MULHER E
LIVRO, EMPRESTOU, VOLTA ESTRAGADO.
O KaZaA foi criado em 2001 pela BlueMoon Interactive e se popularizou
rapidamente entre os internautas que curtiam música. Ele reunia os usuários
numa enorme rede P2P (peer-to-peer
ou ponto a ponto, isto é, sem um servidor central), facilitando o
compartilhamento de músicas, filmes e até games. O grande problema era a
lentidão (principalmente quando poucos usuários dispunham do arquivo que muitos
desejavam baixar, sem mencionar que, naquela época, usava-se a hoje obsoleta
conexão discada) e os riscos de infecção por vírus, trojans, spywares e outros
códigos maliciosos, já que tanto o KaZaA
quanto seus concorrentes eram largamente explorados pelos ciber malfeitores de plantão.
Hoje em dia,
não faz muito sentido usar essas coisas, até porque o streaming é bem mais
prático. Além disso, igualmente mais prático é você localizar um clipe de vídeo
no YouTube com a música que deseja
baixar para o seu PC e, em vez de fazer o download do clipe e assisti-lo sempre
que quiser ouvir a faixa musical, convertê-lo em arquivo .MP3, baixá-lo,
incluí-lo em suas playlists ou mesmo copiá-lo para um pendrive ou para seu
smartphone, por exemplo.
Embora haja
diversas opções de suíte de edição de vídeo para download na Web (dias atrás,
aliás, a gente conversou sobre a excelente
VIDEO
CONVERTER ULTIMATE PRO), instalar um aplicativo dedicado, ainda que
gratuito, me parece um exagero quando a ideia é apenas extrair a trilha sonora
de um clipe de vídeo e salvá-la no PC. Para isso, há excelentes ferramentas
online, que executam essa tarefa de forma simples e rápida, diretamente do
navegador e, o que é melhor, sem que você precise incomodar o escorpião que
carrega no bolso.
Para
situações como essa, eu já sugerir (diversas vezes) o excelente conversor
oferecido em
http://www.youtube-mp3.org/. No
entanto, diz um velho ditado que “quem tem dois tem um, e quem tem um não tem
nenhum”, e agora há pouquinho, quando precisei extrair a trilha de um clipe do
YouTube, fui convidado a tentar mais
tarde, pois havia uma manutenção em andamento. Por conta disso, é sempre bom você ter um
plano B, que para mim, no caso, é o excelente
https://www.onlinevideoconverter.com/pt.
Fica a sugestão.
SOBRE O SIGILO DA MÃE DE TODAS AS DELAÇÕES
Após ter homologado a Delação
do Fim do Mundo, a ministra Carmen
Lucia deve definir o novo relator dos processos da Lava-Jato no Supremo, o
que deve ocorrer nesta quinta-feira (esperava-se que ocorresse ontem, mas não rolou, conforme veremos mais abaixo).
No pedido que encaminhou ao STF ― para que a homologação das
delações dos 77 da Odebrecht fosse
tratada com urgência ― Rodrigo Janot
não fez menção explícita à questão do sigilo, de maneira que a presidente da
Corte não o suspendeu (se o tivesse feito, seria ainda mais criticada por quem
achava que a homologação deveria ficar por conta do sucessor de Zavascki, a quem caberia também a
relatoria dos processos da Lava-Jato, sem embargo de isso retardar o andamento
dos trabalhos e conceder mais fôlego aos quase 200 políticos acusados de práticas pouco republicanas pelos
delatores ― seleta confraria composta pelo presidente Temer e seus dois
predecessores, além de ministros e ex-ministros, governadores e ex-governadores
e congressistas de diversos partidos políticos.
Claudio Lamachia,
presidente da OAB, é favorável à
suspensão do sigilo. Para ele, além de ser melhor a sociedade tomar logo
conhecimento dos fatos delatados, colocar as cartas na mesa serviria para
arrefecer as inevitáveis teorias conspiratórias e evitar “vazamentos seletivos”.
Demais disso, ao pairar como a Espada de
Dâmocles sobre o núcleo do Governo Federal, essa indefinição retarda a
aprovação de medidas importantíssimas para o Brasil, como as reformas política,
trabalhista e da Previdência (como diz um velho ditado, “a incerteza que esvoaça desgraça mais que a própria desgraça”).
