A VERDADE POSSUI TRÊS
ESTÁGIOS: NO PRIMEIRO, É RIDICULARIZADA; NO SEGUNDO, REJEITADA COM VIOLÊNCIA;
NO TERCEIRO, ACEITA COMO SENDO EVIDENTE POR SI MESMA.
Ainda que
alguns smartphones, tablets, e-readers, notebooks e
até teclados para PCs exibam a
informação de que são “à prova d’água”,
basta ler atentamente a documentação que os acompanha para descobrir que, na
maioria dos casos, essa propalada “impermeabilidade” se limita a míseros respingos.
Então, pense duas vezes antes de levar seu tablet à praia ou deixar o
smartphone dando sopa enquanto toma sol à beira da piscina.
Guardadas
as devidas proporções, o mesmo se dá com relógios de pulso: modelos
classificados como WR 3 ATM (ou 30m),
supostamente capazes de mergulhar a 30 metros de profundidade, suportam apenas
contatos rápidos com a água (como quando são expostos a chuva leve ou quando o
usuário lava as mãos, por exemplo). 5
ATM (ou 50m) até resistem a banhos de chuveiro ou de banheira (embora não
seja recomendável mergulhá-los em água quente ou, pior, tomar sauna com um
deles no pulso). Já para usar na praia, na piscina, ou em mergulhos sem tanque
de ar, um modelo classificado como WR
10 ATM (ou 100 m/300 ft) estará de bom tamanho, desde que você não puxe a
coroa ou acione os botões de controle debaixo d’água.
Voltando ao âmbito da computação, tenha em mente que aparelhos eletrônicos não se
dão bem com líquidos, pois, além do risco de choque elétrico, a umidade pode
danificar seus delicados circuitos. No entanto, ninguém está livre de derrubar
o celular no vaso sanitário ou derramar um copo de água ou suco no teclado do
notebook, por exemplo.
Observação: Conforme eu sugeri numa postagem de 2009, caso seu celular caia na
privada ou fique encharcado durante um temporal, remova a bateria (para evitar
que um curto-circuito danifique os frágeis componentes eletrônicos), enxugue
delicadamente o aparelho, coloque-o dentro de um pote ou vasilha cubra-o com arroz
cru e deixe assim por 24 horas. Por ser hidrófilo, o arroz absorverá a umidade,
e, com um pouco de sorte, seu telefone voltará a funcionar normalmente.
Embora não
seja recomendável comer ou beber o que quer que seja enquanto opera o
computador, quase ninguém segue essa regra, e acidentes acontecem. Nessa
eventualidade ― ou seja, se você derramar água ou outro líquido qualquer no seu
note ― vire o aparelho “de ponta cabeça” (ou seja, com o teclado para baixo),
de modo a evitar que o líquido escorra para o interior da máquina. Feito isso,
seque rapidamente o botão de energia (Power)
e mantenha-o pressionado por cerca de 5 segundos. Esse procedimento desliga o
computador bem mais rapidamente do que o desligamento por software, via menu Iniciar; talvez você perca algumas
informações que não tenham sido salvas, mas, dentro do contexto, essa é uma
questão de relevância menor.
Em seguida,
desligue a fonte de alimentação da tomada (caso ela esteja sendo utilizada),
enxugue-o o aparelho com toalhas de papel ou pano limpo que seja absorvente e
não solte fiapos, retire a bateria e cubra-a com arroz cru (como foi explicado
linhas atrás). Desconecte também quaisquer periféricos removíveis (HD externo,
pendrive, mouse, teclado, etc.) e, se possível, remova os módulos de memória RAM e o HD e o teclado ― mas só o faça em caso de real necessidade e se
realmente souber o que está fazendo.
O próximo
passo é estender uma toalha seca sobre a mesa, abrir o note ao máximo, de modo
que o teclado e a tela fiquem no mesmo plano, e deixa-lo assim assim por várias
horas ― nesse entretempo, reze para o seu santo de devoção. Mas não tente
ganhar tempo expondo o note diretamente ao sol ou recorrendo a um secador de
cabelos, já que o calor excessivo pode deformar ou derreter alguns frágeis componentes
plásticos. E mesmo que seu secador seja capaz de soprar ar morno ou frio, a
ventilação forçada tende a levar o líquido a entranhar ainda mais e, no médio
prazo, causar oxidação ou corrosão dos dispositivos internos do note. Se quiser
apressar a secagem, posicione um desumidificador próximo ao computador e deixe
o tempo fazer seu trabalho.
Observação: É possível apressar a secagem usando um micro aspirador para sugar a
umidade acumulada nos compartimentos internos (da bateria, das memórias e do
drive de HD) e nos espaços entre as teclas. Além de agilizar o processo, isso proporciona
melhores resultados do que a secagem natural, pois evita que qualquer oxidação
ocorra entre, sobre e sob os pequenos componentes de montagem e ligações.
Depois que
toda a umidade visível tiver evaporado, reinstale os componentes e ligue o
aparelho. Com um pouco de sorte, ele voltará a funcionar sem maiores problemas,
e o próprio calor gerado durante o funcionamento se encarregará de evaporar o
que sobrou.
O resto fica
para a próxima postagem, pessoal. E como hoje é sexta-feira: