MAIS IMPORTANTE QUE ACRESCENTAR DIAS A SUA VIDA É ACRESCENTAR VIDA A
SEUS DIAS.
Em princípio, veículos com transmissão automática priorizam
o conforto, embora modelos esportivos sofisticados (e caros) acelerem quase
como seus correspondentes equipados com câmbio manual. No entanto, se você é adepto de arrancadas riscando o asfalto
e produzindo nuvens de fumaça (burn
out), escolha um modelo
automático com motor de respeito, como o Ford
Mustang V8 — que foi e continua sendo meu sonho de consumo desde 1973,
quando meu pai me deu uma miniatura da Matchbox,
branca, conversível e com estofamento vermelho, mas isso já é outra conversa.
O grande senão dos câmbios automáticos, notadamente os CVT, é a arrancada “chocha” (para saber
mais sobre as diferenças entre as transmissões continuamente variáveis e as
automáticas convencionais, clique aqui;
para ver um Mustang automático em
ação, afivele o cinto de segurança e clique aqui).
Não
vou descer a detalhes sobre a tecnologia CVT,
até porque ela merece uma postagem dedicada. Mas adianto que a Toyota desenvolveu uma alternativa que combina
a economia e o conforto das polias continuamente variáveis com a prontidão das
engrenagens dos câmbios manuais — que deve ser implementada no Corolla já em
2020. Explicando em rápidas pinceladas, a variação contínua das polias só entra
em ação depois que o carro “embala”, ou seja, nas arrancadas, quem trabalha é a
engrenagem.
Nos carros com transmissão manual, basta você engrenar a primeira marcha, elevar o giro do motor e soltar o
pedal da embreagem para o veículo arrancar prontamente. Já os automáticos
precisam de torque abundante em baixas rotações para compensar o “delay” característico do conversor ou das
limitações do acionamento robotizado da embreagem (para entender melhor as
diferenças entre torque e potência,
clique aqui).
Jamais tente “cantar pneus” acelerando o motor com a alavanca em N e mudando-a para D quando
o giro estiver elevado, pois, além de um tranco memorável, isso poderá danificar o conversor de torque
ou kit de embreagens, dependendo da transmissão. Somente em veículos equipados com launch control (controle de largada que
otimiza a arrancada e a aceleração) é que se deve parar totalmente o carro, colocar no ajuste esportivo ou no
modo dedicado (LC), manter o pedal
do freio pressionado com o pé direito, acelerar com o esquerdo e, ao sinal do
sistema, liberar o freio.
Observação: O Mustang
conta com o Line Lock, que permite
travar as rodas dianteiras, imobilizando o veículo enquanto se acelera fundo,
fazendo as rodas motrizes (traseiras) girarem em falso, torrando os pneus.
Tanto em veículos com câmbio automático convencional quanto
CVTs e automatizado, a troca de
marchas nem sempre ocorre no momento que desejamos. Daí os puristas —
e os “pilotos de final de semana” — preferirem modelos com paddle shift (ou “câmbio
borboleta), que permitem a troca sequencial das marchas através de duas abas
posicionadas atrás do volante, uma para “subir” e outra para “reduzir”, como
nos carros de Fórmula 1. Na ausência desse recurso, a troca sequencial costuma ser feita através da alavanca ou por botões acoplados a ela, o que não é prático quando se
deseja uma condução “mais esportiva”, pois exige tirar uma das mãos do volante.
A não ser em situações excepcionais, mantemos a alavanca na
posição D durante a maior parte do
tempo, pois ela permite operar em todas as marchas, de acordo com a velocidade,
topografia e pressão no acelerador. Mas mesmo nos modelos sem troca sequencial é possível "induzir" as mudanças simplesmente dosando a
aceleração. No caso de retomadas e ultrapassagens, basta recorrer ao “kick down”, que consiste em pressionar o acelerador até o final do
curso para acionar um botão que provoca a redução de marcha, melhorando as
respostas do motor (quando a pressão no pedal é aliviada, uma marcha superior é
novamente selecionada).
Em aclives, deve-se acionar o freio de serviço ou o de
estacionamento para manter o carro imobilizado — ou seja, jamais usar o acelerador para esse fim. Conforme
a inclinação, o efeito creeping (que leva o carro a se mover lentamente quando se solta o freio, mesmo sem qualquer pressão sobre o pedal do acelerador) pode ser suficiente para a parada, mas convém optar por um modelo que disponha de “assistente de partida em rampa”.
Assim, quando você para numa subida (para esperar o farol abrir, por exemplo) e
pressiona o pedal do freio, o carro permanece imobilizado; quando você solta freio, ele continua imóvel por alguns segundos, dando tempo mais que
suficiente para você acelerar e seguir adiante sem correr o risco de recuar e
bater no veículo de trás.
Era isso, pessoal. Espero que tenham gostado.