UMA CRIANÇA NÃO É UM ADULTO EM MINIATURA, MAS TEM MUITO
ADULTO POR AÍ QUE MAIS PARECE UMA CRIANÇA GRANDE.
A resposta para a pergunta que eu deixei em aberto no post
anterior é: Depende. Vai interromper
o trabalho por alguns minutos ― para ir ao banheiro, por exemplo? Deixe o
computador ligado. Vai almoçar? Coloque a máquina em standby (na lista do menu
Iniciar, clique na opção Suspender).
Encerrou por hoje e só vai usar o computador amanhã? Hibernar pode ser melhor do que Desligar ― lembrando sempre que o sistema tende a ficar mais
“pesado” quando é usado por dias a fio sem uma “revigorante” reinicialização.
Observação: Embora não seja o escopo deste artigo, vale
lembrar também que você pode configurar sua senha de logon no Windows para ser exigida quando o
sistema volta do descanso de tela, do standby ou da hibernação, de maneira a
inibir a ação dos bisbilhoteiros de plantão, conforme, aliás, a gente já viu em
outras postagens.
Antes de prosseguir, vale relembrar alguns pontos
importantes, começando pelo o número de inicializações que um HDD é capaz de suportar ― que não é
infinito, mas vem aumentando ao longo dos anos. Hoje em dia, é mais comum o computador se tornar obsoleto bem
antes que o drive dê sinais de exaustão. Claro que acidentes acontecem; um
surto de energia (causado por um relâmpago que atinge a rede elétrica, por
exemplo) pode causar danos irreversíveis, sem mencionar que reinicializações
resultantes de “apagões” inesperados podem acarretar problemas em nível de
software (perda de dados, corrupção de arquivos, etc.). Nos portáteis, existe
também o risco de choques físicos ― quedas, impactos, etc. ―, daí os drives de
estado sólido (SSD, baseados em memória flash e sem partes móveis)
serem mais comuns nessa plataforma do que nos desktops, mas isso é uma outra
história (que eu contei nesta postagem).
Para quem não tem o saudável hábito de seguir os links que eu incluo nos meus textos (uma evolução
fantástica em relação à mídia impressa, onde era preciso recontar as mesmas
histórias inúmeras vezes), ou não sabe que as palavras ou frases sublinhadas e
grafadas em azul remetem a outras webpages ― e, portanto, não estão aí para
enfeitar, mas para esclarecer pontos importantes ―, segue um breve resumo:
O HDD eletromecânico é composto por uma câmara
selada (carcaça), em cujo interior um
ou mais pratos (discos) giram em alta velocidade em torno de seu
eixo, mediante a ação de um motor. A leitura/gravação dos dados é feita por
minúsculas cabeças eletromagnéticas (heads) posicionadas na extremidade de braços (arms) controlados por um atuador.
Essas cabeças alteram a polaridade das moléculas de óxido de ferro do
revestimento metálico que recobre os partos, gerando sinais elétricos que a placa
lógica interpreta como imensos conjuntos de bits zero e um, que são
os arquivos digitais.
Durante o processo de fabricação, os drives dão
formatados fisicamente, quando então as superfícies dos pratos são “divididas” em trilhas,
setores e cilindros. As trilhas são faixas concêntricas numeradas da
borda para o centro e divididas em (milhões de) setores de 512 bytes.
Quando o drive conta com dois ou mais pratos, o cilindro corresponde ao conjunto de trilhas de mesmo número
existente nos vários pratos (o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada
face de cada disco, o cilindro 2, pela trilha 2, e assim por diante). O
primeiro setor – conhecido como setor de boot, setor zero, trilha
zero ou MBR – abriga o gerenciador de boot, as tabelas de alocação
de arquivos usadas na formatação lógica (feita pelo próprio usuário
quando da instalação do sistema) das partições inicializáveis e outros dados
inerentes à inicialização do computador. Note que setor e cluster são
coisas diferentes: o primeiro é a menor
unidade física do HDD, ao passo que o segundo, geralmente formado por um
conjunto de setores, é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar.
Já os SSDs não têm motor, discos, nem quaisquer outras peças móveis.
Seus componentes básicos são a memória
flash ― onde os dados são armazenados como na RAM, o que torna o
processo de leitura e gravação muito mais veloz ― e o controlador, que
gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações,
mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Sua adoção vem sendo
feita de forma gradativa, notadamente em máquinas mais caras, até porque o
preço do gigabyte nesse tipo de memória é bem maior que nos HDDs convencionais.
Observação: Existem também os drives híbridos, que
combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um HDD convencional
e proporcionam desempenho melhor a preço menor. A memória flash funciona
como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos
utilizados com maior frequência (sistema e aplicativos), enquanto os discos
magnéticos se encarregam dos demais dados (músicas, vídeos e arquivos
pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o
SO "enxergam" o conjunto como se ele fosse um drive comum.
Continuamos na próxima, pessoal. Até lá.
O Brasil é um país estranho. Já completamos o primeiro
trimestre e nada, de fato, ocorreu na política nacional — além, obviamente, das
estarrecedoras revelações que vieram a público com a suspensão do sigilo da “Lista
de Fachin”. Lula continua solto, posando de salvador da pátria, e Dilma, vomitando seus estapafúrdios discursos mundo afora, ora em portunhol capenga, ora num hilário arremedo de francês de galinheiro.
