sexta-feira, 4 de maio de 2018

LULA NA CADEIA, TEMER ENXOVALHADO E O FRANGO COM POLENTA... A QUE PONTO CHEGAMOS!



Houve um tempo em que Lula era habitué do restaurante São Judas Tadeu, que fica em São Bernardo do Campo. Hoje, a então famosa “rota da polenta” já não encarna mais o sonho de ascensão social da classe operária, nem o lulopetismo encanta ninguém ― a não ser a militância ignara, naturalmente. Mas o frango com polenta do São Judas continua excelente, dizem, só que não para o bico de Lula, que em 2016 teria se queixado de não poder mais frequentar restaurantes, nem mesmo em São Bernardo, devido às denúncias de corrupção contra ele, seus asseclas e seu partido. E a coisa ficou mais difícil desde o dia 7 do mês passado, já que o Delivery do São Judas não atende s capital do Paraná. Pobre alma viva mais honesta do Brasil...

A rejeição aos políticos não se limita ao PT, nem tampouco se baliza por ideologias. Até onde a vista alcança, o repúdio é amplo, geral e irrestrito. Peguemos como exemplo Michel Temer, cuja popularidade anda em níveis abissais (apenas 5% dos entrevistados classificam seu governo como bom ou ótimo). Mesmo depois de ter anunciado o aumento do Bolsa Família, ele não escapou da ira de populares, quando teve a infeliz ideia de “prestar solidariedade” às vítimas de um desabamento no centro de São Paulo.

Observação: Foi mancada dos assessores de marketing do presidente, que deveria ter feito como Guilherme Boulos e outros líderes de sem-terras, sem-tetos, sem-vergonhas etc., que não passaram nem perto do local, embora estejam sempre instigando invasões de prédios públicos, mesmo que não tenham condições mínimas de habitabilidade e segurança.

O apoio que ainda resta a Lula é de militantes organizados e mercenários “bancados” para engrossar as cada vez mais minguadas manifestações. O líder petista e seu moribundo partido (que, no fundo, não existem um sem o outro) foram reduzidos a seu nicho original depois que a corrupção se tornou o grande problema nacional e o demiurgo de Garanhuns perdeu sua notória capacidade de mobilizar a população (com exceção da militância desmiolada que o idolatra).

Temer ainda não foi alvo de panelaços (como os que "saudavam" os pronunciamentos de Dilma no apagar das luzes de seu funesto governo), mas não raro é enxovalhado quando aparece em público. Um fim de carreira melancólico para um presidente que almejava ser lembrado como “o cara que recolocou o país nos trilhos do crescimento”. Mas quem semeia ventos colhe tempestades, diz um velho ditado. E foi exatamente isso que Temer fez, ao nomear uma equipe de notáveis que se notabilizou por práticas nada republicanas, e cujos membros foram caindo feito moscas, à razão de um por mês ― Romero Jucá, por exemplo, que assumiu a Casa Civil a despeito de ser investigado em nada menos que 13 inquéritos, não ficou nem 2 semanas no cargo. Renan Calheiros, que é alvo de 17 inquéritos e réu em um deles, trocou de mal com o governo e passou a apoiar Lula (em última análise, os imprestáveis se merecem).

Depois da delação da JBS e das flechadas de Janot, Michel Temer mandou às favas o decoro. Embora ainda negue as acusações, como é regra geral entre os políticos enrolados com a Justiça, já não demonstra o menor constrangimento em se cercar de gente como Moreira Franco, Padilha, Jucá, Carlos Marun e outros elementos da mesma estirpe.

ObservaçãoRodrigo Rocha Loures ― homem da mais estreita confiança do presidente, segundo o próprio presidente ― foi flagrado arrastando uma mala com 500 mil reais. Disse que não tinha conhecimento do conteúdo da mala, mas se apressou a devolver os R$ 35 mil que havia garfado do butim. Geddel Vieira Lima, outro amigo e aliado de Temer, foi encarcerado depois que a PF encontrou, num apartamento ligado a ele, em Salvador, a bagatela de R$ 51 milhões em dinheiro vivo. José Yunes e o coronel João Batista Lima Filho, também velhos amigos de Temer, foram presos pela PF para prestar esclarecimentos sobre o caso da Rodrimar, sem mencionar a filha Maristela Temer, que terá de explicar à Justiça por que a reforma feita num imóvel de sua propriedade foi paga pelo coronel laranja-Lima.

No comando da tropa de choque palaciana, o impávido deputado Carlos Marun, vice-líder do governo na Câmara, transpira beligerância, chegando mesmo a ameaçar de impeachment o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, que “teve o desplante” de autorizar a quebra do sigilo bancário de seu amado líder. Aliás, quando se formou maioria na Câmara em favor do sepultamento da segunda denúncia contra o presidente, Marun ofereceu à imprensa um espetáculo inesquecível, cantando e dançando com a graça de um hipopótamo bailarino sua improvisada marchinha da impunidade (vale a pena assistir ao videoclipe). E ainda ameaçou os colegas que votaram contra o governo de exclusão da base, já que, pela sua ótica revanchista, eles deveriam ser tratados como oposição.

Para não encompridar demais este capítulo, o resto para a próxima postagem. Antes de encerrar, porém, cumpre informar que por volta das 16h desta quinta-feira o STF concluiu a votação sobre a restrição ao foro privilegiado para deputados e senadores. Todos os ministros votaram a favor da restrição do foro, embora quatro deles entenderam que todas as infrações ocorridas durante o mandato, inclusive as não relacionadas à atividade parlamentar, devem ser julgadas pelo Supremo. Volto com mais detalhes sobre esse assunto numa próxima oportunidade.

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