A trágica morte do ministro Teori Zavascki pegou todo
mundo de surpresa (com a possível exceção dos mandantes do crime, se dermos
ouvido às teorias da conspiração que, não sem razão, vem campeando soltas desde
a última quinta-feira), mas não significa o “fim da Lava-Jato”, diferentemente
do que alguns parecem pensar ou querem levar a crer. As investigações vão
prosseguir, como também deverão ter sequência a homologação da Delação do
Fim do Mundo (leia-se Odebrecht) e as tratativas da Nova Delação
do Fim do Mundo (leia-se Camargo Corrêa).
Resta saber quem ficará encarregado da relatoria dos processos da Lava-Jato no Supremo, quem ocupará o lugar de Zavascki ― indiscutivelmente um dos mais brilhantes magistrados que passaram por aquela Corte nos últimos anos ― e, principalmente, o que causou a queda da aeronave e resultou na morte de seus cinco ocupantes.
Resta saber quem ficará encarregado da relatoria dos processos da Lava-Jato no Supremo, quem ocupará o lugar de Zavascki ― indiscutivelmente um dos mais brilhantes magistrados que passaram por aquela Corte nos últimos anos ― e, principalmente, o que causou a queda da aeronave e resultou na morte de seus cinco ocupantes.
Como desgraça pouca é bobagem, deu-se ontem a posse 45º
presidente da maior potência do mundo ― tema de subida relevância não só nos
EUA, mas em todo o planeta, a despeito de alguns políticos norte-americanos
parecerem mais preocupados em criticar o juiz Sergio Moro e defender o
imprestável e corrupto ex-presidente petralha (veja detalhes neste
artigo) em vez de cuidar do seu próprio quintal. Aliás, essa seleta
confraria já havia feito algo parecido por ocasião do impeachment da anta
vermelha, de modo que a notícia não causa espécie. Mas convém ao sapateiro não
ir além das chinelas, pois, Banânia ou não, isto aqui é um país soberano e
democrata, onde as instituições continuam funcionado, ainda que aos trancos e
barrancos.
Para quem quer entender melhor o que representa a vitória de
Trump ― numa das eleições mais vis, conturbadas e rasteiras da história
recente dos EUA, onde restaria ao eleitor escolher o candidato menos impopular, mas que resultou na vitória do bilionário parlapatão, não por ter sido o votado pelo povo, mas por ter conseguido maioria entre os
delegados. A democrata Hillary Clinton restou derrotada, a despeito de contar com o
apoio de Obama e de prometer dar continuidade a sua política de governo ― um governo apenas mediano, que dificilmente poderia ser
considerado brilhante, mas isso já é outra história.
Também nesse caso, resta saber o que vem pela frente e rezar para que a mordida de DT seja menos doída do que seu latido (leia-se suas propostas de campanha e seu discurso de posse ― que seguiu mais ou menos na mesma linha). O que o novo comandante em chefe da maior potência
mundial vai fazer nos próximos 4 anos (se não for morto ou deposto antes do
término do mandato), só o tempo dirá. Aliás, manifestações populares em repúdio a
esse xenófobo boquirroto, com direito a depredações dignas dos melhores black-blocs tupiniquins (como as que já
ocorreram no próprio dia da posse), certamente não faltarão.
Também nesse caso, resta saber o que vem pela frente e rezar para que a mordida de DT seja menos doída do que seu latido (leia-se suas propostas de campanha e seu discurso de posse ― que seguiu mais ou menos na mesma linha).
Enfim, não vou descer a detalhes sobre o cenário político
norte-americano, até porque, diferentemente dos congressistas que mencionei
parágrafos atrás (aqueles que apoiam Lula contra o juiz Sergio Moro),
não me arrisco a meter a colher em panela alheia quando já me é difícil digerir
a merda em que se transformou o cenário tupiniquim, notadamente após as
lamentáveis ocorrências que coroaram os últimos dias. Ainda assim, ouso dizer
que o primeiro presidente negro da história dos EUA se vai com um indiscutível
sentimento de derrota, não só por seu governo ter deixado a desejar (tanto
internamente quanto no âmbito global), mas pelo fato de o candidato escolhido
para sucedê-lo ter sido quem foi.
Ironicamente, nada expressa tão bem o fiasco de Obama
quanto a eleição de Trump, que, em outras circunstâncias, poderia ser
considerada uma piada (ainda que de mau gosto). Afinal, como levar a sério um
presidente americano que, dentre outros rematados absurdos, vem hostilizando
empresas como Fiat, Ford e Toyota e insistindo num ridículo plano de construir
um muro separando os EUA do México?
A quem interessar possa, sugiro a leitura da avaliação feita por Felipe Moura Brasil, jornalista e colunista de Veja, consubstanciada na entrevista concedida ao site O Antagonista. Não concordo com tudo o que ele diz, mas até aí morreu Neves. Vale a leitura.
Bom domingo e uma ótima semana a todos, apesar dos pesares.
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