Em suma, tudo passa pelo Judiciário. É como se os outros dois
poderes — Executivo e Legislativo — fossem apenas meros apêndices da estrutura
de poder. Nunca na história recente da democracia brasileira este
desequilíbrio esteve tão evidente. Juízes, desembargadores e ministros ocupam o
primeiro plano da cena política. São os atores principais. Abandonaram os autos
dos processos. Ocupam os microfones com naturalidade. Discursam como políticos.
Invadem competências de outros poderes, especialmente do Legislativo. No caso
do Supremo Tribunal Federal, a situação é ainda mais grave. Aproveitando-se da
inércia do Congresso Nacional, o STF legisla como se tivesse poder legal para
tal, interpreta a Carta Magna de forma ampliada, chegando até a preencher
supostas lacunas constitucionais. Assumiu informalmente poderes constituintes e
sem precisar de nenhum voto popular. Simplesmente ocupou o espaço vazio.
O projeto criminoso de poder petista ao longo de 13 anos
destruiu a institucionalidade produzida pela Constituição de 1988. Cabe
registrar que até então não tínhamos um pleno funcionamento das instituições.
Contudo, havia um relativo equilíbrio entre os poderes e um respeito aos
limites de cada um. Mas este processo acabou sendo interrompido pelo PT.
O petrolão foi apenas uma das faces deste projeto que
apresou a estrutura de Estado. E que lá permanece. Depois de quase um ano da
autorização para a abertura do processo do impeachment, pouco ou nada foi feito
para despetizar a máquina governamental. Pedro
Parente, quando assumiu a presidência da Petrobras, afirmou que havia uma
quadrilha na empresa. Porém, o tempo passou e nada foi apresentado. O que
sabemos sobre a ação do PT e de partidos asseclas na empresa deveu-se à ação da
Justiça. Foram efetuadas investigações internas? Funcionários foram punidos? Os
esquemas de corrupção foram eliminados? A empresa buscou ressarcimento do
assalto que sofreu? Como explicar que bilhões foram desviados da Petrobras e
seus gestores não foram sequer processados?
Se a nova direção da Petrobras foi omissa, o mesmo se aplica
a um dos pilares do projeto criminoso de poder petista, o BNDES. Foi um
assalto. Empréstimos danosos ao interesse público foram concedidos sem qualquer
critério técnico. Bilhões foram saqueados e entregues a grupos empresariais
sócios do PT. Porém, até o momento, Maria
Silvia Bastos Marques não veio a público expor, ainda que sucintamente, a
situação que encontrou ao assumir a presidência do banco. E os empréstimos a
Cuba? E às republicas bolivarianas? E para as ditaduras da África negra?
Não é possível entender o silêncio das presidências da
Petrobras e do BNDES. Por que não divulgam a herança maldita que receberam?
Desinteresse? Medo? Não é politicamente conveniente? Por que os brasileiros só
tomaram — e continuam tomando — conhecimento das mazelas da Petrobras e do
BNDES através dos inquéritos e processos judiciais? Por que os presidentes,
ex-diretores e demais responsáveis não foram processados pelos novos gestores?
Se o Executivo continua refém da velha ordem, o mesmo se
aplica ao Legislativo. O Congresso Nacional se acostumou ao método petista de
governar. Boa parte dos parlamentares foram sócios da corrupção. Receberam
milhões de reais indiretamente do Estado. Venderam emendas constitucionais,
medidas provisórias, leis e até relatórios conclusivos de comissões
parlamentares de inquéritos. Tudo foi mercantilizado. E os congressistas
participantes do bacanal da propina lá continuam. Desta forma, diversamente de
outros momentos da nossa história (1961, 1964 e 1984-85), o Congresso não tem
voz própria na maior crise que vivemos. Quais deputados e senadores poderão se
transformar em atores à procura de uma solução política? Quem tem respeitabilidade?
Quem fala em nome da nação?
Tanto no Executivo como no Legislativo a velha ordem se
mantém com apenas pequenas alterações. Colaboradores ativos do petismo, sócios
entusiasmados do maior saque estatal da nossa história, ocupam importantes postos
nos dois poderes. Há casos, como o de Leonardo
Picciani, que seriam incompreensíveis a algum analista estrangeiro que não
conhecesse a hipocrisia da política brasileira. O deputado votou contra a
abertura do processo do impeachment e, mesmo assim, foi premiado com o cargo de
ministro do novo governo. Boa parte da base parlamentar que sustentou os
governos criminosos do PT agora apoia Michel
Temer, sem, em momento algum, ter efetuado alguma autocrítica.
É justamente devido às contradições dos outros dois poderes
que o Judiciário acabou invadindo o espaço que constitucionalmente não é o seu.
Isto não significa que opere sem divergências. Pelo contrário. Basta recordar
os constantes atritos entre os responsáveis pela Lava-Jato e alguns ministros
do STF, o que também não é recomendável.
O que é inquestionável é o desequilíbrio entre os poderes.
Mais ainda, a supremacia do Judiciário. É um desserviço ao Estado democrático
de Direito o enorme poder dos juízes, também porque, mas não apenas por isso,
sequer receberam um voto popular. E continuam incólumes ao controle
democrático. O que diria o Barão de
Montesquieu de tudo isso?
Postagem criada com base em texto do historiador Marco Antonio Villa.
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