Mesmo afastada por irregularidades administrativas, má gestão e corrupção generalizada, Dilma insiste na tresloucada versão de que teria sido vítima de um “golpe” orquestrado pelas elites, pela mídia, pelo juiz Sergio Moro e sabe-se lá por mais quem.
Em recente entrevista ao canal em espanhol do RUSSIA TODAY, a mulher sapiens acusou Temer (a quem trata por “golpista” e “traidor”) de reduzir “ao máximo” programas sociais, fazer uma política “antinacional”, cometer “violação nacional” ― ao fechar o Ministério da Cultura ― e, pasmem, de “só falar "absurdos". Absurda mesmo é essa falácia, especialmente vindo de quem se ficou famosa pelos pronunciamentos tresloucados e sem sentido proferidos ao longo dos últimos 5 anos ― muitos dos quais foram motivo de chacota, tanto local quanto internacionalmente.
A postura da nefelibata da mandioca afronta não só o Legislativo ― que determinou sua suspensão e autorizou o prosseguimento do processo de impeachment ―, mas também o Judiciário, que reconheceu expressamente a constitucionalidade do processo. Assim, por conta da teimosia, petulância, arrogância e inconsequência que lhe são peculiares, a mulher sapiens deve se explicar ao STF. Aliás, vários ministros e ex-ministros dessa Corte já atestaram a legalidade do processo de afastamento e a lisura com que ele vem sendo conduzido, tanto na Câmara quanto no Senado.
Claro que o amontoado de asneiras vociferado aos quatro ventos pela nefelibata da mandioca não passa de jus sperniandi diante da possibilidade de perder definitivamente o cargo e seus direitos políticos e de foro privilegiado ― que a colocará ao alcance da Lava-Jato e a tornará passível de responder a processos contra a Petrobras nos Brasil e nos EUA.
Na tentativa de se eximir de responsabilidade sobre a criminosa compra da refinaria de Pasadena, Dilma alega que só autorizou a negociata porque foi induzida a erro pelo então diretor Nestor Cerveró. No entanto, isso não passa de conversa mole para boi dormir, porque uma decisão daquela magnitude jamais seria tomada sem que fossem ouvidos o Presidente da República e o Conselho de Administração da Petrobras ― conselho esse que Dilma presidiu de 2003 a 2010, quando foi ministra de Minas e Energia (2003-2005) e ministra-chefe da Casa Civil (2005-2010).
Voltando agora à situação atual da “mãe de todas as crises”: Segundo a assim chamada Lei do Impeachment, o único direito assegurado a um presidente afastado do cargo num processo de impeachment é o recebimento de metade do salário. Assim, Dilma deveria receber R$15,4 mil mensais até que o Senado decida destituí-la em caráter definitivo (coisa que, queira Deus, deve acontecer o quanto antes, pois um eventual retorno da sacripanta seria uma tragédia de proporções épicas).
Mas a lei em questão é de abril de 1950, e a atual Constituição (de 1988) instituiu a “irredutibilidade dos salários dos servidores”, o que deu brecha à concessão de salário integral e mais um verdadeiro festival de mordomias que a bruxa má deve usufruir até que o Senado decida seu destino. Dentre outras benesses, ela continuará recebendo salário e terá moradia, transporte aéreo e terrestre, seguranças, assessores, plano de saúde ilimitado e cartão de crédito corporativo pagos com o suado dinheiro dos contribuintes.
Observação: Ex-presidentes têm direito a seis servidores para sua segurança e apoio pessoal ― quatro com salários de até R$ 8,5 mil e dois com salários de até R$ 11,2 mil ―, além de dois motoristas com carros oficiais, tudo custeado pelo Erário. Quanto à moradia, a lei não proíbe expressamente um presidente afastado de usar o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, embora alguns juristas entendam que Temer, na condição de presidente interino, tem controle sobre imóveis e bens da União e pode suspender esse benefício (mas eu acho que ele dificilmente o fará). Certo mesmo é que Dilma não poderá mais ocupar o gabinete presidencial do Palácio do Planalto, que é o local de trabalho do presidente em exercício.
O juiz Bruno Brum Ribas, da 4ª Vara federal de Porto Alegre, negou o pedido de liminar na ação movida contra a manutenção desses benefícios pelo advogado Felipe Alvarez Madeira, segundo o qual os custos para manter a equipe que assessora a presidente durante o afastamento são “enormes” e que não há interesse público e nem base legal que os justifique (ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
Segundo o jornal O GLOBO, a área jurídica da Casa Civil pretende regulamentar as prerrogativas que Renan Calheiros concedeu a Dilma quando do afastamento da petista ― consta que ela já nomeou nada menos que 35 assessores, isso sem contar os 120 profissionais que continuam à disposição no Alvorada, entre cozinheiros, garçons, equipe médica, seguranças, piscineiros, arrumadeiras, e por aí afora. Além disso, ela deverá escolher entre o Alvorada e a Granja do Torto ― residência de campo localizada a cerca de 15 km da Esplanada dos Ministérios.
Outra questão a ser esclarecida é o uso dos aviões da FAB nas viagens que a mulher sapiens tenciona fazer para destilar seu fel contra o processo de impeachment e o governo de transição. Nas campanhas eleitorais, aeronaves da FAB são usadas, mas o presidente é obrigado a reembolsar os gastos. Na noite de sexta-feira, Dilma usou um jato da FAB para participar de um ato político de blogueiros simpatizantes (mortadeleiros) em Belo Horizonte.
A conferir.