segunda-feira, 27 de março de 2017

AINDA SOBRE A AGONIA DOS ANTIVÍRUS - FINAL

O FATO MAIS FUNDAMENTAL SOBRE AS IDEIAS DA ESQUERDA POLÍTICA É QUE ELAS NÃO FUNCIONAM. PORTANTO, NÃO DEVEMOS FICAR SURPRESOS AO ENCONTRAR A ESQUERDA CONCENTRADA NAS INSTITUIÇÕES ONDE AS IDEIAS NÃO TÊM DE TRABALHAR PARA SOBREVIVER.

Conforme eu venho comentando nas últimas postagens, os antivírus estão desacreditados, havendo até quem os considere obsoletos e até inúteis, mas quando se trata de segurança, é sempre melhor pingar do que secar.

Como eu também já disse, além da opinião polêmica de John McAfee ― que é visto por uns como um gênio da computação e por outros como um doido varrido ―, há que se levar em conta o que diz gente “mais centrada”, como Brian Dye e Ted Schlein. O primeiro, que é vice-presidente da Symantec, calcula que o índice de proteção dos antivírus atuais não chega a 50%. O segundo, um dos criadores do Norton, diz que os antivírus são “necessários, mas ineficientes”.

Eu, particularmente, acredito que os desenvolvedores de aplicativos de segurança não vão abrir mão facilmente do filão que eles representam, e com alguns aprimoramentos ― como heurística, análise comportamental na nuvem e outros que tais ―, tornarão o peixe novamente atraente para os consumidores sem precisar recorrer a penduricalhos úteis (como limpadores de arquivos, atualizadores de aplicativos, módulos para criação de backups, etc.), mas que fogem à finalidade precípua das ferramentas de segurança propriamente ditas.

Em última análise, os antivírus são necessários, mas insuficientes. Na verdade, há muito tempo que é assim. Por mais diligentes que sejam essas ferramentas, elas não são idiot proof, ou seja, capazes de protegê-lo de si mesmo, de evitar que você tome decisões erradas. Por isso, o futuro delas depende em grande medida de aprimorar seu canal de comunicação com o usuário, de maneira a aprender com ele e, concomitantemente, ensiná-lo a se proteger.

Então, não ser que você seja um hacker habilidoso, que conheça profundamente os meandros usados pelas pragas digitais em seus ataques, ou que seja experiente o bastante para abandonar a plataforma Windows e usar o Linux (não porque não existe vírus para essa plataforma, pois isso é mito, mas sim porque quem tem habilidade para dominar os sistemas operacionais abertos saberá igualmente neutralizar qualquer tipo de ataque e/ou desfazer facilmente seus efeitos), ou que use o PC apenas offline (para redigir textos, jogar Paciência ou realizar outra atividade qualquer que dispense conexão com a internet), você precisa de uma suíte de segurança. E ponto final.

Alguns dos antivírus mais bem avaliados pela crítica especializada: Kaspersky, Bitdefender, F-Secure, ESET, Norton/Symantec. Clique nos links, avalie as características dos produtos disponíveis, compare os preços e condições de pagamento, faça a sua escolha e boa sorte.

O CASTIGO VEM A CAVALO

Na última quarta-feira (22), o ministro do TSE Herman Benjamin encaminhou a seus pares o relatório parcial sobre a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico. No documento, constam trechos dos depoimentos dos 77 da Odebrecht, com destaque para o de Marcelo Odebrecht, que se encontram sob segredo de Justiça. Como era de se esperar, boa parte das informações “sigilosas” vazou para a imprensa.

O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, culpou integrantes do Ministério Público Federal pelo “vazamento seletivo” e acenou com uma possível anulação de provas “obtidas legalmente, mas divulgadas ilegalmente”. Em resposta, o Procurador Geral de República classificou as acusações de disenteria verbal: “É uma mentira, que beira a irresponsabilidade, afirmar que realizamos, na PGR, coletiva de imprensa para 'vazar' nomes da Odebrecht. Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios, mas, infelizmente, com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional”, disse Rodrigo Janot no discurso mais contundente de sua carreira à frente do MPF.

Como dizia o poeta, não há nada como o tempo para passar. Na última sexta-feira, novas informações sigilosas chegaram ao conhecimento da imprensa, desta feita vazadas por integrantes do próprio TSE, cujo atual presidente é... o ministro Gilmar Mendes, que manteve o discurso ―"deploro vivamente, seriamente, e exijo que façamos a investigação desse vazamento agora lamentavelmente ocorrido. Acho que isso fala mal das instituições. É como se o Brasil fosse o país de trambiques, de infrações. Assim como nós não podemos praticar vazamentos aqui, ninguém pode fazê-lo, nem procuradores, nem juízes, nem ninguém" ―, mas, diante do problema no seu próprio quintal, baixou o facho quanto a uma possível anulação de provas (como diz um velho ditado, quem tem telhado de vidro não joga pedras no do vizinho).

A celeuma parece estar longe do final. Deltan Dallagnol, procurador do MPF e coordenador da Lava-Jato, criticou a tese defendida pelo ministro (de que as delações cujo conteúdo tenha vazado podem ser anuladas). Na sua visão, ainda que os vazamentos sejam condenáveis, "a ideia de anular provas não tem pé nem cabeça, e afirmar que colaborações são ilícitas porque houve vazamentos posteriores significa rasgar a lei e os livros". Cá entre nós, bastaria acabar com esse “segredo de Polichinelo” e dar nomes aos bois para pôr fim nos “indesejáveis vazamentos seletivos”, mas parece que, no Judiciário, nenhum gênio chegou a essa singela conclusão.

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