terça-feira, 22 de novembro de 2016

DO DISQUETE AO PENDRIVE E COMO RECUPERAR O ESPAÇO ORIGINAL NOS UTILISSIMOS “CHAVEIRINHOS” DE MEMÓRIA ― Parte 3

DEVE-SE CORRER PARA ONDE A BOLA ESTÁ INDO, NÃO PARA ONDE ELA ESTAVA.

Dando sequência ao assunto em tela, cumpre alertar a todos que a bandidagem digital tem se aproveitado da popularidade dos pendrives para disseminar pragas digitais (da mesma forma como usavam os disquetes em sua época áurea), razão pela qual é você deve tomar muito cuidado ao plugar o dispositivo no seu PC depois de tê-lo espetado em máquinas de terceiros, notadamente as de lan houses, cyber cafés, escolas, etc.

Felizmente, já existem antivírus projetados especialmente para proteger dispositivos USB, dentre os quais eu cito o Panda USB and AutoRun Vaccine, que é gratuito e imuniza tanto o computador quanto o dispositivo portátil. Depois de baixar e instalar e configurar a ferramenta (autorizar sua inicialização junto com o Windows, definir a vacinação automática dos novos dispositivos conforme eles forem plugados, ativar proteção de unidades formatadas com o sistema de arquivos utilizado na mídia removível, etc.), você verá uma janelinha com dois botões: o primeiro imuniza o PC e o segundo, o pendrive ― ou outro dispositivo USB, como um HD externo, por exemplo.

Observação: A rigor, o que essa vacina faz é evitar a proliferação de malwares inibindo o autorun.inf; ou seja, se você plugar seu pendrive numa máquina infectada e depois conectá-lo ao seu computador, um programinha malicioso que eventualmente se transferiu para dispositivo portátil não será capaz de se auto executar. Isso não garante 100% de segurança ― aliás, 100% de segurança no âmbito da TI é conversa mole para boi dormir ―, mas sempre será melhor do que nada.

Outro programinha digno de nota é o ClevX DriveSecurity, da conceituada desenvolvedora de programas de segurança ESET (fabricante do festejado NOD32), que atua a partir do próprio pendrive ou HD USB. Basta você fazer o download, transferir os arquivos de instalação para o dispositivo externo (que já deve estar plugado na portinha USB), comandar a instalação e seguir as instruções. Concluído o processo, execute o programinha, abra o menu de configuração (no canto superior direito da janela), altere o idioma para Português e clique na lupa para dar início à varredura. O software é pago, mas oferece um período de testes de 30 dias.

Suítes de segurança populares ― como AVAST, AVG, NORTON e afins ― também costumam checar pendrives, bastando para isso que o usuário abra a pasta Computador, dê um clique direito sobre o ícone correspondente ao dispositivo e selecione a opção respectiva no menu de contexto. Caso seu antivírus não dê conta do recado, uma varredura online pode ajudar (experimente o HouseCall, o ActiveScan, o Kaspersky, o F-Secure, o BitDefender ou o Microsoft Safety Scanner).

Observação: Em situações extremas, formatar o dispositivo de memória pode ser a solução. Mas tenha em mente que esse procedimento irá apagar todo o conteúdo do pendrive. Se não houver alternativa, plugue o chaveirinho na interface USB, localize o ícone que o representa na pasta Computador, dê um clique direito sobre ele e selecione a opção Formatar. Na tela seguinte, defina o sistema de arquivos, digite o nome desejado, desmarque a opção Formatação rápida e clique em Iniciar (assim, além da remoção dos dados, será feita também uma verificação em busca de setores inválidos).

O resto fica para a próxima, pessoal. Abraços e até lá.

MARIA, A ÚLTIMA PETISTA

O ano é 2019. O autoexílio de certo ex-presidente no Uruguai jogou a derradeira pá de cal sobre o ilha dos Castro ou na Venezuela. Há quem especule até que a imprestável tenha abreviado sua torpe existência, mas não existam evidências que embasam essa tese.
espúrio partido que ele gestou e pariu ― e com o qual se locupletou a não mais poder. Do paradeiro de sua cria e pupila, penabundada em agosto de 2016, pouco se sabe. Para alguns, ela simplesmente se foi, como aquele marido que saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou. Para outros, resolveu passar o resto de seus dias na

Mas nossa história é sobre Maria, a última petista (nada a ver com a boa moça lá da turma do Gantois, consagrada por Toquinho e Vinicius na canção “Maria vai com as outras”). Não sei se Maria Aparecida, Maria Clara, Maria da Conceição, de Lourdes, das Dores ou, por desgraça, Maria das Graças. Simplesmente Maria. A última petista.

O PT se foi, mas Maria não se deu conta. Filiada à sigla desde sua fundação, impermeável ao bom senso e descolada da realidade, a moça (agora velha) dedicou a vida à militância petralha. Na sua avalição, Lula e Dilma foram grandes presidentes. Nunca duvidou de que o primeiro era mesmo a alma mais honesta do Brasil, e que a segunda foi uma gerentona competente, vítima inocente de um golpe de estado tramado pelas “zelites”, pela mídia, pelos “coxinhas”, e por aí afora. (Como dizia Sócrates, existe apenas um bem ― o saber; e apenas um mal ― a ignorância.)

O projeto de vida de Maria era se mudar para São Bernardo, berço do partido. Sonhava em tirar diploma de torneiro mecânico no Senai e arrumar emprego numa fábrica de autopeças (cogitou até de amputar o dedinho da mão esquerda, mas acabou demovida da ideia pela família). Tinha orgasmos múltiplos só de pensar em um dia ser vizinha de Lula. Mas Lula se foi e Maria continua nos cafundós do Ceará.

Do partido, além das lembranças, restam-lhe fotos da militância em meio a seus amados líderes. A de Dilma está cheia de rabiscos, bigodes e chifrinhos feitos a caneta num momento de loucura ― quando a estocadora de vento ameaçou trocar o partido da estrela pelo PMDB, a pretexto de “cercar-se de gente honesta”.

Toda manhã, Maria veste a puída camisetinha vermelha, toma o café imersa em reminiscências (bons tempos aqueles em que o PT estava no poder), liga o computador e se conecta às redes sociais, onde passa ao menos 15 horas postando aleivosias em defesa do socialismo, da ideologia lulopetista e do seu amado partido ― sabe-se lá se por não ser capaz de reconhecer publicamente que tudo isso acabou ou se por pura teimosia. Seja como for, a “mortadela” de cada dia continua chegando todo fim de mês ― o depósito foi programado pelo último tesoureiro, com dinheiro do BNDES, ela supõe, ou da Petrobras.

Maria ainda mantém seu blog ― O DIÁRIO DA ESQUERDA DO MUNDO ―, que raramente recebe visitas. Antigamente, ela passava horas respondendo exaustivamente mensagens de repúdio ao PT. Agora, os comentários minguaram. “Mas só porque os coxinhas finalmente entenderam que o que queremos é um Brasil melhor, e que a esquerda é o caminho”, justifica a tresloucada delirante.

De tempos em tempos, Maria vai até o jardim, onde a bandeira vermelha tremula ao vento. No passado, atiravam-lhe ovos; as manchas ainda estão no tecido. Agora, nem isso. Às vezes, passam dias sem que alguém fale do PT.

De repente, o computador emite um bip. “Olhaí, alguém comentou...”, pensa Maria, que entra correndo, os olhos brilhantes de esperança.

Maria olha a tela e... alarme falso: era só o Suplicy cantando Bob Dylan. De novo.

Maria é um caso perdido.

(Texto inspirado na crônica Fred, o último petista, de Mentor Neto).   

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