OS HOMENS
NASCEM IGUAIS, MAS NO DIA SEGUINTE JÁ SÃO DIFERENTES.
Máquinas de configuração modesta podem ter seu despenho
comprometido pela abundância de efeitos visuais do sistema operacional, tais
como transições de janelas, sombreados e outras frescuras que seriam até
interessantes se não deixassem a máquina lenta. Então, se o seu computador não
dispõe de uma placa de vídeo off-board, com GPU e memória dedicada, experimente
ajustar as configurações do Windows para inibir esses fricotes e confira o
resultado. Se as alterações não lhe agradarem visualmente, ou se você não sentir uma melhora razoável na performance da máquina, desfaça as alterações e tudo voltará a ser como antes no Quartel de Abrantes.
O caminho das pedras é o seguinte:
- Digite performance na caixa de diálogo da Cortana e clique em Ajustar a aparência e o desempenho do
Windows (também é possível chegar a essa tela via Painel de Controle, clicando em Sistema > Alterar configurações > Avançado e no botão Configurações
do campo Desempenho ― note que
existe uma forma mais fácil de usar o Painel
de Controle, como veremos mais adiante.
- Na janelinha das Opções
de desempenho, existem quatro possibilidades. Se a primeira ― Deixar o Windows escolher a melhor opção
para o computador ― estiver desmarcada, assinale-a, clique em Aplicar, confirme em OK, use o computador normalmente por
algum tempo e veja se houve alguma melhora no desempenho. Caso negativo, volte
à tela das opções e marque Ajustar para
obter um melhor desempenho, clique em aplicar e repare que o Windows irá desmarcar alguns dos
diversos efeitos listados logo abaixo (animações, detalhes e enfeites). Confirme
em OK confira o resultado.
Se você não ficar satisfeito, repita os passos descritos acima, marque
a opção Personalizar e selecione
manualmente o que deseja manter ― ou seja, deixe desmarcadas as caixinhas que
correspondem aos efeitos que você acha dispensáveis. Trata-se de um processo
de tentativa e erro, em que você vai fazendo os ajustes e conferindo o
resultado. É trabalhoso, mas eficiente.
Veremos na próxima postagem como ativar a máxima performance
e, de quebra, um recurso bem legal, conhecido como God’s Mode (Modo de Deus), que facilita o acesso a todos as funções disponíveis do Painel de Controle do
Windows.
A Polícia Federal
diz ter indícios consistentes de que
Temer, o irrenunciável, cometeu crime de corrupção passiva. Aguarda-se
o próximo movimento do MPF, que deve
colocar o rei em xeque.
Enquanto isso, sua majestade, digo, sua excelência achou por
bem mudar de ares. Aliás, até nisso ele imita sua deplorável predecessora: semanas
antes de ser afastada, Dilma se escafedeu
para Paris ― a pretexto de participar de um evento ligado ao clima, se não me
falha a memória. De certo modo isso é bom: aviões têm caído com frequência, o
que dá às viagens aéreas o condão de abreviar a solução de problemas cujos
finais estão delineados, sendo apenas uma questão de tempo (Temer vai deixar o cargo, isso são
favas contadas, ou seja, uma simples questão de quando e como, e não de se).
No aeroporto de Moscou, Temer
ser recebido pelo vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, e pelo embaixador do
Brasil, Antonio Salgado, bastou para
que alguns sites mortadeleiros repercutissem a “vexatória” ausência do presidente
russo. Mas o furor uterino da patuleia ignara arrefeceu quando, na mesma noite,
Putin apareceu inesperadamente na
apresentação do Balé Bolshoi a que Temer e sua comitiva assistiam ― vale
lembrar que o primeiro encontro oficial entre os dois presidentes estava
agendado para a manhã desta quarta-feira.
Aqui cabe um parêntese: Embora não pareça, Temer e Putin têm em comum o repúdio do povo que governam. No último dia
12, um ato organizado contra a corrupção reuniu milhares de russos em 180
cidades com gritos de “abaixo o czar”,
“a Rússia sem Putin” e “a Rússia
vai ser livre” (cerca de 1.700 manifestantes foram detidos pela polícia).
