralha. Ao final, depois de ouvir a acusação e a defesa, a comissão votará um novo parecer do relator ― agora sobre o mérito da ação ― e o encaminhará ao plenário, que, ainda por maioria simples, decidirá se aceita ou não a pronúncia. Caso afirmativo, o julgamento final acontecerá numa terceira e derradeira sessão plenária, quando será preciso que pelo menos 54 dos 81 senadores (2/3) votem pela cassação definitiva do mandato e suspensão dos direitos políticos da petista por 8 anos (como ela já soprou sua 68ª velinha, sabe Deus se daqui a 8 anos... bom, deixa pra lá).

Dilma Vana Rousseff é a segunda presidente do Brasil a enfrentar formalmente um processo de impeachment desde a redemocratização. O primeiro foi Fernando Collor de Mello, que renunciou à presidência em dezembro de 1992, às vésperas do julgamento, mas teve seus direitos políticos cassados mesmo assim. Cumprida a suspensão, Collor voltou à política, elegeu-se senador por Alagoas, foi absolvido pelo STF por falta de provas em abril de 2014 e, em outubro daquele ano, derrotou a ex-senadora Heloísa Helena, renovou seu mandato e continua ativo e operante, gozando de trânsito livre no Congresso, embora seja investigado na Lava-Jato (aliás, Maluf também continua deputado federal, ainda que paire sobre sua careca um mandado de prisão expedido pela INTERPOL ― coisas da política brasileira).

Observação: Agora, além de acompanhar a evolução do incipiente governo Temer, devemos ficar atentos às etapas finais do processo de impeachment e às ações que tramitam no TSE, pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer. Haja coração!

Michel Temer passou hoje a ser o 41º presidente do Brasil. Desejo a ele toda a sorte do mundo, já que seu “governo de transição” sofrerá oposição ferrenha da petralhada ignara e irresignada, o que não ajudará nem um pouco na árdua missão de descascar o monumental abacaxi que lhe caiu no colo. Na melhor das hipóteses, ele dispõe de 30 meses para desatar o nó górdio herdado da gerentona de arque, e precisa dar mostras de que está no caminho certo logo de início, o que não lhe dá tempo nem espaço para erros. Seu prometido “ministério de notáveis” não convenceu a maioria dos analistas e críticos de plantão, mas seria querer demais de alguém que precisa manter um olho na oposição e outro nos mercados, no PMDB e nos demais partidos que darão sustentação a seu governo, sem mencionar a opinião pública, já que o peemedebista não chegou à presidência pelo voto popular. Ainda que a nação (com a possível exceção da petralhada) já não suportasse mais o governo incompetente e corrupto protagonizado pelo deplorável trinômio Dilma-Lula-PT, isso não significa necessariamente que ascensão de Temer ― e, por tabela, do PMDB ― agrade a gregos e troianos.

Observação: O ex-vice e agora presidente passou as últimas semanas montando seu gabinete, com idas e vindas, dadas as críticas de setores do empresariado e da sociedade civil, além de dificuldades para acomodar os aliados dos quais precisará para tocar sua agenda no Congresso. Assessores do peemedebista calculam que ele terá cerca de 60 dias para se estabilizar politicamente e encaminhar medidas emergenciais econômicas no Congresso. Se for bem-sucedido, a absolvição política de sua predecessora será virtualmente impossível.

O presidente do Senado afirmou, em pronunciamento na sessão de ontem, que o governo petista, com a repetição de erros que cometeu, "perdeu a centralidade da nação, a defesa do interesse nacional”. “Nós deixamos de fazer aqui, ao longo dos anos, o aperfeiçoamento institucional, inclusive mudando essa lei, fazendo a reforma política e demonstrando, sobretudo, o quanto é difícil esse processo de construção democrática”, concluiu Renan. Mais uma vez: quanta novidade!

Valeu pela paciência, pessoal. Abraços e até a próxima.

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