A TORPEZA, A
IGNOMÍNIA, A PODRIDÃO DAS ENTRANHAS VIVAS, O NASCER OU MORRER INFAMADO OU
INFAME É SÓ DO HOMEM.
O site russo Habrhabr.ru divulgou
recentemente um bug que pode travar o Windows
7 (e o Vista e o Eight) quando o usuário visita um site
em que o nome do diretório que armazena as imagens tenha sido alterado para $MFT.
$MFT é o nome de
um determinado arquivo de metadados. Se alguém resolver batizar um diretório
com esse nome, o Windows ficará “confuso”,
o que causará lentidão e, em situações extremas, a exibição de uma BSOD (sigla em inglês para Tela Azul da Morte) e o subsequente
travamento ― que, felizmente, pode ser revertido mediante a reinicialização do
computador.
A explicação é que, da mesma forma que o sistema, os
websites têm estruturas de arquivos com diretórios (popularmente conhecidos como pastas). Normalmente, as imagens são
armazenadas em algo como nomedosite.com/images/,
e talvez por isso esse bug tenha
passado despercebido ― afinal, quem pensaria em renomear o diretório ou
subdiretório de imagens para $MFT?
Quando por mais não seja, está mais do que na hora de migrar
para o Windows 10. O período de
suporte base do Seven terminou
em 2015 (o estendido vai até 2020); o do Eight termina em janeiro do ano que vem (e o estendido, em
2023).
Para saber mais, afie seu inglês e leia a postagem publicada
no site THE VERGE. O link
é https://www.theverge.com/2017/5/26/15696704/microsoft-windows-7-windows-8-pc-crash-bug-ntfs.
Quando achávamos que a colaboração premiada dos executivos
da Odebrecht era a “delação do fim
do mundo”, os irmãos Batista nos
lembraram de que no Brasil o buraco é bem mais embaixo e que o
que está ruim sempre pode piorar. E piorou, como se viu no julgamento de
compadrio da chapa Dilma-Temer,
quando, num flagrante atentado ao estado democrático de direito (se bem que, no
Brasil, “democracia” é uma palavra que há muito deixou de ter significado),
decidiu-se simplesmente ignorar a caudalosa enxurrada de provas de abuso de
poder econômico e outros malfeitos que garantiram a reeleição da
dupla dinâmica, em 2014.
Dilma, com a
cara-de-pau que o diabo lhe deu, comemorou (pela segunda vez) a mantença de
seus direitos políticos, e agora diz que, se voltar ao poder, “vai
arrumar este país que o Temer estragou”. Sem comentários.
Temer, aliviado com a carta de alforria
que recebeu do amigo de fé, irmão e camarada ministro Gilmar Mendes, parece disposto a imitar a anta vermelha, que, durante a campanha pela reeleição, disse que faria o diabo
para permanecer no cargo: pondo de lado os escrúpulos, sua excelência mandou
às favas as aparências e deixou transparecer o monstro que habita sob o manto
do articulador habilidoso, culto, melífluo e de boas maneiras.
Observação: Segundo José
Simão, neste Dia dos Namorados o
presidente teria presenteado o ministro Gilmar
Mendes com uma cesta contendo dois ursos de pelúcia, um pote de geleia de
marmelo e uma toga de... ursinhos. No cartão, a singela mensagem: Te amo. Beijos no Jaburu.
Segundo denúncia publicada em Veja desta semana, Temer
acionou a Abin (Agência Brasileira
de Inteligência) para investigar a vida pregressa do ministro Fachin, visando desmoralizá-lo,
intimidá-lo e, se possível, tirar-lhe a relatoria da Lava-Jato no Supremo (veja
mais detalhes nesta postagem). No sábado, Cármen Lúcia afirmou ser
inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo, contra a
democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal
da vida de um de seus integrantes, mas mudou o discurso dois dias depois,
afirmando que “não tomará nenhuma
providência a respeito da denúncia, uma vez que o Palácio do Planalto negou a
informação”.
Como se fosse possível confiar na palavra de um
presidente atolado até os beiços em suspeitas de corrupção. Um presidente que se reúne à
sorrelfa com investigados na Justiça, ouve relatos estarrecedores e não toma nenhuma
providência (segundo ele, por achar que o moedor de carne, um falastrão, estaria contando vantagem). Um presidente que mente descaradamente, negando qualquer relacionamento pessoal com Joesley Batista, embora tenha viajado com a família em seu avião particular, e de ter telefonado pessoalmente para agradecer as flores que o anfitrião ofereceu a sua esposa... Enfim, cada Lula tem o Bumlai que merece.
Finda a ópera bufa encenada no TSE, ficamos com o quê? Com um presidente impopular, mas que vinha conseguindo
debelar a monstruosa crise gerada e parida pelos governos petistas, mesmo a custa de distribuir cargos e verbas em troca de apoio parlamentar, Um presidente que move mundos e fundos para manter próximos (e fora do alcance das varas penais de
primeira instância) Eliseu Padilha, Wellington Moreira Franco e outros
amigos e apoiadores envolvidos em práticas nada republicanas. Um presidente que não tem o decoro de se afastar do cargo, para melhor se
defender das seriíssimas acusações que pesam contra si. Um presidente que aposta na Câmara dos Deputados para barrar a instauração de um inquérito contra si, já que boa parte dos congressistas é composta de
investigados ou réus na Lava-Jato (Janot
deve denunciar formalmente o presidente até o final deste mês; se o ministro Fachin acolher a denúncia e 2/3 da Câmara
avalizar a abertura do processo, Temer se tornará réu e será afastado compulsoriamente do cargo
por até 180 dias).
Temer venceu uma
batalha importante, mas a guerra está longe de terminar. Resta saber se Rodrigo Rocha Loures vai abrir o bico,
e como se comportará Geddel Vieira Lima
― amigo e aliado de longa data do presidente, em torno do qual a PF está
fechando o cerco. Demais disso, boa parte das atuais lideranças políticas tornar-se-á inelegível
até as próximas eleições (quando serão escolhidos todos os 513 deputados federais e 2/3 dos 81 senadores para a próxima legislatura). Até lá, só nos resta contar com o Judiciário, que poderia nos fazer a gentileza de olhar para suas próprias mazelas. E parece que insiste em não fazê-lo, a julgar pela atitude de Cármen Lúcia, que, como dito parágrafos atrás, depois de criticar duramente o executivo por supostas investigações clandestinas contra o ministro Fachin, amenizou o discurso afirmando que “o presidente da República
garantiu não ter ordenado qualquer medida naquele sentido [de determinar à Abin a investigação do ministro Fachin]”
e que “não há o que questionar quanto à
palavra do presidente da República”. Ao final, a ministra acrescentou que “o tema está, por ora, esgotado”. Tomara
que seja só “por ora”.
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