Cabe ao procurador-geral de República decidir se pede o fim
do segredo de justiça agora ou se espera a definição do novo relator da Lava-Jato
no Supremo. Anteontem, ele que “não é hora” de fazer comentários sobre a homologação,
mas, durante encontro com senadores e deputados federais no mês passado,
afirmou que pediria a retirada do sigilo tão logo as delações dos 77 da
Odebrecht fossem homologadas. Fontes da
PGR acreditam que o ideal seria ele apresentar o pedido ao novo relator, cujo
nome deve ser conhecido ainda hoje.
Voltando à relatoria da Lava-Jato, parece que Carmen
Lucia ainda quer ouvir todos os ministros da corte sobre o “pedido de
mudança apresentado por Edson Fachin”
(da mesma forma que no exército, antiguidade é posto no STF, e como a nomeação de Fachin
foi a mais recente, ela quer saber se alguém mais da Primeira Turma tem
interesse em mudar para a Segunda). Vale lembrar que a presidente pode realizar
o sorteio apenas entre os ministros da Segunda Turma ou estendê-lo a todos os 9 magistrados que restaram
com a morte de Zavascki (a presidente não se inclui, naturalmente). Vale lembrar também que não existe no regimento um
artigo que permita a um ministro escolher um caso, mas nada o impede de
declinar da relatoria de um processo ― no contexto atual, o decano Celso de Mello já adiantou que não
aceitaria relatar a Lava-Jato (segundo ele, por motivos de saúde).
Embora seja controversa, a possibilidade de Carmen Lucia definir ela própria a situação existe; o que não existe (pelo menos até onde eu
consegui apurar) é um precedente nesse sentido. Mas para tudo tem uma primeira
vez. Aliás, em recente entrevista à imprensa, o ministro Marco Aurélio Mello sinalizou que Fachin sucederá a Zavascki
na relatoria da Lava-Jato. Mas melhor ainda seria a presidente avocar para si essa relatoria como fez com a homologação da Delação dos 77 da Odebrecht ― e ponto final.
Enfim, na primeira sessão do Supremo em 2017, quando esperava-se que seria decidida questão que versa sobre a possibilidade ― ou não ― de
réus em ações penais ocuparem cargos que os coloquem na linha sucessória
presidencial (como os de Presidente da Câmara Federal e do Senado), o julgamento da
APDF 402, que já havia sido interrompido no ano passado por um pedido de vistas de
Dias Toffoli (quando a maioria dos magistrados já havia votado pelo impedimento), foi a vez de
Gilmar Mendes pedir vista do processo e adiar ― novamente ― a decisão final.
Em novembro de 2016, o adiamento favoreceu o Cangaceiro das Alagoas, que semanas mais tarde se tornou réu numa ação penal em trâmite no STF. Para quem não se lembra, Renan afrontou o Judiciário, recusando-se a receber a
notificação que o afastava do cargo, e com isso pariu-se uma jabuticaba
jurídica que criou a figura do “meio senador”.
Agora, como Rodrigo
Maia têm chances reais de permanecer na presidência da Câmara por mais dois
anos e Eunício Oliveira já foi confirmado presidente do Senado, seria bom que tivéssemos essa definição o
quanto antes. Nem Maia nem Oliveira são réus em ações penais (ainda). Mas
ambos foram citados na delação do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Se forem denunciados pela PGR e o STF aceitar as denúncias, a decisão os afetará diretamente ― vejam vocês que ironia: como não temos vice-presidente, quem assumiria o comando na ausência de Temer seria Carmen Lucia, ou seja, teríamos novamente uma mulher no comando da Banânia).
Observação: Antes de a votação ser interrompida, cinco
ministros haviam decidido que réus não podem assumir a
linha sucessória da presidência e têm de ser afastados também dos cargos parlamentares, enquanto outros três deliberaram pelo afastamento da linha sucessória, mas sem a perda do mandato
nos cargos eletivos pelo voto popular.
