terça-feira, 19 de dezembro de 2017

LULA É UMA DOENÇA DIFÍCIL DE CURAR


A passagem de Lula pelo Rio de Janeiro pôs um gosto amargo na boca de quem assistiu ao espetáculo deprimente, oscilando entre a incredulidade e a náusea. Como traduzir o desgosto de ver tantos brasileiros, que nada aprenderam com a história recente, compactuando, apoiando e incentivando o crime, a corrupção e o populismo barato?

A voz rouca de Lula despejava uma avalanche de informações manipuladas, abusava de baixezas, argumentos tortos, frases de efeito e provocações baratas, enquanto estudantes e professores deliravam. O molusco insistia na velha estratégia de incentivar o ódio entre os brasileiros, transferia responsabilidades, apresentava-se como herói e salvador, e a turba respondia como se estivesse embriagada.

Lula ousou falar em honradez e caráter. E toda aquela gente o aplaudiu, numa espécie de histeria coletiva difícil de acreditar. Sua fala, pontuada por gritos fanáticos, palavrões (de incentivo), gargalhadas e aplausos, foi recebida pela plateia de olhos vidrados, numa espécie de febre moral que torna as pessoas incapazes de raciocinar e lhes compromete o senso crítico. Lula é uma doença. E é difícil de curar.

Mais uma vez o ex-presidente se comparou a uma jararaca. Qualquer ser humano minimamente coerente rejeitaria ser associado a uma cobra peçonhenta, mas não Lula e seus ouvintes intoxicados, que tudo aceitam. Foi, ainda uma vez, delirantemente louvado.

Lula fingiu que não está diretamente ligado aos crimes que espoliaram a Petrobras e agiu como se não houvesse sido parceiro dos que devastaram o Rio de Janeiro e a UERJ. Eximiu-se de toda responsabilidade pela degradação que tomou o País. E os que o ouviam balançavam as bovinas cabeças em concordância.

Não se trata mais de política, mas de caráter ― da falta dele. Lula, no Rio de Janeiro, foi uma bofetada no rosto de quem ainda tem apreço pela palavra decência.

Com Sonia Zaghetto

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