No Estadão:
O Ministério Público Federal no Paraná denunciou na última sexta-feira, 28,
o ex-ministro Antônio Palocci
(Fazenda/Casa Civil – Governos Lula
e Dilma) por corrupção e lavagem de
dinheiro. Também foram acusados Branislav
Kontic, ex-assessor de Palocci,
o empreiteiro Marcelo Odebrecht e
outros 12 investigados por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro
relacionados à obtenção, pela Odebrecht,
de contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás.
Como decorrência das apurações realizadas na 35ª fase da operação Lava-Jato,
identificou-se que, entre 2006 e 2015, Palocci
estabeleceu com altos executivos da Odebrecht
um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento
aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal. Neste
esquema, a interferência de Palocci
se dava mediante o pagamento de propina, destinada majoritariamente ao PT.
Apurou-se que, atuando em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, Palocci – no exercício dos cargos de
deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração
da Petrobras – interferiu para que o edital de licitação lançado pela estatal
petrolífera e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e publicado
de forma a garantir que o grupo não apenas obtivesse os contratos com a
Petrobras, mas que também firmasse tais contratos com a margem de lucro
pretendida. Palocci teria até mesmo consultado Marcelo Odebrecht antes da publicação do edital para se certificar
se a licitação efetivamente se adequaria aos interesses da empreiteira.
Programa Especial Italiano – Durante o período em que interferiu nas mais
altas decisões da administração federal, os valores relativos aos créditos de
propina destinados a Palocci foram
contabilizados pela Odebrecht numa
planilha denominada “Programa Especial
Italiano”, na qual eram registrados tanto os créditos de propina quanto as
efetivas entregas dos recursos ilícitos relacionados à atuação do ex-ministro.
Dentre os créditos de propina contabilizados em favor de Palocci nessa planilha, apurou-se que
mais de US$ 10 milhões foram repassados, por determinação do ex-ministro, aos
publicitários Monica Moura e João Santana para quitar dívidas do PT
com os marqueteiros. Identificou-se que, com o intuito de dissimular e ocultar
o pagamento ilícito, os valores foram repassados mediante a realização de 19
transferências entre contas não declaradas, mantidas no exterior pela Odebrecht e pelos publicitários.
Outros denunciados – Na mesma denúncia, foram também acusados o ex-diretor
de Serviços da Petrobras, Renato Duque;
o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto;
os ex-funcionários da Sete Brasil, João Ferraz e Eduardo Musa; e o executivo da Odebrecht,
Rogério Araújo, devido aos crimes de
corrupção ativa e passiva praticados para que a Odebrecht obtivesse, por intermédio da Sete Brasil, a contratação de seis sondas com a Petrobras. (…)
Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/