Para encerrar: O estado de saúde da ex-primeira dama
Marisa Letícia permanecia inalterado até o início da tarde de ontem (ou seja, ela
continuava em coma induzido), mas o quadro se agravou no decorrer do dia e já se fala que é irreversível. Na última segunda-feira, por ocasião de sua primeira manifestação pública e presencial sobre a situação da ex-primeira dama, o molusco abjeto afirmou a
simpatizantes que “a pressão e a tensão fazem as pessoas chegarem ao ponto que
a
Marisa chegou”. Pobre alma.
Em tempo:
Deu no ANTAGONISTA: De um profissional com quase quarenta anos de vida em tribunais, sobre o sorteio que
Carmen Lucia fará para definir o novo relator da
Lava-Jato:
"
Quando um juiz aceita o lugar de outro, ele herda todos os processos sob análise no novo gabinete. Se Fachin aceitou ocupar o posto de Teori, deveria ser automaticamente o novo relator da Lava-Jato. Pelo regimento do STF, inclusive, o sorteio só ocorreria 'diante de grave risco de perecimento da causa'. Não há esse risco: Teori morreu durante as férias forenses, Carmen homologou as delações da Odebrecht. Se Teori estivesse vivo e em férias, ela também decidiria as questões urgentes do gabinete dele. Acabaram as férias, Fachin assumiu o gabinete de Teori. Não há risco para a Lava-Jato ou para qualquer outro processo. Isto pode causar a nulidade dos processos."
Confira minhas atualizações diárias sobre
política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
ATUALIZAÇÕES:
MORTE CEREBRAL DE
MARISA LETÍCIA LULA DA SILVA
Exame realizado nesta manhã no Hospital Sírio-Libanês
constatou não haver atividade cerebral em Marisa
Letícia, que se encontrava internada na UTI desde a semana passada, devido
a um AVC. O ex-presidente Lula já autorizou
a doação de órgãos do corpo da mulher, cujo coração continua batendo. Tecnicamente, não se poderia falar em morte cerebral antes
de um protocolo de exames, mas a equipe do doutor Roberto Kalil Filho não deverá realizá-los, pois considera esse
procedimento dispensável no caso da ex-primeira-dama. O médico já havia informado
na última madrugada que o quadro da paciente havia deteriorado e se tornado
“irreversível”.
FACHIN PASSA PARA A
2ª TURMA DO STF E É O NOVO RELATOR DA LAVA-JATO
Após a formalização da transferência de Edson Fachin para a 2ª
Turma do STF, o ministro passou a ser o novo relator dos processos da Lava-Jato
na Corte. Fachin era um dos
ministros mais próximos a Teori Zavascki
e não escondeu sua emoção no enterro do colega.
O ministro ascendeu ao STF por indicação de Lula, mas seu nome só foi confirmado no
governo de Dilma. Em meio a turbulências políticas no governo da petista, o
ministro enfrentou dura resistência no Senado, mas, ao chegar ao Tribunal, frustrou
a expectativa dos apoiadores e advogados da presidanta ao proferir um voto
considerado “muito rigoroso” na sessão que definiu o rito do julgamento do
impeachment da mulher sapiens.
MORO CONDENA JOÃO
SANTANA, MONICA MOURA E MAIS QUATRO NA LAVA-JATO
Em sentença publicada nesta quinta-feira, o juiz Sérgio Moro condenou a 8 anos e 4 meses
de prisão o marqueteiro João Santana
e sua esposa, Monica Moura, por
corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Na mesma ação, originada pela 23ª fase
da Lava-Jato (codinome Acarajé), também foram condenados o operador Zwi Skornicki ― a 15 anos, 6 meses e 20
dias por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, e organização criminosa; o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto
― a 10 anos, por corrupção passiva; o ex-diretor da Sete Brasil João Carlos de Medeiros Ferraz ― a 8
anos e 10 meses, por corrupção passiva e organização criminosa; e o ex-gerente
da Petrobras Eduardo Costa Vaz Musa ―
a 8 anos e 10 meses, por corrupção passiva e organização criminosa. João Santana, vale lembrar, foi
marqueteiro nas campanhas presidenciais dos ex-presidentes petralhas Lula e Dilma. O magistrado também
determinou um novo mandado de prisão preventiva contra João Vaccari Neto, que já está preso no Complexo Médico-Penal de
Pinhais, em Curitiba. Ao contrário dos demais, Vaccari não poderá recorrer em liberdade caso consiga revogar a prisão
anterior.