Dizem por aí que nosso presidente não tem um projeto de
governo. Pura maldade. Em apenas 8 meses, Bolsonaro conseguiu:
1) Acrescentar ao lema
"Deus acima de tudo, Brasil acima
de todos" a sugestiva expressão "noves fora Bolsonaro & Filhos";
2) Criar a estatal Crisebras e nomear a filharada para
dirigi-la e distribuir ofensas a torto e a direito, conseguindo, em alguns
casos, ser alvo de críticas até dos apoiadores mais atávicos;
3) Trabalhar
incansavelmente contra a aprovação da PEC da Previdência;
4) Ficar de mal de Rodrigo Maia, que se empenhou em conseguir
votos para aprovar a reforma previdenciária;
5) Exonerar ministros e
terminar amizades antigas porque estava chovendo e zero dois não podia ir brincar lá fora, mas, quando o ministro do
Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, foi indiciado no caso do Laranjal
do PSL, nosso intrépido capitão disse que não é motivo para afastá-lo do cargo;
6) Dar o bolo num
ministro francês para cortar o cabelo e aproveitar o embalo para enxovalhar o presidente esquerdista da OAB;
7) Indicar zero três na embaixada brasileira nos
EUA — afinal, quem fritava hambúrguer numa rede de fastfood que não serve esse
tipo de lanche certamente é capaz de tirar água de pedra e dar um nó em cada pingo,
o que o torna o candidato certo para o cargo de diplomata;
8) Empenhar-se
24/7 para blindar zero um das investigações
do MP-RJ, mesmo que isso signifique
lamber as botas de Dias Toffoli, Davi Alcolumbre e Gilmar Mendes;
9) Brincar de
gato e rato com o ministro Sérgio Moro
(dizem que, por ciúmes e medo de que o ex-juiz da Lava-Jato o derrote no pleito de 2022, o presidente cogitou até de exonerar
o auxiliar, mas o medo de ficar mal na fita foi maior);
10) Limpar o rabo com a
lista de promessas de campanha, começando pelas que tratavam da reeleição e do
combate implacável à corrupção.
Mudando de um ponto a outro, o STF vem evoluindo a olhos vistos na difícil arte de decidir não
decidir. A sessão em que se discutia a concessão de prazos diferenciados para
as alegações finais de réus delatores e delatados foi adiada sine die, a pretexto de alguns ministros
terem outros compromissos (quem sabe suas excelências precisavam cortar o
cabelo ou jogar uma partidinha de sinuca), mas especula-se que o verdadeiro
motivo foi falta de consenso.
O STF está violando a Constituição de maneira aberta, repetida e perigosa. Deixou de definir o significado das leis e passou a baixar decretos, inventar normas de Direito e violar funções do Congresso. É hoje a maior ameaça à democracia no Brasil. Tem de ser detido pelo Senado. A questão é que, com Alcolumbre na presidência da casa e outros notáveis do mesmo quilate puxando seu saco... bom, deixa pra lá.
O STF está violando a Constituição de maneira aberta, repetida e perigosa. Deixou de definir o significado das leis e passou a baixar decretos, inventar normas de Direito e violar funções do Congresso. É hoje a maior ameaça à democracia no Brasil. Tem de ser detido pelo Senado. A questão é que, com Alcolumbre na presidência da casa e outros notáveis do mesmo quilate puxando seu saco... bom, deixa pra lá.
Nos bastidores do Olimpo tupiniquim, os
semideuses togados confabulam para chegar a um “mínimo denominador comum”. Para
a aprovação da tese são necessários ao menos seis votos. Dos 11 integrantes da
Corte, oito decidiram que é preciso fixar parâmetros — restaram vencidos o
novato de careca reluzente, o esbirro petista de sobrenome polonês e o primo do
ex-presidente Collor, que rechaçaram
até mesmo iniciar essa discussão. Mesmo assim, Toffoli diz que vai bater o martelo ainda este mês. E já que a
corte não consegue decidir merda nenhuma, deve pautar para a mesma sessão o julgamento
do mérito de três ações que versam sobre prisão após condenação em segunda
instância.
Observação: Vale
lembrar que a jabuticaba gerada no julgamento do HC de Aldemir Bendine e parida na última quarta-feira, abrindo uma enorme
janela de oportunidade para anular condenações da Lava-Jato, como a de Lula
no processo sobre o sítio em Atibaia, não
afeta o julgamento do petralha no caso do tríplex, ao contrário do que
se ouve dizer por aí.
É mole ou quer mais?