TANTO ROUBA
QUEM VAI À HORTA QUANTO QUEM FICA À PORTA.
Como não
poderia deixar de ser, especialmente num país onde se falsifica até aguardente 51,
a popularização dos pendrives
estimulou a comercialização informa de produtos falsificados ou adulterados.
Note que o problema não é o contrabando
(ou também é, mas isso não vem ao caso para efeito desta abordagem), mas o risco de levar gato por lebre (o que
pode ocorrer até mesmo em lojas idôneas, que recebem artigos falsos de seus
fornecedores e os revendem como legítimos, na boa fé, com nota fiscal e tudo).
Comprar
(conscientemente) um troço de segunda linha para economizar alguns reais é uma
coisa, mas pagar o preço de mercado por algo supostamente original e levar uma
imitação é outra bem diferente. Por outro lado, é de se convir que um pendrive SanDisk de 16GB custa menos de
R$ 20 em hipermercados e grandes
magazines, e se a economia não paga nem uma passagem de ônibus, não vejo razão
para correr o risco. Até porque nem sempre é fácil reconhecer a fraude.
Quanto a pendrives
de marcas desconhecidas e origem duvidosas, não tem segredo: é não comprar e
ponto final. Mas há falsificações quase impossíveis de identificar a olho
nu, além de produtos legítimos reprogramados para exibir capacidades superiores
à verdadeira e “simular” a
gravação dos dados (para o caso o cliente exigir comprovação do marreteiro), além
daqueles que “entregam” a capacidade declarada, mas com qualidade e
confiabilidade inferiores às dos modelos originais. Então, procure adquirir
pendrives em lojas regularmente estabelecidas, em vez de recorrer a camelôs e vendas pela internet. Mesmo assim, se o preço for muito abaixo do praticado pela
concorrência, redobre os cuidados. Assegure-se de que o produto venha no
blister lacrado (daqueles que a gente só consegue abrir usando uma tesoura) e, se possível, peça ao lojista que o teste para você.
Nem todos os comerciantes aceitam testar o produto, alegando que irão substituí-lo em caso de problemas, mas eu acho melhor não levar do que ter que voltar para reclamar. Então, se o lojista não impuser restrições, espete-o na porta USB
e repare na tela da Reprodução Automática: os produtos Kingston
são identificados pelo nome do fabricante seguido da letra que o sistema lhes
atribui ― KINGSTON (E:), por
exemplo ―, ao passo que os falsos aparecem como Disco Removível (E:). E o mesmo se observa na tela Remover
Hardware com Segurança ― Kingston Datatraveler 2.0 USB Device para o
produto legítimo, também por exemplo, e algo como Ameco Flash Disk USB
Device para o falso. Vale também gravar uma quantidade de dados que se
aproxime de capacidade máxima nominal do drive, espetá-lo em outro computador e
tente abrir os arquivos ou transferi-los para outra pasta. Se não conseguir, é
fria. E no caso de não ser possível testar o produto, exija a nota fiscal e o certificado de garantia; se identificar qualquer problema, peça a devolução do dinheiro (no caso de substituição, é possível que você receba outro “mico”).
Observação: Tempos atrás, a Kingston criou uma página, em seu website, com
dicas para diferenciar seus produtos das falsificações que inundaram o mercado
(para mais detalhes, clique aqui).
Vale lembrar
que os pendrives devem ser conectados DEPOIS que o sistema operacional
for inicializado e removidos ANTES do desligamento do computador (evite
ainda manter o dispositivo permanentemente espetado na portinha do PC, a menos
que ele seja configurado como extensão
da memória RAM). Sempre que for desconectar um dispositivo USB, clique no ícone com a setinha
verde, na área de notificação, selecione o item em questão e clique em Parar
― assim, a leitura ou a gravação de dados será concluída antes de a mídia ser
desconectada do computador. Caso queira desacopla-la com segurança sem precisar
avisar o sistema, clique em Meu Computador, dê um clique direito sobre o
ícone que representa o drive em questão e clique em Propriedades. Na aba
Hardware, selecione o dispositivo, clique no botão Propriedades
e, na aba Diretivas, marque a opção “Otimizar para remoção rápida”.
Mesmo assim, só desconecte o pendrive quando ele não estiver copiando ou
movendo arquivos; se o modelo que você utiliza dispõe de um LED, jamais o
remova enquanto a luzinha estiver piscando.
Amanhã a gente conclui, pessoal. Abraços e até lá.
1.397 procedimentos instaurados;
654 buscas e apreensões;
174 conduções coercitivas;
77 prisões preventivas, 92 temporárias e 6 em flagrante;
112 pedidos de cooperação internacional;
70 acordos de delação premiada;
6 acordos de leniência (e 1 termo de ajustamento de conduta);
52 acusações criminais contra 254 pessoas (sem repetição de nome) por crimes de corrupção, contra o sistema financeiro internacional, tráfico de influência, formação de organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros, 23 das quais já julgadas;
7 acusações de improbidade administrativa contra 38 pessoas físicas e 16 empresas, pedindo o pagamento de R$12,1 bilhões (R$38,1 bi incluindo as multas);
118 condenações, contabilizando 1.256 anos, 6 meses e 1 dia de pena.
Apesar disso, não faltam apedeutas contrários à Operação, e justamente por isso, políticos de todos os partidos e esferas do poder vêm movendo mundos e fundos para melar a Lava-Jato. E a militância vermelha abestalhada continua gritando seus réquiens pelo moribundo PT e alardeando a inocência e honestidade de seu amado líder, tão reais quanto uma nota de 3 reais. Deu para entender ou quer que eu desenhe?
