quinta-feira, 26 de março de 2020

O PAI DA AVIAÇÃO. OU NÃO.


A VIRGINDADE DO PT ACABOU NO DIA EM QUE LULA FUNDOU O PARTIDO.

Você provavelmente aprendeu na escola — ou pelo menos lhe foi ensinado — que Alberto Santos Dumont inventou o avião e o relógio de pulso, e se suicidou ao ver sua criação (falo do avião, não do relógio) usada para fins bélicos durante a Primeira Guerra Mundial. No entanto, em quase todos os países dos 7 continentes — a começar dos EUA — a invenção do avião é atribuída a dois irmãos norte-americanos, Wilbur e Orville Wright, donos de uma loja em Dayton, Ohio, que alugava, vendia e, eventualmente, fabricava bicicletas.

Leandro Narlochem seu GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL, ensina que o “Pai da Aviação”, como Santos Dumont ficou conhecido entre nós, realmente contornou a Torre Eiffel, em 1901, à bordo de um balão dirigível (que se tornaria o precursor dos transatlânticos Zepelins). Todavia, enquanto ele apostava nos balões, os irmãos Wright, mais focados no lucro do que na fama, construíram e patentearam uma engenhoca voadora mais pesada que o ar.

Em 1906, quando nosso compatriota subiu com o 14-Bis (uma geringonça de 290 quilos e com um motor de 50 cavalos,) a uma altura de quase 3 metros no Campo de Balagate, em Paris, e percorreu uma distância de 60 metros, segundo uns, e 220 metros, segundo outros, os inventores norte-americanos já haviam voado cerca de 50 vezes e percorrido distâncias de até 40 km.

Chauvinistas de plantão alegam que os Wright usavam uma espécie de catapulta e uma linha de trilhos em declive para facilitar a decolagem do Flyer, mas esquecem-se que, questionados a propósito durante uma demonstração na França, em 1908, os irmãos decolaram sem o auxílio daqueles artifícios e bateram recordes de distância e duração de voo e altura.

Quanto ao relógio de pulso, esse adereço já era usado pela Rainha Elizabeth I (1533-1603). Historiadores mais comedidos atribuem sua criação a Abraham-Louis Bréguet, em 1814, por encomenda de Carolina Murat, irmã mais nova de Napoleão Bonaparte e Rainha Consorte de Nápoles até 1815, enquanto outros conferem sua paternidade a Antoni Patek e Adrien Philippe, fundadores da empresa suíça de alta relojoaria Patek-Phillipe.

Em 1904, a pedido de Santos Dumont — que tinha as mãos sempre ocupadas ao manejar seus balões — o joalheiro Louis Cartier adaptou uma pulseira de couro no maior modelo de relógio de pulso feminino de sua coleção, e assim satisfez o desejo do inventor brasileiro — que é responsável, na melhor das hipóteses, pela popularização do relógio de pulso entre os homens.

Sobre o suicídio, em que pese sua fama de pacifista, Santos Dumont não só sabia da utilidade militar dos elementos aéreos como também a promovia. Numa carta enviada aos jornais americanos em 1904, ele escreveu que a França havia adotado seus planos de balões militares e pretendia aproveitá-los na próxima guerra, e que o Japão solicitava seus balões para uso militar, o que incluía jogar explosivos de alta potência em Port Arthur (no Pacífico).

Alguns historiadores dizem que o mineiro se enfocou devido a um desilusão amorosa — ele era gay e não se conformou quando o sobrinho e companheiro Jorge Dumont Villares o abandonou. Outros negam a homossexualidade do inventor, alegando que a cantora lírica Bidu Sayão, casada com Walter Mocchi, o “visitava” no Grand Hotel, e há quem diga que ele era apaixonado por Yolanda Penteado — socialite e “princesinha do café”, pertencente a uma das famílias mais tradicionais da burguesia brasileira. 

O fato é que Santos Dumont não desceu para almoçar, em 23 de julho de 1932, e que foi encontrado sem vida quando os funcionários do hotel arrombaram a porta do quarto 152 (onde ele se hospedava, reservando o quarto 151 para seu sobrinho). Seu suicídio foi escondido do público durante muitos anos, e seu atestado de óbito, adulterado, para ocultar a real causa de sua morte.