Demais disso, a Rússia, sede da Copa das
Confederações que começou no último sábado e da Copa do Mundo de 2018, passa por situação similar à que vivemos em
2013, quando milhões de brasileiros se insurgiram contra a classe política, a
inépcia do Estado e a gastança em um evento esportivo que, como ficou provado
mais adiante, não trouxe benefícios para o país. Segundo matéria publicada em Veja desta semana, a principal suspeita
recai sobre o Estádio de S. Petersburgo,
cuja estrutura demorou dez anos para ser concluída e seu preço aumentou sete
vezes antes de chegar aos 750 milhões de dólares (valor oficial; há indícios de
que tenha custado o dobro). Fecho o parêntese.
Voltando a Temer:
no pronunciamento que fez a nação (quase 24 horas) após a imprensa divulgar os
primeiros detalhes da delação da JBS,
o presidente disse que o inquérito no STF
seria o “território onde surgiriam todas as explicações” e que exigia investigação plena e muito rápida para os
esclarecimentos ao povo brasileiro. Agora, no entanto, o que se vê são conchavos em que cargos e verbas
são ofertados em troca de apoio na Câmara para barrar a abertura do processo.
Como se não bastasse, em mais um erro estratégico, Temer resolveu processar por calúnia “o
moedor de carne falastrão” ― que ele agora afirma mal conhecer, embora o
tenha recebido à sorrelfa nos “porões do Jaburu” e ouvido dele um rosário de
crimes cabeludos (envolvendo, inclusive, o suborno de membros do Judiciário e
do Ministério Público) com a cumplicidade de quem ouve um velho amigo se
vangloriar de estripulias extraconjugais. Para o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal, Joesley apenas repetiu na entrevista à
revista Época o que havia dito na
delação premiada aprovada pelo MPF,
e que por isso não tinha intenção de caluniar o presidente.
Mudando de um ponto a outro, é impossível negar que a
delação da JBS teve aspectos
inusitados, a começar pelas benesses concedidas aos irmãos Batista e outros 5 altos executivos do grupo, que receberam uma
espécie de “indulto antecipado”. As vantagens, justificadas pelo Ministério Público por conta da relevância das informações ― que
tiveram impacto ainda maior que as da Odebrecht
por envolver o presidente da República ―, poderão ser revistas pelo plenário do STF à luz da Lei 12.850, de agosto de
2013, segundo a qual, na homologação de uma colaboração premiada, cabe ao juiz
somente checar se o acordo atende aos “requisitos legais”, ou seja, verificar se os aspectos formais da delação foram
obedecidos.
Esse julgamento será importante para definir como o Supremo
irá se portar diante de acordos de delação que ainda estão sendo negociados,
como os de Palocci e de Leo Pinheiro. Segundo O GLOBO, também há expectativa em torno
do futuro das apurações contra o presidente Temer — delatado por Joesley
—, caso a maioria dos ministros entenda que a homologação do acordo deve ser
validada pelo plenário. Há, ainda, a possibilidade de que os ministros discutam
regras novas para homologar delações futuras, o que requer muito cuidado, pois
uma mudança no entendimento adotado até agora poderia suscitar dúvidas em
relação aos processos já julgados com base nas delações homologadas apenas pelo
relator. Isso sem mencionar que um recuo na delação da JBS poderá reduzir significativamente a atratividade da colaboração
para corruptos e corruptores que ainda cogitam delatar. E, mutatis mutandis, o mesmo se aplica à “cruzada” de Gilmar Mendes contra as prisões
preventivas prolongadas ― pratica largamente usada pela Lava-Jato para estimular as delações.
Observação: A homologação é uma análise dos aspectos
formais da colaboração. Não cabe ao juiz entender se poderia haver ou não a
colaboração em razão das provas apresentadas. Contudo, alguns pontos precisam ser
discutidos. Por exemplo, o Ministério Público pode decidir qual vai ser a pena
do colaborador? Se a delação dos Batista
for revista, o que será feito com as informações já levantadas? Do ponto de
vista técnico, a decisão do ministro Fachin
é perfeitamente adequada, mas do ponto de vista social ou político, pode ficar
a sensação de que o acordo foi benevolente (para saber mais, clique aqui).