Vivemos num país sui generis, onde existe jabuticaba e um plugue de três pinos incompatível com qualquer tomada de qualquer
lugar do mundo. Mas não fica nisso. Dentre outros exemplos de idiossincrasias
que dariam para encher páginas e páginas, nossos “direitos humanos” privilegiam
a banda podre da sociedade em detrimento do cidadão de bem.
Quando bandidos matam policiais ―
o que ocorre com uma frequência absurda ―, a mídia publica, a população
lamenta, mas, com exceção de familiares e colegas de farda das vítimas, ninguém
sai às ruas para protestar contra a barbárie. Já quando bandido é morto em
confronto com a polícia, a grita é ensurdecedora. E se o meliante é “di menó”, pior ainda: os policiais são
taxados de despreparados e truculentos e a morte dos “anjinhos”, de chacina, execução, carnificina, e
por aí vai. E não faltam padrecos, intelectualóides, jornalistas e outros
indefectíveis defensores incondicionais do que não presta protestar contra “essa
desumanidade”, pouco importando se os “querubins” estavam fortemente armados e
tinham dezenas de passagens pela polícia.
Cortemos para a Lava-Jato ― o último bastião das nossas
esperanças. Em meio a diversas acordos de delação em andamento, o de Marcelo Odebrecht (e mais uma penca de
ex-executivos da empreiteira) promete revelações estarrecedoras sobre gente
graúda ― como o ex-presidente petralha e sua deplorável sucessora, ministros do
atual governo, políticos de alto quilate do PT, do PMDB, do PP, do PSDB, do PDT, e por aí
afora. E diante desse cenário, rufiões da pátria e proxenetas do Parlamento (na brilhante definição do ex-senador Delcídio do Amaral) costuram medidas
suprapartidárias para “estancar essa
sangria” (na menos depois de sua posse, mas que continua sendo um dos principais articuladores
políticos de Temer).
Cortemos agora para Lula, que no mês passado se tornou réu pela terceira vez por atos “pouco
republicanos” (formação de quadrilha, ocultação de patrimônio, obstrução de
justiça, venda de medidas provisórias, tráfico de influência internacional,
dentre outros). Carentes de elementos sólidos para refutar as acusações, o
petista e sua trupe de criminalistas partiram para o ataque. Primeiro, eles
denunciaram à Comissão de Direitos Humanos da ONU
supostas arbitrariedades praticadas pela Lava-Jato
e pelo juiz Sergio Moro; depois (mais exatamente na última sexta-feira),
apresentaram uma queixa-crime contra
o magistrado, numa absurda inversão de valores. Segue o excerto:
“Após expor todos os fatos que configuram abuso de autoridade, a petição
pede que o agente público Sergio
Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º da Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com
detenção de dez dias a seis meses, além de outras sanções civis e
administrativas, inclusive a suspensão do cargo e até mesmo a demissão”,
diz o texto.
Explicando melhor: Lula entrou com uma queixa-crime contra
Moro por abuso de autoridade ― na condução coercitiva do petista em março
passado, no mandado de busca e apreensão
em sua residência (e em endereços de familiares) e na divulgação de gravações telefônicas feitas fora do prazo autorizado
pela Justiça. Como a PGR não
respondeu, a defesa do petralha apresentou uma “queixa crime subsidiada”, embasando-se no artigo retro citado e no inciso LIX do Artigo 5º da Constituição de 1988, que dispõe o
seguinte: “Será admitida ação privada nos
crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”.
Cabe ao TRF da 4ª Região acatá-la ou não. Para Reinaldo Azevedo, essa truanice ― que visa caracterizar o petralha
como vítima de uma campanha de natureza
política, que nada teria a ver com a Justiça ― foi um tiro no pé, até
porque Moro não perdeu nenhuma
demanda naquela Corte. Na minha humilde avaliação, Lula está “atirando no
mensageiro” ― prática que os psicólogos definem como dissonância cognitiva e cujos portadores, por não serem capazes de
assimilar os fatos e diminuir o impacto de suas consequências, negam a realidade
e buscam desconstruir a reputação de quem prenuncia os acontecimentos nefastos.
Cortemos de volta para a Lava-Jato (números atualizados até setembro passado):
1.397 procedimentos instaurados;
654 buscas e apreensões;
174 conduções coercitivas;
77 prisões preventivas, 92 temporárias e 6 em flagrante;
112 pedidos de cooperação internacional;
70 acordos de delação premiada;
6 acordos de leniência (e 1 termo de ajustamento de conduta);
52 acusações criminais contra 254 pessoas (sem repetição de nome) por crimes de corrupção, contra o sistema financeiro internacional, tráfico de influência, formação de organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros, 23 das quais já julgadas;
7 acusações de improbidade administrativa contra 38 pessoas físicas e 16 empresas, pedindo o pagamento de R$12,1 bilhões (R$38,1 bi incluindo as multas);
118 condenações, contabilizando 1.256 anos, 6 meses e 1 dia de pena.
Apesar disso, não faltam apedeutas contrários à Operação, e justamente por isso, políticos de todos os partidos e esferas do poder vêm movendo mundos e fundos para melar a Lava-Jato. E a militância vermelha abestalhada continua gritando seus réquiens pelo moribundo PT e alardeando a inocência e honestidade de seu amado líder, tão reais quanto uma nota de 3 reais. Deu para entender ou quer que eu desenhe?