sábado, 5 de outubro de 2019

NOTÍCIAS DO PLANETA BOLSONARO E OTRAS COSITAS MÁS


 
Dizem por aí que nosso presidente não tem um projeto de governo. Pura maldade. Em apenas 8 meses, Bolsonaro conseguiu:

1) Acrescentar ao lema "Deus acima de tudo, Brasil acima de todos" a sugestiva expressão "noves fora Bolsonaro & Filhos";

2) Criar a estatal Crisebras e nomear a filharada para dirigi-la e distribuir ofensas a torto e a direito, conseguindo, em alguns casos, ser alvo de críticas até dos apoiadores mais atávicos;

3) Trabalhar incansavelmente contra a aprovação da PEC da Previdência;

4) Ficar de mal de Rodrigo Maia, que se empenhou em conseguir votos para aprovar a reforma previdenciária;

5) Exonerar ministros e terminar amizades antigas porque estava chovendo e zero dois não podia ir brincar lá fora, mas, quando o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, foi indiciado no caso do Laranjal do PSL, nosso intrépido capitão disse que não é motivo para afastá-lo do cargo;

6) Dar o bolo num ministro francês para cortar o cabelo e aproveitar o embalo para enxovalhar o presidente esquerdista da OAB;

7) Indicar zero três na embaixada brasileira nos EUA — afinal, quem fritava hambúrguer numa rede de fastfood que não serve esse tipo de lanche certamente é capaz de tirar água de pedra e dar um nó em cada pingo, o que o torna o candidato certo para o cargo de diplomata;

8) Empenhar-se 24/7 para blindar zero um das investigações do MP-RJ, mesmo que isso signifique lamber as botas de Dias Toffoli, Davi Alcolumbre e Gilmar Mendes;

9) Brincar de gato e rato com o ministro Sérgio Moro (dizem que, por ciúmes e medo de que o ex-juiz da Lava-Jato o derrote no pleito de 2022, o presidente cogitou até de exonerar o auxiliar, mas o medo de ficar mal na fita foi maior);

10) Limpar o rabo com a lista de promessas de campanha, começando pelas que tratavam da reeleição e do combate implacável à corrupção.

Mudando de um ponto a outro, o STF vem evoluindo a olhos vistos na difícil arte de decidir não decidir. A sessão em que se discutia a concessão de prazos diferenciados para as alegações finais de réus delatores e delatados foi adiada sine die, a pretexto de alguns ministros terem outros compromissos (quem sabe suas excelências precisavam cortar o cabelo ou jogar uma partidinha de sinuca), mas especula-se que o verdadeiro motivo foi falta de consenso.

O STF está violando a Constituição de maneira aberta, repetida e perigosa. Deixou de definir o significado das leis e passou a baixar decretos, inventar normas de Direito e violar funções do Congresso. É hoje a maior ameaça à democracia no Brasil. Tem de ser detido pelo Senado. A questão é que, com Alcolumbre na presidência da casa e outros notáveis do mesmo quilate puxando seu saco... bom, deixa pra lá.

Nos bastidores do Olimpo tupiniquim, os semideuses togados confabulam para chegar a um “mínimo denominador comum”. Para a aprovação da tese são necessários ao menos seis votos. Dos 11 integrantes da Corte, oito decidiram que é preciso fixar parâmetros — restaram vencidos o novato de careca reluzente, o esbirro petista de sobrenome polonês e o primo do ex-presidente Collor, que rechaçaram até mesmo iniciar essa discussão. Mesmo assim, Toffoli diz que vai bater o martelo ainda este mês. E já que a corte não consegue decidir merda nenhuma, deve pautar para a mesma sessão o julgamento do mérito de três ações que versam sobre prisão após condenação em segunda instância.

Observação: Vale lembrar que a jabuticaba gerada no julgamento do HC de Aldemir Bendine e parida na última quarta-feira, abrindo uma enorme janela de oportunidade para anular condenações da Lava-Jato, como a de Lula no processo sobre o sítio em Atibaia, não afeta o julgamento do petralha no caso do tríplex, ao contrário do que se ouve dizer por aí.

É mole ou quer mais?