Tem gente que nasceu para falar merda, gente que nasceu para
fazer merda e gente que não passa de um monte de merda.
Gleisi Hoffmann, que se enquadra na primeira categoria, é o que há
de pior no PT (e olha que a
concorrência é brava). Na segunda, destaca-se com louvor a prole bolsonariana:
não bastasse a lambança de zero um e
seu ordenança, zero dois resolveu acusar, pelo Twitter, um
ministro de Estado de ter mentido sobre conversar com o presidente. Na
terceira, brilha a estrela moribunda, o clone do Tinhoso que, por receio de perder para seu fantoche o comando da
quadrilha que ajudou a fundar, assinou nova procuração para o esbirro voltar a
advogar para ele e ter livre acesso à cela VIP onde permanece encarcerado (ao
constranger a marionete a visitá-lo regularmente, o presidiário reafirma que
nada pode ser decidido sem o seu aval).
Carlos
Bolsonaro resolveu “morder” o Secretário-geral de Presidência, Gustavo Bebianno, jogando nas redes o
áudio em que se ouve o pai se recusando a atendê-lo — desmentindo, portanto, o ministro,
que jura ter se encontrado com o Presidente.
A prole bolsonariana vem se revelando uma usina de encrencas;
quando não há crise no horizonte, há sempre um dos rebento do Presidente pronto
a preencher a lacuna. No caso em tela, porém, tudo indica que o próprio
Presidente terceirizou ao zero dois
a desmoralização de Bebianno, mas isso
não afasta o risco de o alvejado cair atirando — e ele tem muita munição para
uma guerra contra o clã Bolsonaro.
Coordenador da campanha e principal articulador da ida do capitão
para o PSL, Bebianno resolveu jogar no colo do chefe o escândalo das
candidaturas-laranjas do partido. Ao saber que sua cabeça estava a prêmio, declarou
que não havia crise alguma, que havia conversado três vezes com o chefe na
última terça-feira, mas foi prontamente desmentido pelo tuíte do pitbull: “Ontem
estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: É uma mentira absoluta de
Gustavo Bebianno que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar
do assunto citado pela Globo e retransmitido pelo Antagonista”.
Fritado e irresignado com a ideia de
ser demitido via Twitter pelo filho, Bebianno resolveu arrastar o pai para a beira da cova e imprimir suas digitais no cabo
da última pá de cal. Seu aborrecimento aumentou quando Bolsonaro disse ter encomendado à PF uma investigação sobre o laranjal do PSL, e que, se Bebianno
estiver envolvido, "lamentavelmente
o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens". E a
coisa ficou ainda pior depois que o Presidente reproduziu, em suas redes
sociais, as postagens do zero dois.
Principal liderança bolsonarista no Congresso, o Major Olímpio já pediu a cabeça de Bebianno: “Se proceder alguma acusação, não dá para estar no time de confiança do Presidente”.
E é bom que seja assim. Já a deputada Joice
Hasselmann criticou Carlos Bolsonaro pelo
ataque feito a Bebianno.
"Não pode se misturar as
coisas. Filho de presidente é filho de presidente. Temos que tomar
cuidado para não
fazer puxadinho da Presidência da República dentro de casa para expor um
membro do alto escalão do governo dessa forma", disse.
É difícil não comparar a situação atual com a do governo anterior, quando Temer prometeu um ministério de notáveis e entregou um agremiação de corruptos. Vale frisar que Jair Bolsonaro conquistou a presidência com o apoio de milhões de brasileiros que, sem outra opção para impedir a vitória do fantoche do presidiário, apostaram todas as fichas no capitão. Seria muito triste para todos nós (porque eu me incluo nesse grupo) se essa escolha resultasse em mais do mesmo, ou seja, se a merda continuasse a mesma a despeito de mudarmos as moscas.
É difícil não comparar a situação atual com a do governo anterior, quando Temer prometeu um ministério de notáveis e entregou um agremiação de corruptos. Vale frisar que Jair Bolsonaro conquistou a presidência com o apoio de milhões de brasileiros que, sem outra opção para impedir a vitória do fantoche do presidiário, apostaram todas as fichas no capitão. Seria muito triste para todos nós (porque eu me incluo nesse grupo) se essa escolha resultasse em mais do mesmo, ou seja, se a merda continuasse a mesma a despeito de mudarmos as moscas.
Afora os enroscos de zero
um com o Coaf, o “time de confiança” a que se referiu o Major Olímpio inclui um condenado por
improbidade administrativa (Ricardo
Salles), um denunciado por fraude em licitação e tráfico de influência (Luiz Henrique Mandetta), um investigado
por transações suspeitas com fundos de pensão (Paulo Guedes), uma citada em delação da JBS (Tereza Cristina),
um beneficiário confesso de caixa dois (Onyx
Lorenzoni) e outro suspeito de envolvimento no caso dos candidatos laranjas
do PSL (Marcelo Álvaro Antônio).
“Filhos”, dizia o poeta, “melhor não tê-los; mas se não os temos, como
sabê-lo?” Filhos pequenos, como sabe quem os tem, estão sempre prontos a
desmentir seus progenitores, trazendo a lume a verdade, doa a quem doer. Mas
cenas como essas, quando protagonizada por filhos crescidos e, sobretudo, no
seio do Executivo comandado pelo papai, são imperdoáveis. Mesmo que o pronunciamento
do pitbull tenha sido combinado com o próprio Presidente, a atitude do vereador
foi de uma inabilidade política a toda prova.