Nada chega realmente a surpreender num país onde uma
aberração como o TSE ― poucas
democracias de primeiro mundo tem uma “justiça eleitoral” ― absolve candidamente
a chapa Dilma-Temer num “julgamento”
absurdo, considerando que, pela exposição dos fatos, ficou claro que em 2014 a
ex-presidente petralha fez a campanha mais corrompida, fraudulenta e criminosa
na história das eleições brasileiras, e que seria impossível o atual
presidente, na condição de vice da anta vermelha, não ter igualmente se
beneficiado da trapaça. Os próprios ministros da Corte concordaram que a
campanha foi bancada com dinheiro roubado, mas decidiram que Temer deve continuar no cargo porque as
provas, embora reais e concretas, não são válidas. Como bem ressaltou o
jornalista J.R. Guzzo em sua coluna
na revista Veja desta semana, as
provas valem, mas na hora em que foram apresentadas não estavam mais valendo,
pois apenas nossos cientistas jurídicos sabem que uma banana, hoje, pode ser um
laranja amanhã; que é um disparate achar que sete nulidades, que jamais foram
eleitas sequer para inspetor de quarteirão, possam decidir se o presidente fica
ou não no cargo, se quem o colocou lá foi o eleitorado e quem tem o direito de
tirá-lo é o Congresso. Então porque perder tempo e gastar rios de dinheiro num
processo que se arrasta durante anos se os juízes decidem que as provas não
servem para nada e se não têm a mínima condição lógica para depor o presidente
da República?
A reação popular à “absolvição” de Temer foi a mais humilhante indiferença ― a melhor resposta,
possivelmente, para os que são donos do governo, da máquina pública e do
Tesouro Nacional, uma aglomeração de políticos, magistrados, procuradores,
lobistas, chefes de gangues partidárias e todos os demais parasitas que desfilam
pelo noticiário fingindo estar ocupadíssimos na solução das mais graves
questões da vida nacional.
Enquanto isso, a 1ª Turma do STF, que deveria definir
na tarde de ontem a sorte de Aécio Neves, acabou adiando sine
die tanto a decisão sobre a prisão do senador quanto seu pedido para
retomar as atividades parlamentares. Isso porque o Marco Aurélio,
relator do caso, disse que ainda vai se pronunciar sobre um novo pedido de Aécio para
levar o processo para o plenário da Corte. No entanto, por 3 votos a 2, essa mesma Turma
converteu a prisão preventiva de Andrea Neves, irmã do tucano,
e Frederico Pacheco, primo de ambos, em prisão domiciliar (Andrea e Fred são investigados por suposta prática de corrupção,
organização criminosa e embaraço às investigações, e estavam na cadeia desde o
último dia 18 de maio).
Para fechar esta postagem com uma perspectiva alvissareira,
a primeira condenação de Lula pode
sair a qualquer momento. Em alegações finais, a defesa do empresário Leo Pinheiro voltou a afirmar que o
real proprietário do proverbial tríplex no Guarujá era o molusco abjeto ― que,
naturalmente, nega, como também nega a propriedade do sítio em Atibaia, a
amizade com o pecuarista José Carlos
Bumlai, os vários encontros que teve com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, e só não nega ter
conhecido a falecida Marisa Letícia
porque tem receito de alguém aparecer com uma certidão de casamento.
Um dos argumentos usados pela defesa do petralha é que a OAS transferiu os direitos econômicos e
financeiros sobre o tríplex para um fundo gerido pela Caixa Econômica Federal e, portanto, não teria como ceder a
propriedade do imóvel ou prometer a sua posse. No entanto, como ressaltou o Blog do Noblat, a CEF, em nota oficial, afirmou não ser dona dos direitos econômicos
do imóvel. O FGTS adquiriu debêntures da OAS
garantidos pela hipoteca do prédio, do qual o tríplex faz parte, mas isso não
impediria a comercialização dos imóveis. A qualquer momento, portanto, o juiz Sérgio Moro poderá proferir a sentença.
A despeito do que Lula e o PT afirmam publicamente, nem mesmo eles
acreditam na absolvição, que representaria o atestado de morte da Lava-Jato.
Todavia, isso não significa que Moro
pedirá prisão do eneadáctilo até o julgamento do recurso que defesa certamente
ingressará contra a provável condenação.
E viva o povo brasileiro.
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